O mesmo Inter, na boa e na ruim

INTER 0 x 3 SÃO PAULO
Interessante notar como algumas poucas rodadas podem deixar sem argumentos os analistas de resultado. Há três semanas, depois de superar o Atlético-PR, o Inter era uma equipe em franca ascensão, embalada, em arrancada irresistível rumo ao topo da tabela. Três jogos depois, vê-se distante dos líderes, com um plantel tomado de carências e à beira de uma crise de dimensões imprevisíveis. Um verdadeiro nó cego na mente dos que se deixam levar pela maré, sem conseguir ir além de gols marcados e sofridos.
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Claro que a verdade, como costuma ser, está na metade do caminho: nem era o Internacional a máquina de golear vista anteriormente, tampouco é a desgraça vermelha que surge nas crônicas apressadas de pós-jogo. É uma equipe de grande potencial, com jogadores de alto nível, mas que ataca pouco e sofre não apenas com incertezas táticas, mas também com a falta de profundidade técnica no plantel. Se precisa mexer no time, o Inter sofre; se precisa buscar um resultado, não consegue adotar a postura incisiva necessária para isso. Dependente de soluções individuais, o coletivo colorado demonstra dificuldades em se afirmar. No primeiro tempo da partida de hoje, contra o São Paulo, o colorado foi esmagado; no segundo, conseguiu recuperar-se um pouco, mas voltou a exibir sua irritante tendência a carregar a bola e não chutar a gol.
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Mais uma vez, Falcão tentou as tais duas linhas de quatro, desta vez com Alex levemente recuado em um quase 4-4-1-1, e novamente fracassou. Nei e Kleber, uma vez mais, fizeram muito pouco - Nei, em especial, falhando vergonhosamente no último gol são-paulino. Bolívar e Índio foram uma zaga lenta e submissa, exatamente como têm sido e era de se esperar que continuassem sendo. Sem Oscar, o meio-campo do Inter viu-se diminuído, e o ímpeto que o atleta costuma somar ao time fez muita falta na hora de atacar. Na hora de mexer no time, entraram atletas como Elton, Fabrício e Gilberto - nenhum deles exatamente ruim, todos com potencial, mas ainda incapazes de dar aquele algo mais necessário para um time que quer brigar por título.
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Feita a lista, pergunto: onde está a novidade? O quê, no meio desses problemas todos, se manifesta de forma inédita ou mesmo inesperada? O Inter, nos bons e maus momentos, repete-se de forma bastante clara. Diante de três equipes sabidamente qualificadas (Vasco, Corinthians e São Paulo), jogou bem em vários momentos, sofreu em outros, mas perdeu nas três oportunidades. Não é, de forma alguma, um sinal animador. Para inverter essa tendência, o Inter precisa corrigir alguns pontos, em especial a fragilidade defensiva e a falta de contundência no ataque. O problema é que os dois jogadores que tinham ajudado a arrumar esses setores (Juan e Oscar) não voltam tão cedo. O diagnóstico não é o problema; a questão é acertar na medicação, antes que a febre fique ainda mais alta.
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Comentários

Chico disse…
E o bambi abateu o falcão.

Qué pasó,siegmann???
Chico disse…
Extra: GRÊMIO vai trazer falcão para ser auxiliar de Julinho Camargo.