A dádiva de errar

Se a Libertadores 2011 viu quatro times brasileiros caírem logo nas oitavas de final - um deles foi eliminado ainda na preliminar, a Liga dos Campeões desta temporada também é a mais surpreendente dos últimos. Desde 2004, mais precisamente, quando Milan, Real Madrid, Arsenal e Lyon foram alijados por La Coruña, Monaco, Chelsea e Porto nas quartas de final. A eliminação do Porto e do Borussia Dortmund eram dois sinais de que a zebra estava solta pelo Velho Continente. Nesta quarta, a surpresa tomou outra proporção.

A eliminação das duas equipes de Manchester é uma prova de o quão maravilhoso é o futebol. Basel e Napoli têm orçamentos muito mais modestos, mas se impuseram dentro de campo. Há alguns Cartas na Mesa atrás, desdenhei totalmente da possibilidade dos suíços eliminarem a equipe de Alex Ferguson. Bastava uma vitória, mas eu considerava mínima a hipótese. Errei feio: 2 a 1 para o Basel.

Errar este tipo de previsão que é dada de barbada é tão bom quanto acertar aquele placar que só tu aposta que vai dar, e todos ao teu redor desdenham. É maravilhoso por dois motivos: o primeiro, porque mostra a imprevisibilidade deste jogo fascinante; o segundo, porque o erro faz o jornalista esportivo deixar de ser um "invicto". É ótimo pôr os pés no chão e lembrarmos de que não somos os donos da verdade. Até porque, acreditem, tem colega que não se dá conta disso muitas vezes.

Nove países representados; Itália lidera lista
Depois de muitos anos, temos mais times italianos que ingleses nas fases decisivas. São três (Napoli, Inter e Milan) contra dois (Chelsea e Arsenal). Além disso, há dois espanhóis (Real Madrid e Barcelona), dois franceses (Lyon e Olympique), dois alemães (Bayern München e Bayer Leverkusen), dois russos (CSKA Moscou e Zenit), um português (Benfica), um suíço (Basel) e um cipriota (APOEL). Nove países representados. Poucas vezes a Liga foi tão democrática quanto agora neste sentido.

Decisão em Quito
LDU e Universidad de Chile começam hoje a decidir a melhor Copa Sul-Americana de todos os tempos. O jogo das 22h15 é imperdível. De um lado, uma equipe acostumada a decidir competições internacionais, que jamais perdeu uma final continental, e que conta com um fator historicamente fortíssimo. De outro, os chilenos, com um dos melhores times formados na história não só de La U, mas de todo o país. A tendência deve indicar os equatorianos pressionando. A Universidad, contra o Vasco, deu pistas de como deverá se portar. Vai se resguardar, sair só na boa, mas sem abdicar de atacar. Até porque, quando o faz, faz bem.

Pontapé inicial
Começa hoje de manhã o Mundial, com Kashiwa Reysol x Auckland City. Aperitivo para o que realmente importa, semana que vem.


Comentários

Lique disse…
sou napoli nesta champions! que time massa, pandev, hamsik, lavezzi, cavavi, inler, hernanes. pode surpreender, se tiver sorte nos cruzamentos. é uma pena ter ficado no mesmo grupo do city, que era um time que eu gostaria de ver brigar pelo compeonato. resta pra eles a premier league, que eles lideram invictos, 90% de aproveitamento depois de 14 rodadas.
vine disse…
Que vergonha o campeão nacional do país sede do Mundial disputar o campeonato. Não há critério nisso...

E como é bom ver algumas zebras em campeonatos grandiosos como essa Liga dos Campeões
Vicente Fonseca disse…
Com a ausência da Juventus, sou muito Napoli também.

E essa do campeão do país-sede jogar o Mundial é que apatifou o "Mundial" de 2000.
Lourenço disse…
Por que só o Mundial de 2000?
Vicente Fonseca disse…
Apatifa todos, mas no de 2000 o campeão foi o Kashiwa Reysol da vez.