Um jogo obscuro que pode trazer consequências

Menos de 2 mil torcedores foram ao Beira-Rio. Compreensível, ainda mais que menos de 24 horas atrás havia um jogo decisivo, e pela Libertadores. Mesmo assim, a derrota para o Cerâmica em casa pode trazer consequências para a campanha colorada no Gauchão - que não é prioridade, mas sabemos o que normalmente acontece quando ele é perdido.

A mais grave seria a eliminação na primeira fase da Taça Piratini. O Inter hoje é 6º colocado entre 8 clubes, com 3 pontos. Tem 3 jogos, contra 2 de todos os seus rivais de chave. Mesmo assim, é difícil não se classificar. Esta hecatombe só ocorreria em caso de novo fracasso diante do Veranópolis, sábado. Aliás, jogarão os reservas, os mesmos que perderam para o Avenida. Não é vitória certa. E depois tem Gre-Nal, no Olímpico...

Uma consequência menos grave, mas mais real, é que a má pontuação na primeira fase faça o time decidir fora de casa nos matas da Taça Piratini. Inclusive um futuro Gre-Nal, claro. Hoje, o Grêmio tem também 3 pontos, mas em 2 jogos. Pode ir a 21, contra um máximo de 18 do Inter. Já está à frente. Neste regulamento do Gauchão, de muitos jogos em mata-mata, com jogo único, é uma conta sempre importante a ser feita. O campeonato é longo, inchado, mas de tiro curto o tempo todo, pois as fases classificatórias são breves.

No fim das contas, o calendário complica demais a vida de quem joga a fase preliminar da Libertadores. O Inter é praticamente obrigado a abrir mão de metade do estadual para jogá-la. Culpa de uma competição que prevê decisões muito cedo mas, principalmente, do inchaço dos estaduais.

Na Taça Farroupilha, disputando a fase de grupos, o Inter também não se dedicará. Isso se passar pelo Once Caldas, claro. Se não passar, vira favorito ao Gauchão de novo, até porque aí é o Grêmio que deve seguir adiante na Copa do Brasil.


Comentários

Milton Ribeiro disse…
O Internacional está dando ao minúsculo campeonato gaúcho o valor que ele tem, isto é, nenhum. Se o Once Caldas eliminar o Inter da Lib 2012, o tal gauchão (ui!) ganhará sua importância máxima: será a série de amistosos preparatórios para o Brasileiro. Por questões de princícios -- sim, tenho-os -- não vejo jogos do cg, a não ser que seja Gre-Nal e contra o Ju. Questões atávicas.

O jogo a que te referes, contra este time de olaria, é realizado um dia após um complicado jogo competitivo. O Inter deveria melar esta competição néscia: deveria entrar no sindicato pra não jogar.

Aliás, um dia agi contra os regionais brasileiros. Depois de uma troca de uns 20 e-mails, convenci a IFFHS a ignorá-los. Vá lá ver se eles contam pontos! Claro que foi uma ação modesta, mas um dia sonho em jogar um molotov na FGF. Junto com o Prestes.

Ei, gauchão,
vai tomar no cu!
Vicente Fonseca disse…
Hahaha. Eu sabia que tu ia ficar mordido, Milton. Espero a resposta do Sancho desde já.
Zezinho disse…
Eu não sei o quanto de seriedade e quanto o de fanfarra há no comentário do Seu Milton, mas comentários contra os estaduais existem às pampas Brasil afora.

É o típico pensamento de quem acha que o Brasil é composto apenas por 27 capitais estaduais e eventuais polos regionais. Como se o interior do Rio Grande do Sul em nada agregasse.

Pra que calendário? Muito mais fácil fechar todos esses clubes e criar uma onda de desemprego na área esportiva. Não estamos em quase pleno emprego? Não falta trabalhador na construção civil? Então mandemos todos esses jogadores virarem pedreiros!

Dupla Gre-Nal, no RS, adora desdenhar os times do Interior. Mas na Semana Farroupilha seus torcedores adoram se dizerem 'gaúchos', dando de ombros que quem sustenta essa cultura está nos pagos afora e não na nossa capital cada vez mais proponente da exclusão ao semelhante.

Eu realmente fico muito preocupado com quem demanda tamanha ojeriza aos estaduais. Pergunto-me se não é uma forma de esconder outros preconceitos maiores
Igor Natusch disse…
Sonho com um campeonato gaúcho bem diferente. Dividido em zonais, sem divisões inferiores e durando o ano todo (com os clubes em melhor situação e a dupla gre-nal entrando só na fase final). Ou quem sabe um Gauchão como parte de uma Série D regionalizada ou algo do tipo.

Do jeito que está, o Gauchão me parece um exercício do absurdo, enquanto fórmula.
Rodrigo Cardia disse…
Já propus uma reformulação no calendário do futebol brasileiro, e minha proposta para o Gauchão é bem semelhante à do Natusch.

http://caouivador.wordpress.com/2011/05/19/minha-proposta-de-calendario-para-o-futebol-brasileiro-e-sul-americano/