Um inverno de cinco anos

A primeira vez que prestei atenção em Sorondo foi naquele Defensor x Grêmio pela Libertadores de 2007. Logo aos 55 segundos de jogo, fez 1 a 0 para os uruguaios no Centenário. Na partida de volta, no Olímpico, estava tirando tudo pelo alto, mas se lesionou aos 15 minutos de jogo. Nada grave, mas o suficiente para facilitar a tarefa gremista de devolver o 2 a 0 do Uruguai e passar adiante numa emocionante decisão por pênaltis.

Foi uma primeira impressão que resume bem o que é Sorondo: um ótimo zagueiro tecnicamente, mas de vidro. No Inter, quase sempre foi titular enquanto esteve fisicamente em condições de jogo. Porém, quase nunca conseguiu sequência, tantas foram as lesões. Ficou quatro anos e meio no Beira-Rio e jogou apenas 77 vezes, número pouco superior a uma temporada normal de partidas. É muito pouco.

O Grêmio, quando o trouxe, fez uma aposta. Cercou-se de garantias, pois foi um risco trazê-lo. E, talvez, terá que usar estas garantias agora. A nova lesão, que até o início da noite deste domingo dizem poder levar oito meses de recuperação, é uma lástima. Nenhum profissional merece isso. Sorondo é um bravo, não desiste. Se debate de vontade de jogar futebol. Lesiona-se gravemente, faz a recuperação, lesiona-se de novo, com ainda mais gravidade.

Caso a gravidade da lesão se confirme, a direção do Grêmio terá cometido um erro primário, apontado por todos nos últimos dias. O erro não foi ter apostado em Sorondo, pois futebol ele tem de sobra, mas sim ter suspendido a busca por zagueiros nos últimos dias. Em primeiro lugar, por melhor jogador que seja, Sorondo não resolveria sozinho os problemas da zaga gremista, que não são poucos. Em segundo lugar, a chance de nova lesão do uruguaio era real. Como a direção pôde ter se dado ao luxo de parar as buscas por defensores? Afinal, exceto pela aposta no jovem Grolli, ninguém mais foi buscado para o lugar.

Agora é hora de correr atrás de alternativas em alto nível, o que não será fácil. E isto vale para o caso de Sorondo estar mesmo gravemente lesionado ou não. Afinal, uma nova lesão deste tipo, para ele, não será uma fatalidade do destino, caso ocorra novamente.

Novos líderes na Península Ibérica
Barcelona e Porto, que dominaram Espanha e Portugal no ano passado, estão agora atrás de seus rivais na tabela dos respectivos campeonatos nacionais. O Barça ficou no 1 a 1 com o rival Espanyol e agora está cinco pontos atrás do Real Madrid, com os mesmos 17 jogos dos merengues. Já o Porto ficou mesmo para trás, como alertávamos ontem. Viu o Benfica golear o Leiria por 4 a 0 fora de casa e assumir a liderança: 36 a 34.


Comentários

Cara, o Pablo que veio do Ceará veio é zagueiro, e por pouco não foi jogar na Holanda no PSV. Não acredito que o texto seja baseado num erro da direção que de fato não ocorreu.
"Afinal, exceto pela aposta no jovem Grolli, ninguém mais foi buscado para o lugar."
Vicente Fonseca disse…
É verdade, tem o Pablo. Mesmo assim, não veio para ser titular, tanto que o primeiro treino, hoje de manhã, mantém Saimon e Vilson na zaga. Mantenho a crítica à direção do Grêmio.
Lourenço disse…
Eu concordo com a crítica. Mesmo com o Sorondo, faltava um zagueiro mais experiente. Agora, não acho que faltam 2, mas mais do que nunca falta alguém mais experiente, ainda que não seja um craque xerifão consagrado, mas alguém que tenha mais liderança. E vale lembrar que o Vilson também é de papel.