Subclássico das Américas

Os argentinos não esperavam nada de sua seleção, montada às pressas e sem nomes de grife como Verón e Riquelme - que poderiam jogar, afinal, atuam em solo nacional. Do Brasil sim, esperava-se mais. Não pelo que os times escalados por Mano Menezes vêm fazendo, mas pela qualidade individual de seus jogadores de frente - e tão-somente por eles. Porém, bem marcados pelo cuidadoso sistema defensivo montado por Alejando Sabella, não criaram grandes problemas, exceto por lances esporádicos.

O 0 a 0, no fim das contas, ficou de bom tamanho. E mostra muito mais os problemas brasileiros que os argentinos. Afinal, Sabella está recém chegando, não tinha a obrigação de já vencer convencendo. Mano Menezes, por sua vez, escalou o mesmo trio de frente da partida contra Gana. Sua seleção de hoje é mais próxima da real que o Brasil terá que a da Argentina. Fora o tabu: segue sem vencer um time grande desde que assumiu a casamata verde-amarela. E não caiam na conversa da renovação num time com Renato Abreu (33 anos, nunca jogou pela seleção, terá 36 em 2014) e Kleber (também passou dos 30 e apresenta sinais claros de decadência), entre outros.

A pobreza técnica impediu que a partida tivesse um mínimo de emoção. No caso argentino, pesaram o desentrosamento e a lesão dos dois principais jogadores do time, Martínez e Boselli. No brasileiro, o abismo entre o meio e o ataque. Ralf, Paulinho e Renato Abreu não tinham qualquer aproximação com o trio de frente. Para piorar as coisas, os laterais pouco subiram. A preferência de Mano por Danilo em detrimento de Mário Fernandes na direita beira o inexplicável também por isso: a facilidade que o gremista tem em apoiar. Faltou jogada pelos lados o tempo todo.

De bom, mesmo, só a espetacular jogada de Leandro Damião em cima de Emiliano Papa no segundo tempo. Saber se ele tentou cruzar ou chutar a gol é detalhe que não invalida em nada a beleza do lance. Por sinal, primeira vez que vejo a torcida argentina aplaudir jogada de um brasileiro em um clássico. Messi já conseguiu o contrário no Mineirão, em 2008.

Copa Roca 2011 - Jogo de ida
14/setembro/2011
ARGENTINA 0 x BRASIL 0
Local: Mário Kempes, Córdoba (ARG)
Árbitro: Enrique Osses (CHI)
Público: 50.000
Cartão amarelo: Zapata
ARGENTINA: Orión (6), Sebá Domínguez (6), Desábato (5) e Cellay (5,5); Pillud (5), Fernández (5,5) (Chávez, 38 do 2º - sem nota), Zapata (5), Canteros (5,5) e Papa (4); Martínez (6) (Mouche, 13 do 2º - 4,5) e Boselli (5,5) (Gigliotti, 24 do 1º - 4,5). Técnico: Alejandro Sabella (5)
BRASIL: Jefferson (6), Danilo (4,5), Dedé (5,5), Réver (4,5) e Kleber (4,5); Ralf (5), Paulinho (4,5) (Casemiro, 42 do 2º - sem nota) e Renato Abreu (5) (Oscar, 17 do 2º - 5); Neymar (5,5), Leandro Damião (6) e Ronaldinho (5,5). Técnico: Mano Menezes (4,5)


Comentários

Paul disse…
Coloquei lá no Impedimento mais cedo, mas só porque tu citou esse fato, vou colar aqui também:

Direto dos comentários do OLE:

“MILLO 15/09/2011 00:23

Y USTEDES CORDOBESES Y LA CONCHAA DE SU HERMANAA

LOS BRASUCAS NO SE APLAUDEN NUNCAA!!

NO IMPORTA LO QUE AGA .!!! AUNQUE SE PASE A LOS 10 Y AL ARQUERO!!

LOS BRASUCAS NO SE APLAUDEN NUNCA PEDAZOS DE FORROSS!!!

POR QUE NO ALENTARON?!!”
Samir disse…
O jogo foi tão ruim que os argentinos tiveram mesmo q aplaudir a única coisa de boa que puderam ver.

Sobre o jogo: a Argentina, apesar de tecnicamente pior, mostrou mais padrão de jogo do que o Brasil. Tá na hora do Mano cair na real e parar com esse esquema estúpido! O 4-3-3 do Corinthians, sem a bola, funcionava com o4-5-1, coisa q nunca acontece com o Brasil Neymar, Robinho, Pato, Ronaldinho, seja quem for os dois avantes abertos, eles nunca compõem o meio, oque deixa o meio fragilizado. E, se considerar q o meio tem ralf, paulinho e renato, bom, a situação piora!

Ou o Mano começa a montar um time equilibrado, sólido, ou ele n termina o ano a frente d seleção.

E que eu nunca mais veja Kléber e Renato Abreu com a camisa amarela.
Vicente Fonseca disse…
A postura passiva da torcida de Córdoba chamou mesmo a atenção. Porém, é preciso considerar que a distância do campo até o gramado era absurda.
Chico disse…
O que importa é que hoje é aniversário do GRÊMIO! Parabéns a todos nós tricolores.
Franke disse…
Gastei grande parte do tempo em que consegui ficar acordado tentando decidir se aquele vão cinza-musgo que se criava acima do campo era uma parede prisional ou uns 2 km que separavam a torcida do jogo. Lamentável.
arbo disse…
Perfeita descrição do jogo, Vicente, até pela ausência da palavra Neymar. O Mano conseguiu acabar o jogo com uma substituição a ser feita, sendo q a 2ª ocorreu só depois dos 40. Brincadeira, e com Lucas e Mário no banco. vai se foder. E essa história de chamar, quase como regra, mais os caras com quem trabalhou não me cai bem. fica parecendo pouco criativo, pra dizer pouco.
Vicente Fonseca disse…
Agradeço os elogios, Arbo. A ausência da palavra "Neymar" é que ele jogou outra partida, só dele e para ele. Não participou de Argentina x Brasil, mas sim de um show de individualismo.

Concordo em relação ao Mano. Lucas é outro absurdo no banco.

Abraço.