De volta ao amadorismo
Nos anos 30 do século passado, profissionalizar o futebol foi a solução encontrada pelo futebol argentino para diminuir o número de clubes na primeira divisão do país - eram 36. Se engana quem pensa que nestas oito décadas viveu-se de Apertura e Clausura, como nos moldes atuais. Houve diferentes fórmulas, e até mesmo um Campeonato Metropolitano de Buenos Aires, que tinha o status de nacional.
Quase 80 anos depois, a AFA comete um retrocesso que volta a inchar o campeonato como nos tempos de amadorismo. Para falar a verdade, é muito justo e simbólico. Afinal, nada mais amador que dobrar o número de clubes na primeira divisão para que o gigante River Plate não corra o risco de mofar na segundona. Uma decisão semelhante à que tomou a CBF em 1992, quando o Grêmio caiu. Naquele ano, aumentou-se de 20 para 32 os clubes na Série A brasileira, com 12 promovidos da Segundona, em vez de 2.
Desta vez foi ainda pior. Porque o Grêmio ao menos teve que ficar entre os 12 melhores dos 32 participantes da Série B para subir há 20 anos. Agora, o River pode ser o último colocado na Primera B que ainda assim jogará o torneio de elite em 2012/13. O inchaço é permanente. E o 2011/12 do River será, em termos de resultados, absolutamente inútil. Não haverá motivo algum, na prática, para que o time entre em campo. Tanto faz como tanto fez. Só não será totalmente inútil a temporada millonaria por conta da Copa Argentina, nos moldes da Copa do Brasil, que foi reinstituída. Uma medida que parecia apontar na direção de uma maior qualificação do futebol hermano, mas que é soterrada por esta barbaridade ocorrida ontem.
O River, pivô de tudo isso, ao contrário da ilusão de se beneficiar, se prejudica. Claro, não precisará se esforçar nada para subir, mas a queda poderia forçar uma reestruturação do clube, nos moldes do que aconteceu com vários gigantes brasileiros rebaixados na última década. Aos torcedores que comemoram a virada de mesa (não creio que sejam muitos), pensem nisso.
O lado positivo de tudo isso é ver que o futebol brasileiro, felizmente, já superou este estágio da "necessidade" de virar a mesa - a maior prova foi o Corinthians, que teve que jogar a Série B em 2008. Se o nosso campeonato nacional tem uma série de problemas (o adiamento dos jogos do Santos ao bel-prazer da CBF, as péssimas arbitragens...), ao menos deste aspecto nefasto parece livre.
Em tempo:
- Acabam os promédios. E a ideia de fazer um campeonato único, de 38 rodadas, como no Brasil.
- E o Fútbol para Todos? A TV não conseguirá passar todos os 19 jogos da rodada ao vivo, um após o outro. A não ser que alguns ocorram de madrugada...
- Newell's Old Boys (ameaçado pelo descenso), Racing, Vélez Sarsfield e All Boys (rebaixado) foram os únicos clubes a votarem contra. Até mesmo o Boca Juniors votou a favor da mudança. Triste demais a postura dos clubes, o que inclusive aponta na direção contrária dos que imaginam que o panorama possa mudar em breve.
Quase 80 anos depois, a AFA comete um retrocesso que volta a inchar o campeonato como nos tempos de amadorismo. Para falar a verdade, é muito justo e simbólico. Afinal, nada mais amador que dobrar o número de clubes na primeira divisão para que o gigante River Plate não corra o risco de mofar na segundona. Uma decisão semelhante à que tomou a CBF em 1992, quando o Grêmio caiu. Naquele ano, aumentou-se de 20 para 32 os clubes na Série A brasileira, com 12 promovidos da Segundona, em vez de 2.
Desta vez foi ainda pior. Porque o Grêmio ao menos teve que ficar entre os 12 melhores dos 32 participantes da Série B para subir há 20 anos. Agora, o River pode ser o último colocado na Primera B que ainda assim jogará o torneio de elite em 2012/13. O inchaço é permanente. E o 2011/12 do River será, em termos de resultados, absolutamente inútil. Não haverá motivo algum, na prática, para que o time entre em campo. Tanto faz como tanto fez. Só não será totalmente inútil a temporada millonaria por conta da Copa Argentina, nos moldes da Copa do Brasil, que foi reinstituída. Uma medida que parecia apontar na direção de uma maior qualificação do futebol hermano, mas que é soterrada por esta barbaridade ocorrida ontem.
O River, pivô de tudo isso, ao contrário da ilusão de se beneficiar, se prejudica. Claro, não precisará se esforçar nada para subir, mas a queda poderia forçar uma reestruturação do clube, nos moldes do que aconteceu com vários gigantes brasileiros rebaixados na última década. Aos torcedores que comemoram a virada de mesa (não creio que sejam muitos), pensem nisso.
O lado positivo de tudo isso é ver que o futebol brasileiro, felizmente, já superou este estágio da "necessidade" de virar a mesa - a maior prova foi o Corinthians, que teve que jogar a Série B em 2008. Se o nosso campeonato nacional tem uma série de problemas (o adiamento dos jogos do Santos ao bel-prazer da CBF, as péssimas arbitragens...), ao menos deste aspecto nefasto parece livre.
