Finais incomuns

Se os campeonatos estaduais estão longos demais, com fórmulas pouquíssimo inteligentes, ao menos nos brindaram com algumas novidades em suas decisões. Nos quatro principais estados brasileiros, teremos decisões que há muito tempo não víamos. Ou que nunca ocorreram.

É o caso do Paulistão, que será decidido entre Santos e Guarani. Ambos nunca duelaram numa final de Campeonato Paulista. O mesmo vale para Internacional x Caxias no Rio Grande do Sul. O Colorado chegou a vencer um Gauchão, em 2009, contra os grenás, mas era decisão de turno que valeu título antecipado, não uma final. Tanto que o vice-campeão, naquele ano, foi o Grêmio.

Em Minas Gerais, Atlético/MG x América/MG não jogavam uma final desde 2001. No Rio, o Clássico Vovô há tempos também não decidia nada. A última vez que Botafogo e Fluminense disputaram um título um contra o outro foi em 1975, com título tricolor. Mas era um triangular. Final, mesmo, um contra o outro? Nunca.

Casa vazia
A fórmula atual do Campeonato Gaúcho não causa maior interesse no público, como sustenta a FGF. Para isso, basta pegar o público dos Gre-Nais deste ano. O de ontem foi o jogo de maior audiência em todo o campeonato, pouco mais de 22 mil torcedores. Somados aos 15 mil do outro clássico no estádio colorado e os 19 mil na cancha tricolor, tivemos 56.870 torcedores presentes em três Gre-Nais. Somente o clássico que decidiu o estadual em 2006 já teve mais gente: 57.541.

Claro: o Beira-Rio, naquela época, comportava muito mais público que hoje. Seria impossível termos mais do que 46 mil pessoas (capacidade atual do Olímpico) num Gre-Nal em 2012. Mesmo assim, o único dos três clássicos em que tivemos mais da metade do estádio ocupado ocorreu ontem. 

Será que a fórmula é tão boa assim? Será que é preciso deixar um espaço tão diminuto para a torcida visitante nos Gre-Nais?

As respostas são óbvias.

Comentários

Zezinho disse…
Essa fórmula 'acariocada' só foi tomada devido à ausência de Grenais em 2005, 2007 e 2008. Assim, garante-se um Gre-Nal e antes dos mata-matas, para não quebrar o 'clima'.

Dentre as últimas fórmulas, a melhor foi a utilizada em 2005 e 2006, onde houve, sobretudo no primeiro ano, um grande equilíbrio técnico entre todas as equipes.

Mas vou eu esperar algo coerente de uma federação que dá duas semanas - e dois adiamentos posteriores - para o Veranópolis decidir sua vaga na Série D, DOIS dias para o Novo Hamburgo e uma semana para o São José?
Vicente Fonseca disse…
Concordo, Zezinho. Para mim, o único ponto fraco da fórmula de 2005/06 era a ausência de clássicos, mas é a melhor dos últimos anos. Aqueles quadrangulares na fase semifinal, onde só o campeão se classificava para a decisão, eram muito disputados. Até a Dupla chegou a ter dificuldades. Isso fora o fato de que é um campeonato só com 18 datas, contra as exageradas 23 atuais.
André Egg disse…
Se não me engano o carioca de 1971 foi decidido com final entre Fluminense e Botafogo...
Vicente Fonseca disse…
André, de fato o Fluminense ganhou o título de 1971 vencendo o Botafogo. Mas era apenas a coincidência de ser a última rodada e os dois estarem brigando pelo título, não uma final.

Dá uma olhada:

http://www.rsssfbrasil.com/tablesrz/rj1971.htm

Final, mesmo, nunca houve.