O jejum se prolonga

Para um clube tão acostumado a ser campeão na última década, ficar três anos sem conquistar uma tacinha sequer é um hiato e tanto. Dias difíceis para a "mal acostumada" torcida do São Paulo, que não comemora nada desde o Campeonato Brasileiro de 2008. E nem comemorará em 2011.

Emerson Leão colocou em sua estreia somente titulares para trazer a vaga de Assunção. A Sul-Americana virou prioritária no Morumbi desde que o time foi praticamente alijado da disputa pelo título brasileiro, 8 pontos que está atrás do líder Vasco. Escalou uma equipe no 4-4-2 tipicamente brasileiro, com dois meias e dois atacantes. Mas escolheu os nomes errados para compô-lo. Falo, principalmente, da saída de Cícero do onze inicial para o ingresso de Marlos, que é muito menos jogador.

O Libertad começou em cima e saiu na frente logo no começo, anulando o 1 a 0 conquistado pelo tricolor no Brasil. Gol surgido em um pênalti absurdo cometido por Luís Fabiano, que errou o tempo do bote (não é zagueiro) e deu um bico nas pernas do meia Maciel. O Fabuloso ainda não encaixou no São Paulo. Sua entrada como titular coincide com a queda de desempenho da equipe. Ansioso, lembra seu pior defeito no começo de carreira: o pavio curto. Reclamou veementemente, como se nem tivesse encostado no paraguaio.

Houve uma melhora a partir do gol sofrido, é verdade. Algumas boas chances foram criadas, em especial um ingresso de Piris que resultou num chute na trave e alguns bons arremates de fora da área, principalmente por parte de Carlinhos Paraíba, o melhor tricolor em campo. Mesmo assim, faltou qualidade na criação. Faltou o time ser mais incisivo com a bola no ataque. Faltou Cícero. Ou Rivaldo, excluído da viagem ao Paraguai não por Leão, mas pela diretoria antes mesmo da chegada do novo técnico.

No segundo tempo, o Libertad não melhorou. Embora seja bom time, respeitou bastante o São Paulo e manteve-se recuado, esperando contra-golpes. O tricolor é que piorou e parou de levar perigo. A situação se agravou com o segundo gol, feito em impedimento, lance bastante difícil e que dá a impressão de posição legal para quem o vê em velocidade normal, sem replay. Mesmo com Cícero e Fernandinho nos lugares de Marlos e Luís Fabiano, o São Paulo sequer ameaçou a vantagem do Libertad, que se classificou com relativa tranquilidade.

A Sul-Americana se desenha para as quartas de final. O Vasco é o único brasileiro. É o melhor time, tendo como principais rivais Universidad de Chile (favorito contra o Arsenal Sarandí) e Vélez Sarsfield (favorito contra o Santa Fé). O Libertad enfrenta a LDU, o duelo mais equilibrado de todos.

LIBERTAD (2): Medina; Bonet, Benegas, Canuto e Samudio; Ayala (Pouso), Cácares, Aquino e Maciel (Civelli); Nuñez (Velázquez) e Gamarra.
Técnico: Jorge Burruchaga
SÃO PAULO (0): Rogério Ceni (Denis); Piris, João Filipe, Rhodolfo e Juan; Wellington, Carlinhos Paraíba, Marlos (Cícero) e Lucas; Dagoberto e Luís Fabiano (Fernandinho).
Técnico: Emerson Leão

Copa Sul-Americana 2011 - Oitavas de final - Jogos de volta
Local: Estádio Nicolás Leóz, Assunção (PAR); Data: quarta-feira, 26 de outubro de 2011 - 21h50 (horário de Brasília); Árbitro: Wilmar Roldán (COL); Gols: Aquino (pênalti) 9 do 1º; Nuñez 22 do 2º; Cartão amarelo: Maciel, Benegas, Bonet, Canuto, Wellington e Rhodolfo; Expulsão: Juan

PRÓXIMOS JOGOS
Olímpia x Libertad - Paraguaio - domingo, 30/10, 18h30 - Defensores del Chaco, Assunção (PAR)
Vasco x São Paulo - Brasileiro - domingo, 30/10, 16h - São Januário, Rio de Janeiro (RJ)

Comentários

André Kruse disse…
Pode até ser que o Luis Fabiano "destrua" em 2012, mas até aqui ele é uma das piores contratações de 2011.

Um destaque da transmissao da Globo: Casagrande começou a fazer uma tese sobre o perfil do Leão. Comparou o treinador Leão ao treinado Scolari. E soltou a perola: O Leão vai pelo respeito, o Felipao pelo medo.
Chico disse…
são paulo: mais viado do que nunca.