Só no ano que vem

A lesão de Wesley é um baque para o Palmeiras tanto quanto à de Kleber foi para o Grêmio. O ex-meia do Santos pode não ser um jogador tão decisivo e cheio de personalidade quanto o Gladiador, mas tem muita qualidade técnica e, assim como Kleber, vinha para resolver um problema crônico alviverde dos últimos anos: a articulação.

Aquela história de que gol do Palmeiras só vinha pela bola parada do Marcos Assunção é passado. Mesmo que só tenha estreado no início de abril, Wesley seria peça importante do esquema de Felipão. Formaria, ao lado de Daniel Carvalho, uma dupla de meias-atacantes que a toda hora deveriam se aproximar de Barcos na finalização das jogadas. A partida contra o Guarani (onde o Palmeiras foi mal e perdeu por 3 a 1) tinha o desenho tático que o técnico alviverde estava tentando colocar em prática. Apesar dos últimos maus resultados do Verdão, a equipe depende cada vez menos de Assunção.

Palmeiras contra o Guarani: Wesley era meia no 4-2-3-1 de Felipão
Como Valdívia, apesar de alguns lampejos eventuais, segue inconfiável, Felipão talvez tenha que retomar o esquema com Maikon Leite. Nada mal: o jovem formou ótima dupla com Barcos no começo do ano, e sua saída da equipe para a manutenção de Daniel Carvalho seria um erro, tomando como base o desempenho de ambos este ano. O problema, porém, é a falta de opções de reposição. Luan, Tinga, Fernandão, Vinícius, Pedro Carmona e companhia limitada são medianos.

Além do problema tático e técnico, a lesão que afastará Wesley dos gramados até o final do ano é péssima moralmente também. Vale lembrar que o Palmeiras chegou a pedir contribuição dos torcedores para contratá-lo. O esforço foi enorme: 2 milhões de euros de entrada, pagos por um empresário do ramo imobiliário, e outros 4 milhões parcelados e futuramente pagos pelo Verdão ao Werder Bremen. São R$ 21 milhões, contrato até o fim de 2016. Há tempo para recuperar o investimento com títulos, mas não dá para não enxergar o saquinho de dinheiro batendo asas rumo ao céu.

A questão toda é: Wesley vale tudo isso? No Santos campeão da Copa do Brasil de 2010, era um excelente coadjuvante, de qualidade técnica, mas muito mais tático do que brilhante. Talvez o valor seja alto demais, mas falar agora soa como oportunismo. O Palmeiras, assim como o Grêmio, apostou alto num nome. É do jogo este tipo de contratempo. Faltou, entretanto, contratar jogadores qualificados em maior quantidade. É o erro que o Flamengo cometeu com Ronaldinho, e está pagando o preço este ano.

Em tempo:
- Capa do site do Palmeiras manda força a Wesley.

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