Empate de Libertadores

Diego Souza e Nuñez fizeram os gols do jogo em Assunção. Ambos foram expulsos pelo péssimo árbitro chileno Enrique Osses. Não por terem feito os gols, claro. Mas é um dado curioso do empate razoável obtido pelo Vasco na casa do Libertad.

O jogo foi típico de Libertadores: peleado, com expulsões, estádio acanhado e pulsante. O Vasco fez um bom primeiro tempo. Mesmo jogando no caldeirão do Nicolás Leoz, precisava da vitória. Dominou o meio-campo com apoios qualificados de Fagner, tabelas interessantes entre Felipe e Thiago Feltri e participação intensa ao buscar o jogo dos atacantes Alecsandro e, especialmente, William Barbio. O gol de Diego Souza veio num cruzamento de Fagner na bola parada, de cabeça. Era justo.

O jogo ficou bom para o time carioca. Só não melhor porque apenas Barbio é jogador de velocidade para puxar contra-golpes. Felipe e Diego Souza são bem mais lentos. Ainda assim, a equipe não se acomodou na tentação de defender e buscar surpreender o Libertad na velocidade. Seguiu propondo o jogo, tanto quanto o time paraguaio. Até a expulsão de Diego Souza, que mudou o panorama da partida. É incrível, aliás, como um jogador que está em sua terceira Libertadores ainda caia em catimbas castelhanas - embora o árbitro tenha negado vários cartões merecidos ao Libertad em entradas fortes sobre o meia, enervando-o.

Com superioridade numérica, o Libertad encheu seu time de meias e atacantes e foi para cima. Cristóvão colocou Rodolfo para reforçar a bola aérea, no lugar de Thiago Feltri. O Vasco passou para um 3-4-2 (ou 5-2-2), com Fagner e Felipe nas laterais. Só que o time paraguaio empatou justamente na bola aérea, e em cima do ex-zagueiro do Grêmio, reconhecidamente deficiente neste fundamento em sua fraca passagem por Porto Alegre no ano passado.

Tudo levava a crer que o Libertad viraria. Nuñez, autor do gol, foi expulso, mas isso não mudou o panorama. Porque o time da casa estava montado para atacar, e o Vasco, mesmo agora em igualdade numérica, não estava preparado para voltar a um jogo de igual para igual. No fim das contas, o 1 a 1 acabou representando bem o equilíbrio de domínio entre as equipes, uma em cada tempo de jogo.

O resultado não é bom porque o Vasco tem só um ponto a mais que Nacional e Alianza Lima, mas jogará duas vezes fora de casa no returno, e justamente contra estes adversários. Quarta que vem o jogo é contra o Libertad, no Rio de Janeiro, e a vitória é mais que obrigatória. Um empatezinho em Montevidéu também não cairia nada mal.

Em tempo:
- Interessante este William Barbio, primeiro jogo que vi dele. Não é tão técnico, mas tem muita velocidade e é extremamente combativo e interessado taticamente. Ainda assim, Éder Luís parece um jogador mais pronto para ser titular do Vasco.

- Dedé, mais uma vez, monstruoso. Grande zagueiro.

- Samudio, bom lateral esquerdo, bateu o jogo todo. No finzinho, deu um coice em Fagner, que estava caído. O jogador do Vasco levou uma bronca; o paraguaio, nem amarelo. Resumo da péssima atuação do chileno Enrique Osses, caseiro ao extremo.

Taça Libertadores da América 2012 - Primeira Fase - Grupo 5 - 3ª rodada
14/março/2012
LIBERTAD 1 x VASCO 1
Local: Nicolás Leoz, Assunção (PAR)
Árbitro: Enrique Osses (CHI)
Público: não divulgado
Cartão amarelo: Nuñez, Aquino, Caballero, Eduardo Costa, William Barbio e Allan
Gols: Diego Souza 16 do 1º; Nuñez 25 do 2º
Expulsão: Diego Souza 7 e Nuñez 36 do 2º
LIBERTAD: Muñoz (5,5), Bonet (5,5), Banegas (5,5), Bareiro (6) e Samudio (5,5); Gamarra (5,5) (Velázquez, 14 do 2º - 5,5), Cáceres (5), Aquino (6) (Ayala, 34 do 2º - sem nota) e Civelli (5,5); Nuñez (6) e Menendez (4,5) (Caballero, 21 do 2º - 5,5). Técnico: Jorge Burruchaga (5,5)
VASCO: Fernando Prass (7), Fagner (6), Dedé (7), Renato Silva (6) (Allan, 38 do 2º - sem nota) e Thiago Feltri (5,5) (Rodolfo, 16 do 2º - 4,5); Eduardo Costa (6), Nilton (5,5) (Rômulo, 26 do 2º - 5,5), Felipe (6) e Diego Souza (5,5); William Barbio (6,5) e Alecsandro (5). Técnico: Cristóvão Borges (5,5)


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