Em tempo:
- Acabam os promédios. E a ideia de fazer um campeonato único, de 38 rodadas, como no Brasil.
- E o Fútbol para Todos? A TV não conseguirá passar todos os 19 jogos da rodada ao vivo, um após o outro. A não ser que alguns ocorram de madrugada...
- Newell's Old Boys (ameaçado pelo descenso), Racing, Vélez Sarsfield e All Boys (rebaixado) foram os únicos clubes a votarem contra. Até mesmo o Boca Juniors votou a favor da mudança. Triste demais a postura dos clubes, o que inclusive aponta na direção contrária dos que imaginam que o panorama possa mudar em breve.
Comentários
Mas concordo com tudo o que tu disse.
1. 2000, 114 clubes;
2. 1980, 104;
3. 1979, 94;
4. 1981, 88;
5. 1986, 80;
6. 1982/1983, 76;
8. 1978, 74;
9. 1984, 72.
Patético, ridículo, pífio. Parece que o populismo peronista Kirchner, que foi muito bem sucedido após a terrível crise de 2002, se perdeu na curva e agora apoia e toma atitudes somente populistas, sem mensurar as consequências a médio prazo.
***
A ideia de que cair faz bem para clubes grandes mambembes vai de encontro à ideia - ou tese, teoria, não sei bem ao certo - de que é melhor uma instituição atingir o fundo do poço, falir de vez, para se estruturar e crescer de forma mais forte.
Seria o caso da Rússia após a Revolução Russa, EUA após a Grande Depressão, Alemanha e Japão após a Segunda Guerra Mundial e, menor escola, do Brasil após a Revolução de 30 e da eleição de Lula.
Para os clubes grandes seria a falência - nascendo com outra razão social - ou a queda de divisão, pois isto o obriga a revisar toda instituição, como patrocínios, receitas de televisão, venda de produtos licenciados, comissão técnica, preparação física, plantel, categorias de base, infra-estrutura e, sobretudo, conjuntura política do clube.
É aquela coisa: por vezes é mais jogo tu derrubar a casa de uma vez e construir ou comprar uma nova do que só gastar com reformar pra conter infiltrações, vazamentos e rachaduras
http://www.ole.com.ar/futbol-primera/Asegurar_0_524347773.html#utm_source=Fcebook&utm_medium=SM&utm_content=Futbol&utm_campaign=Nota
Na segunda fase, se manteria a divisão em 2 grupos de 19, mas agora com os grupos separados em importância. Basicamente, com outros nomes, ainda se teria a “Primera A” e o “Nacional B”, mas por um semestre. Assim, os cinco primeiros de cada chave, mais os melhores nove da classificação geral, disputariam o título e a vaga nas copas. Os demais disputam a permanência. Jogariam em turno único dentro dos grupos, e os pontos da Primeira Fase seriam mantidos.
Total: 38 jogos (39 rodadas).
E essa rodada de clássicos é uma bizarrice sem tamanho.
Como o ano que vem será idêntico a 2010/11, com os regulamentos atuais, mas sem rebaixamento, espero que virem a mesa outra vez para acabar com tamanha estupidez.
E eu, que tava feliz que depois do casamento ia colocar o Fútbol para Todos na minha TV na casa nova... Só pode ser praga da minha mulher.
A Segunda Fase será praticamente idêntica ao Clausura. A rodada de clássicos é para atingir o número mágico de 38 jogos, e para se garantir dois clássicos por temporada: RIV-BOC; RAC-IND; SLZ-HUR; ELP-GLP; NOB-RCT; etc.
De todas as m... que poderiam ter feito, essa é uma das menores. O problema não está na fórmula em si, mas na incapacidade do futebol argentino de ter 38 equipes. Tchê, na B Nacional, por causa da violência, é proibido torcedor visitante!
E nunca é demais lembrar: Racing e San Lorenzo já caíram e jogaram a Primera B. E voltaram dentro do campo. Me surpreendi com a virada de mesa, mesmo o River tendo mais torcida que ambos.
Qdo eu era piá, ficávamos na sala eu, meu pai e meus dois irmãos, vendo futebol, e minha mãe tinha q ir para outra peça da casa, sem TV. Ela dizia "o grêmio vai perder, vcs vão ver". No fim daquele ano fomos rebaixados (1991).
Em 1995 ficávamos no quarto ouvindo o jogo no radinho, os 4, e a mãe na sala vendo novela (A próxima vítima). Resultado: campeões da américa.
Nunca, em hipótese alguma, permita que uma mulher rogue uma praga contra seu time. Nesses momentos devemos ceder.
Perde o futebol argentino, perdem os amantes do futebol. Apenas a noiva do Vicente não perde. Foda! Temo pelo que poderá acontecer ao Grêmio com este casamento... abre o olho Vicente!!
2004!
Lamento por todos nós.
Sei não. Se isso se confirmar (sou uma pessoa bem paciente), acho que nem divórcio cabe. Isso é motivo para cancelamento!
:-P