Passou
Rafael Marques, perigo nas duas áreas, fez outro gol |
A quinta-feira deve marcar mudanças no Grêmio, tanto na comissão técnica como talvez até na direção do futebol. Pudera: o jogo de hoje só não marcou o fundo do poço completo porque não houve derrota (questão de segundos, mas não houve). Empatar com o lanterna do campeonato, no Olímpico, jogando boa parte do segundo tempo com um homem a mais, é muita "façanha" para um jogo só.
É fato que um gol levado cedo, antes dos cinco minutos, atrapalha os planos. Ainda mais para uma noite de voltas como a de André Lima e Leandro, além da (boa) estreia do argentino Miralles. Mas não foi um jogo isolado, e aí está o problema: a grande bagunça chamada Grêmio se repete desde janeiro. Ninguém se entende, pouca coisa funciona de forma organizada, é tudo na base do "vamo que vamo". Gabriel, por exemplo: foi escalado como lateral direito, mas seu posicionamento foi muitas vezes de meia e até volante. Quantas vezes os atacantes do Avaí ficaram no mano a mano com a zaga por conta disso?
Verdade que houve um gol mal anulado, mas é bom lembrar que a reação começou num pênalti inexistente marcado sobre Escudero, outro que, como Miralles, entrou com boa movimentação - embora peque no último passe frequentemente. A expulsão de Douglas é igualmente inaceitável. Chama a atenção a carícia feita nele por Renato Portaluppi, que contrasta com a indignação do treinador com a expulsão de Borges, naquela derrota para a Universidad Católica. Estupidez por estupidez, os lances foram equivalentes. Claro, o jogo da Libertadores valia mais que este de hoje...
De qualquer forma, mudanças devem ocorrer nesta quinta. Renato e Antônio Vicente Martins vieram juntos a público reiterar que estão unidos. Odone em princípio não falaria, um absurdo, mas foi aos microfones a seguir, e seu tom é o de quem vai promover mudanças. De fato, o Grêmio anda precisando delas. Não é questão de ter um fato novo. É de buscar ideias novas, de buscar gente nova para tirar algo do time, o que Renato, definitivamente, não consegue mais. Sua campanha em 2010 foi fantástica, recheada de méritos seus (não os tirem, por favor, julgando-o pelo mau momento atual). Mas o 2011 é um fracasso. Não só dele, claro. Não foi ele o culpado pela saída surpreendente de Jonas, não foi (só) ele quem contratou reforços que não deram certo. Mas é ele sim o responsável por este time não ter padrão de jogo algum, não exibir qualquer organização tática mínima, ter alguns jogadores escalados mais pelo nome que pelo momento.
Nada apagará o grande ídolo, e a coragem de Renato ao assumir este risco é admirável. Mas sua era como treinador no Grêmio, ao menos esta era (podem vir outras, quem sabe?), passou. Amanhã saberemos se Odone já admite isso ou se tentará insistir mais um pouco. Mas passou. E não só a dele. A mudança precisa ser mais profunda, tanto em nomes como em política de futebol, para que exista um novo panorama de fato no Olímpico.
Em tempo:
- Se Renato cair mesmo, amanhã comentaremos nomes. Antes é precipitação - mas Roth não vem.
Foto: Agência Estado.
Comentários
Quanto ao Renato, venho dizendo isso por aqui há meses, então ninguém poderá me chamar de oportunista. Há tempos ele quer ir embora. Não encontra mais soluções, não demonstra disposição para achá-las, avolumam-se os relatos de que o homem só faz rachão e não curte trabalhar taticamente o time. É um brilhante motivador de vestiário, e nisso conseguiu fazer campanha excepcional em 2010. Mas vem caindo pelas tabelas há muito tempo. E o discurso dele hoje deixou bem claro o quanto a sua visão está distanciada da realidade gremista. O ciclo está encerrado, simplesmente. Melhor que ele se vá, quanto mais cedo melhor.
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Um dos maiores méritos do Renato é ter o comando do vestiário. Depois de Felipão apenas ele e Mano tiveram total comando sobre o grupo de jogadores. É um motivador e sabe blindar seu grupo, chamar a bronca para si quando necessário
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Por outro lado, seu trabalho de campo ainda parece estar muito aquém daquilo necessário pelo time, pela diretoria e pela torcida.
