Falso heroísmo

O Grêmio, apenas, evitou um fiasco. Um fiasco no placar, pois o desempenho foi fiasquento. Não dá para classificar como heroico, falar em imortalidade é uma heresia com os feitos realmente épicos que o Tricolor conta em sua história centenária. Heroico, hoje, seria não vencer um adversário absolutamente inferior, que jogava com um homem a menos, e com todos os 10 atletas se arrastando em campo, tão esgotados fisicamente estavam.

O primeiro tempo do Grêmio foi simplesmente inexplicável. Não partir para cima do River é uma coisa; dar dois chutes a gol em 45 minutos é outra, bem diferente. A vitória parcial dos sergipanos apenas representava a superioridade de quem mais tentou o gol. E nem foi pressão, ou qualidade. Foram poucas chegadas, mas bastaram para a defesa gremista vazar. Nos últimos 20 jogos, o Grêmio sofreu gols em 19.

A entrada de Bertoglio representava uma esperança para o segundo tempo, mas o segundo gol do River, logo aos 3 minutos, desarticulou todo o plano de Luxemburgo. Desesperado, o técnico lançou mão de André Lima no lugar do inoperante Marcelo Moreno (sua pior atuação desde que chegou) e Leandro como meia no posto de Marquinhos.

Tinha tudo para dar errado, mas deu certo. Mas não por um crescimento do Grêmio: foi o River quem decaiu demais fisicamente. O gol contra sofrido e a expulsão de Bebeto complicaram demais o panorama para os sergipanos. O Grêmio foi para cima no abafa e conseguiu a virada nos minutos finais. Perdia até os 46, ganhou aos 49. É muito tentador dizer que foi épico. Tentador e mentiroso.

Duas mexidas simbolizam as boas notícias: Leandro entrou bem no jogo. Bertoglio um pouco menos, mas de duas jogadas suas no fim do jogo é que veio a vitória. Luxemburgo foi muito melhor na coletiva que na casamata: o time foi pífio, e ele reconhece isso. Falou em não querer heroísmo, mas em buscar consistência. E lembrou que o heroísmo só deve ser comemorado em caso de a derrota vir por méritos dos adversários, não por falhas grotescas de seu próprio time.

Em tempo:
- Zagueiros?

Copa do Brasil 2012 - Primeira Fase - Jogo de ida
7/março/2012
RIVER PLATE/SE 2 x GRÊMIO 3
Local: Lourival Batista, Aracaju (SE)
Árbitro: Emerson Luiz Sobral (PE)
Público e renda: não divulgados
Gols: Almir Sergipe 42 do 1º; Jonathan 3, Fernando Belém (contra) 23, Kleber 46 e Bertoglio 49 do 2º
Cartão amarelo: Fernando Belém, Gilberto Silva, Bertoglio e André Lima
RIVER PLATE/SE: Pablo (7), Fabiano (6), Fernando Belém (5,5), Bebeto (5) e Glauber (5,5); Misael (5,5), Wallace (6), Almir Sergipe (6,5) (Fernandinho, 34 do 2º - sem nota) e Charles (5,5) (Fernando Pillar, 30 do 2º - sem nota); Lelê (6) e Leandro Kivel (5,5) (Jonathan, 21 do 1º - 6). Técnico: Luiz Carlos Cruz (6)
GRÊMIO: Victor (4,5), Gabriel (5), Gilberto Silva (4,5), Naldo (3,5) e Júlio César (5); Fernando (4,5), Léo Gago (5) (Bertoglio, intervalo - 6), Marco Antônio (5) e Marquinhos (4,5) (Leandro, 12 do 2º - 6); Kleber (6) e Marcelo Moreno (4,5) (André Lima, 12 do 2º - 5,5). Técnico: Vanderlei Luxemburgo (4,5)


Comentários

Anônimo disse…
Evocar heroismo num jogo desse é um escarnio, os caras acham que torceodr é estupido para falar uma asneira dessa...
Lourenço disse…
E o primeiro gol do Grêmio foi totalmente irregular, embora depois o juiz não tenha dado um pênalti claríssimo para o tricolor.