O reencontro

São quase 11 anos de uma relação de mágoas, sem amor, com muito ódio. A cada aparição de Ronaldinho em Porto Alegre, os gremistas exprimiam seu sentimento ruim em relação ao jovem craque que deixou o Olímpico pela porta dos fundos, no início de 2001. Vaiavam-no até em evento beneficente, ou em jogos do saudoso Trianon. Muitos creditam à sua saída repentina, sem render ao clube aquilo que ele próprio esperava, o rebaixamento de 2004 e a chamada "década perdida", sem títulos de expressão.

O Grêmio (14º, 13), hoje, tem muito menos time que o Flamengo (3º, 24). Mas o jogo pode equilibrar-se na medida em que o elenco tricolor se mobilize em torno da causa. Foi justamente para o rubro-negro que o tricolor perdeu Ronaldinho e a chance de uma reconciliação no começo deste ano. Foi justamente nesta arrastada negociação que o clube perigosamente deixou de lado outras prioridades, inclusive a de reforçar o elenco em outras posições. Foi justamente a partir daquele complicado início de janeiro, do jogo duplo de Assis e, principalmente, da saída de Jonas, que o Grêmio perdeu o que era o melhor time brasileiro do fim de 2010 para o time medíocre e enfraquecido desta temporada.

Ao contrário do que anda se falando, de time retrancado, vejo com bons olhos a possível escalação de Julinho Camargo. É bastante equilibrada. Isto, claro, mantendo-se o 4-5-1 com pinta de 4-3-3, com Marquinhos, Escudero e Leandro nas meias. Caso a opção seja por retirar o guri de 18 anos em favor de Adilson, temos um time extremamente fechado, que perderá o jogo, possivelmente de pouco. Até porque o fraco Grêmio deste ano, apesar de tudo, não leva goleadas (exceção honrosa ao desastre de Santa Cruz de la Sierra).

O Flamengo assusta pelo que fez com o Santos, mas também não é um time de aplicar placares elásticos. A diferença de momento é o que mais assusta os gremistas. Mas descreio em goleada hoje. O favoritismo é total dos cariocas, e justamente isso pode jogar contra, colocar pressão sob seus ombros. O Grêmio, obrigatoriamente, precisar jogar a vida no Engenhão. Uma derrota, aliada aos próximos difíceis compromissos (Atlético/MG e Palmeiras), podem colocar o time na zona de rebaixamento.

Além disso, pela mística, não se esqueçam quem é o técnico rubro-negro...

Em tempo:
- Rodada de sábado reserva mais dois bons jogos. Cruzeiro (8º, 18) x Botafogo (6º, 19) é a disputa de dois times que brigam para ingressar no concorrido G-4. Já o consistente Palmeiras (4º, 22) de Luiz Felipe recebe o Atlético/MG (13º, 14), que ameaça crescer, embalado pela contratação do centroavante André. Para os gremistas, vale conferir. São os dois próximos adversários do tricolor.

Comentários

Sancho disse…
Os deuses do futebol são implacáveis e humoristas!