A bola parada perdeu muita qualidade, a meia-cancha deixou de ser compacta e a defesa virou uma peneira. Mesmo na melhor atuação do ano - contra o Junior, no Olímpico - o adversário teve duas chances claras de gol
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De longe, o que me parece é que Paulo Odone retornou para vencer o grupo que estava na presidência e inaugurar a Arena. O que é legítimo, visto que o projeto foi concebido em sua gestão de 2005/06 - antes de Copa do Mundo - e que ele foi eleito pelo votos dos sócios - diretamente, em 2004, e indiretamente, em 2006 e 2010.
No entanto isso deixou Antônio Vicente Martins isolado. Ele é o sucessor natural de Odone na presidência, mas ao ser deixado isolado e tendo Renato como subalterno, seu trabalho sucumbiu. Espero que continue, mas terá que mostrar mais força
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Visto os gastos com o futebol é quase utópico aquilo que pedi no Carta há alguns meses: redução da folha, negociação dos medalhões, enxugamento do grupo e um treinador emergente e jovem, que coloque a gurizada para trabalhar e forje um grupo apa o futuro.
Para esse ano até acho que o mais sadio seja trazer um nome tarimbado - tipo Roth -, fazer um trabalho digno até o fim do ano e recomeçar em 2012.
Trazer um cara do Interior - Leocir D'allastra, Gilmar Iser, Benhur Pereira, Julinho Camargo, Lisca - ou identificado com o clube - Marcelo Rospide, Arce -, bancado pela diretoria, pagar as dívidas e montar um projeto
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Ao final do ano, por mim, sairiam:
LATERAIS: Gabriel, Lúcio e Gílson
ZAGUEIROS: Rafael Marques e Rodolfo
VOLANTES: William Magrão
MEIAS: Escudero, Marquinhos (três anos por um cara irregular e acima dos 30? Não dará certo), Roberson
ATACANTES: Lins, Bergson
Montar um time a partir de: Victor; lateral-direito, Mário, Saimon e Bruno Collaço ou Neuton; Rochemback, Gilberto Silva, Douglas e Miralles; Leandro e André Lima
1) Trazer técnico do interior dificilmente dará certo com essas "puta véia" que o Grêmio tem no elenco. Tem que ser um cara que imponha respeito também pelo currículo, para fazer eles jogarem.
2) Miralles de meia? Prefiro pensá-lo como um bom reserva para o ataque, no que ganharíamos opções, do que encaixá-lo numa função que não é sua, diminuindo opções.
Mas na prática o Roth é inviável. O Grêmio de 2009 e o Inter de 2011 mostram isso. É uma relação completamente doentia com a torcida/imprensa (e muita vezes injusta)
ahheaueauheauhea
Eu só me lembrava do Zeh na hora do gol do Avaí. Saibam, senhores, que ZEH NASCIMENTO tem culpa DIRETA na QUEDA de Renato Portaluppi.
hdshdshh
E quando formei o time, não me ative muito à tática. Mas é verdade, Miralles é mais atacante do que meia. Até o acho mais com perfil trombador do que driblador.
Nesse meu pensamento mais 'embasado' entraria Pessalli na meia
- Celso Roth
- Paulo Autuori
- Jorge Fossati
- Celso Roth
- Gallo
- Hélio dos Anjos
- Celso Roth
- Cláudio Duarte
- Zé Mário
- Celso Roth
- Juan José López
- Vagner Mancini
- Celso Roth
- José Luiz Plein
- Lothar Matthaus
- Maradona
- C. J. (Cee Jay) Roth
Escolhendo qualquer um destes não tem erro.
Sobre técnicos, realmente penso que, na teoria, Roth é o melhor dos disponíveis - mas a rejeição não deve permitir que isso ocorra. Não sendo ele, Cuca (como já andam confirmando) é a melhor opção.
Quando o Tricolor vai trazer um zagueiro de verdade?
A cabeça de Antônio Vicente Martins numa bandeja!
O Cuca tem maior variação, trabalha também no 3-5-2, mas o Adílson é só esse esquema e adora jogador operário - se vier, primeira contratação será Marquinhso Paraná.
Nisso o Roth tem maior variação: trabalha no 4-4-2 em quadrado, no 4-4-2 em losango, no 3-5-2, 4-2-3-1 e até no 4-3-3 (vide Atlético Mineiro)