Fim à invencibilidade

Luxemburgo criticou a frouxidão do seu time, elencando-a como um dos fatores preponderantes para a derrota deste domingo, contra o Pelotas. Mas não enxerguei um Grêmio frouxo, e acho que isso, em certa medida, desmerece o trabalho árduo e exemplar que o time da zona sul do estado teve para conquistar esta importante vitória. Faltou, mesmo, competência. E, ao contrário de quinta passada, faltou Kleber.

Não chegou a ser uma partida desastrosa do Grêmio, como sempre se supõe a cada derrota para equipes interioranas. Mas houve problemas defensivos e ofensivos, o que é relativamente grave. A zaga, por exemplo, perdeu quase todas para Reinaldo, aquele mesmo, artilheiro da Série B de 2005 pelo Santa Cruz e contratado pelo Grêmio em 2006, mas que fracassou. O primeiro gol surgiu nas costas de Gabriel, que parece mesmo ter perdido o crédito com Luxemburgo ao ser sacado no intervalo. O desentrosamento de Vílson e Pablo (defesa que merece ser mais testada) foi visível e prejudicou bastante a segurança lá atrás.

A partir daí, o Grêmio assumiu o controle da bola, mas não conseguia furar o bloqueio pelotense. Em parte pela atuação apagada de Marquinhos, que jogou longe de Bertoglio e Moreno, mas não só por isso. Os laterais, por exemplo, estiveram muito bem marcados. E, quando chegavam à linha de fundo, erravam quase todos os cruzamentos. O Tricolor finalizou muito mais que o Pelotas, mas quase sempre sem grande perigo. As melhores oportunidades do primeiro tempo foram do Lobão. Além de Reinaldo, o arisco Clodoaldo era uma dor de cabeça constante.

No segundo tempo, como era de se prever, o Pelotas foi obrigado a recuar ainda mais, devido ao desgaste físico. O Grêmio seguiu controlando o jogo, teve ainda mais posse de bola, ameaçava com mais perigo, mas não conseguia o gol. E os donos da casa levavam perigo esporadicamente. André Lima entrou bem, teve suas oportunidades, mas parou em Fernando Júnior. Leandro, como de costume, correu demais e produziu de menos. No final, a merecida vitória do Pelotas.

O resultado é ruim para o Grêmio em termos de comparação com o Internacional. Um pontinho atrás (16 a 15), o Tricolor seria obrigado a disputar um possível clássico de mata-mata no Beira-Rio. Luxemburgo perde a invencibilidade no comando tricolor. O Pelotas, por sua vez, segue firme no páreo. Beto Almeida repete o bom trabalho de 2010 na Boca do Lobo.

Em tempo:
- Nada mais irritante que uma arbitragem que para o jogo de 20 em 20 segundos para dar uma falta cavada.

PELOTAS (1): Fernando Júnior; Igor, Kleber Goiano, Márcio Tiago e Brida (Renan); Carlos Augusto, Cleiton, Douglas Silva e Maicon Sapucaia (William Paulista); Clodoaldo (Claiton) e Reinaldo.
Técnico: Beto Almeida
GRÊMIO (0): Victor; Gabriel (Edílson), Vílson, Pablo e Júlio César; Fernando, Souza (André Lima), Léo Gago e Marquinhos (Leandro); Bertoglio e Marcelo Moreno.
Técnico: Vanderlei Luxemburgo


Campeonato Gaúcho 2012 - Taça Farroupilha - 6ª rodada
Local: Estádio da Boca do Lobo, Pelotas (RS); Data: domingo, 1º de abril de 2012 - 16h (horário de Brasília); Árbitro: Fabrício Neves Corrêa (RS); Gol: Reinaldo 2 do 1º; Cartão amarelo: Igor, Carlos Augusto, Vílson, Fernando e Léo Gago

PRÓXIMOS JOGOS
Cruzeiro/RS x Pelotas - Gaúcho - domingo, 08/04, 16h - Estrelão, Porto Alegre (RS)
Ipatinga x Grêmio - Copa do Brasil - quarta-feira, 04/04, 19h30 - Ipatingão, Ipatinga (MG)


Comentários

Anônimo disse…
Eu gostaria de saber o que acontece com Leandro, um jogador que arrebentou na base e surgiu bem no profissional, com visivel potencial tecnica. Mas parece que estagnou.