Empate, vantagem e lágrimas

O jogo foi equilibrado, como se esperava. O Caxias sentiu fisicamente, embora não tenha perdido nada em termos de entrosamento. O Internacional sentiu os desfalques, mas conseguiu evitar uma derrota na base da qualidade individual de Oscar, o único titular do setor ofensivo presente. E o 1 a 1 deixa o Colorado muito perto do título, embora ninguém no Beira-Rio admita isso.

Mauro Ovelha teve um mérito indesmentível: o de manter o time de Paulo Porto. O Caxias que atuou hoje é o mesmo que sagrou-se campeão da Taça Piratini. Por isso, conseguiu encarar o Inter de igual para igual. O Colorado, mesmo desfalcado, era tecnicamente bem superior; mas enfrentou uma equipe coletivamente pronta, um problema para quem nunca atuou junto, caso dos 11 de Dorival Júnior.

O primeiro tempo foi aberto, algo incomum em se tratando de uma final. O Inter começou melhor, levando perigo especialmente em deslocamentos envolventes de Jajá. Oscar, preso na ponta direita, era facilmente controlado. Um problema sério, afinal, a equipe dependia demais de sua qualidade para criar chances. A partir dos 20 minutos, o Caxias passou a equilbrar e dar as cartas. Quando marcou seu gol, em um contra-ataque puxado pelo excelente lateral Fabinho, já merecia a vantagem.

Na etapa final, o Inter só mudou de postura, não em nomes. Oscar passou a jogar mais pela esquerda, e por ali empatou a partida. A equipe de Dorival Júnior dominou a segunda etapa inteira, mas muito mais no aspecto físico e territorial, não traduzindo esta superioridade em oportunidades criadas. Tanto que foram só duas - o gol e um chute de João Paulo na trave - contra uma dos grenás. O que pesou, mais que qualquer melhora do Inter, foi mesmo o cansaço inevitável do Caxias. No Beira-Rio, precisando marcar gols e tendo um Inter com retornos importantes pela frente, as chances do time serrano diminuem consideravelmente.

A grande notícia é a volta, e com gol, de Oscar. Seu choro após marcar um gol depois de uma parada de exatos 50 dias é mais um ingrediente em toda a polêmica que envolve seu contrato com o Colorado. O Inter tem a vantagem, joga em casa, tem melhor preparo físico e terá cinco retornos de titulares fundamentais domingo que vem. Ficou ainda mais favorito do que já era. A chance do Caxias era hoje. Mas nada impede uma epopeia, um jornada épica semana que vem, no Beira-Rio.

Em tempo:
- Bela atuação de Fabinho. Custa o Grêmio dar uma avaliada? Hoje, só Júlio César é lateral esquerdo de ofício no Olímpico.

- Umberto foi batido com facilidade por Oscar no lance do gol, mal esboçou reação ao drible. Medo de cometer um pênalti.

- Caion e Vanderlei levaram vantagem sobre a zaga do Inter em muitos lances, inclusive pelo alto. O Colorado precisa de zagueiros confiáveis. Dificilmente ganha a Libertadores sem, ao menos, mais defensores em seu elenco - hoje, só tem três.

Campeonato Gaúcho 2012 - Final - 1º jogo
6/maio/2012
CAXIAS 1 x INTERNACIONAL 1
Local: Centenário, Caxias do Sul (RS)
Árbitro: Jean Pierre Gonçalves Lima
Público e renda: não divulgados
Gols: Mateus 43 do 1º; Oscar 11 do 2º
Cartão amarelo: Lacerda, Paraná, Umberto, Michel, Mateus, Jô, Índio e Bolívar
CAXIAS: Paulo Sérgio (6), Michel (5,5), Lacerda (6), Jean (5,5) e Fabinho (7); Umberto (4,5), Mateus (6,5), Paraná (6) e Wangler (5,5) (Juninho, 34 do 2º - sem nota); Caion (6) (Rafael Santiago, 29 do 2º - 5) e Vanderlei (5,5) (Marcos Paulo, 34 do 2º - sem nota). Técnico: Mauro Ovelha
INTERNACIONAL: Muriel (5,5), Nei (5,5), Bolívar (4,5), Índio (4,5) e Fabrício (5); Sandro Silva (6,5), Guiñazu (5), Tinga (5,5) (João Paulo, 20 do 2º - 6), Oscar (6) e Jajá (6) (Gilberto, 40 do 2º - sem nota); Jô (5). Técnico: Dorival Júnior


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