Dose tripla assegurada
Grêmio e Inter preencherão mais duas tardes de domingo |
O primeiro ponto a ser discutido no clássico é a escalação do Grêmio. Renato Portaluppi contrariou toda a lógica de seus nove meses de clube e encheu o time de volantes e zagueiros, montando um esquema esdrúxulo para tentar impedir o Inter de jogar. Seria milagre se desse certo. Além de nunca treinar uma formação tão retrancada como esta, Renato deu aos comandados de Falcão a chance de terem quase sempre a bola e, portanto, estarem sempre atacando. O natural era o que acabou por ocorrer: o Grêmio, assim que sofresse o gol, desmancharia o ferrolho.
Claro, a fortaleza defensiva não impediu o Inter de jogar, mas o manteve quase sempre distante da área. A única chance clara no primeiro tempo foi o próprio gol de Leandro Damião. De resto, algumas chegadas perigosas, poucas, por sinal. O Grêmio até teve duas - uma com Gílson, outra com Leandro, esta já de esquema refeito - mas abdicou de jogar. A ideia de Renato era fazer do Gre-Nal um não-jogo. Se é verdade que seu time entrou esfacelado por uma série de desfalques e problemas, também é inegável que sua ideia inicial tornou as coisas muito mais difíceis para o próprio Tricolor.
Mesmo sofrendo ainda de sua costumeira falta de objetividade, o Inter mandou no jogo em quase todo o primeiro tempo. Se Oscar era anulado por Gílson de um lado, Andrezinho levava vantagem sobre Vilson do outro - e ainda por cima barrava os avanços de Gabriel. Foi um dos bons nomes colorados na primeira etapa. O gol de Damião, como se previa, veio em jogada aérea, ainda que não tenha sido uma disputa de cabeça. O lance é interpretativo e ainda não cheguei a uma conclusão definitiva se foi falta ou não.
Com Leandro após sofrer o gol, o Grêmio ganhou também um pouco mais de Douglas, que jogava completamente isolado, longe dos volantes e de Borges também. Mesmo com uma postura um pouco mais equilibrada, eram visíveis as dificuldades técnicas e de mecânica do time. No segundo tempo, já mais disposto a arriscar, o time de Renato concedeu espaços e sofreu com as articulações de D'Alessandro pelo lado esquerdo. Fernando até entrou bem, mas o Inter mantinha o controle do jogo. Até a expulsão de Guiñazu, que mudou o rumo da partida.
Com Júnior Viçosa em campo, Renato mandou o time de vez para cima e, mais na base do abafa do que qualquer outra coisa, o Grêmio passou a dominar. As entradas de Wilson Matias e Juan trouxeram o Inter para trás também. O gol de Viçosa no final fazia justiça aos últimos minutos da partida, e foram um prêmio à bravura do Grêmio. A virada, que quase chegou a acontecer, já seria um imenso exagero. Nos pênaltis, a ausência de alguns batedores, a presença de outros (Fernando poderia ter dado lugar a Viçosa) e principalmente a não participação de Victor, pesaram demais.
Foi muito mais difícil para o Internacional do que muitos previam, mas o fim do Gauchão fica adiado para dois domingos de Gre-Nais. No fim das contas, foi o Grêmio quem deixou escapar a maior chance de ser campeão estadual. Quase conseguiu o título antecipado, e agora terá que enfrentar duas vezes o seu maior rival, que vive momento melhor e tem elenco muito mais encorpado. Não que esteja definido, pelo contrário, pois o Grêmio provou que, mesmo descaracterizado, pode endurecer bastante.
Tudo nos pênaltis
O Flamengo é campeão carioca invicto e antecipado. Bateu o Vasco nos pênaltis. Aliás, apesar de invicto e antecipado, foi um título sem a ampla supremacia que esta condição dá a entender. Nos mata-matas, venceu seus três rivais nos pênaltis. No Paulista, o Corinthians decidirá com o Santos após bater o Palmeiras nos pênaltis. Favoritismo é do Peixe neste caso.
Mais um campeão europeu
O Borussia Dortmund é campeão alemão, depois de anos de penúria financeira e técnica. Foi com duas rodadas de antecipação. Ganhou de 2 a 0 do Nuremberg e contou com a derrota do Bayer Leverkusen para o arqui-rival do próprio Borussia, o Colônia, por 2 a 0.
Foto: Jefferson Bernardes/Vipcomm.
Comentários
Quem será o técnico do Grêmio nas finais do Gauchão?
( ) Celso Roth
( ) Cláudio Duarte
( ) Cassiá
( ) Marcelo Rospide
( ) Vicente Fonseca
( ) Outro
Isso dá um bom resumo da situação, não apenas do jogo.
O Renato se equivocou com o 3-6-1, mas também tem poucas alternativas no elenco.
Esse Grêmio parece que só funciona no abafa, correndo atrás do prejuízo.
Já o Inter, vai bem obrigado. Sabe controlar qualquer jogo, se credencia como favorito a qualquer competição do ano. Falcão só teve um erro, ao botar o Juan, mas a fase é boa, acabou não sendo punido pelo resultado final.
O momento do Grêmio é complicado. Mudar ou simplificar? Contra o Católica, faz um 4-4-2 simples e lógico, com o que tem (de pior!) ou dá uma de prof. pardal e inventa algo diferente?
Pra quarta, acho q a melhor estratégia seria um 4-3-3 com quatro zagueiros (M.Fernandes, Rodolfo, R.Marques e Neuton).
Uma coisa é você ser amassado pelo rival devido à uma má escalação sua ou superioridade técnica, física e tática do rival. Isso é normal. O que não foi normal foi o Grêmio entrar em campo sem proposta alguma de jogo. Apenas se defender e levar o jogo em banho-maria. Um time covarde, ridículo, frouxo.
Isso só se agrava pelo fato de que, mesmo com TRÊS zagueiros, TRÊS volantes e DOIS laterais - portanto, 80% do time de linha com vocação defensiva -, o Grêmio SEMPRE foi envolvido pelo Internacional. Mesmo com um quase uma dezena de jogadores povoando a intermediária defensiva, com o único propósito de marcar, o Inter, com toques rápidos, triangulações e jogadas de flanco colocou o time na roda.
SEMPRE, SEMPRE e SEMPRE os rebotes foram do Inter, a segunda bola era do Inter, o jogador do Inter recebia a bola livre, dominava, olhava, pensava, fumava um cigarro até a marcação, espaçada, chegar.
Não é porque o Inter teve ínfimas chances e conclusões a gol que a marcação do Grêmio foi boa. O time do Inter foi o mesmo de 2011 inteiro: bom toque de bola, jogadas de flanco, toques rápidos, mas pouco penetração na área. Não foi contra o Grêmio que o time deixou de chutar; desde o começo do ano é assim.
Qualquer ser que acompanhe futebol sabe que o Douglas precisar estar motivado para jogar futebol. Agora, me digam, qual a motivação que o cara vai ter ao ver seu time como um exército de marcadores desorneatos, incapazes de construir uma jogada, para quando receber uma bola, enfiar para o único centroavante do time, em péssima fase, e marcado pelo adversário?
O Grêmio foi pusilânime. Um retrato disso foi ver seu goleiro fazendo cera com menos de 10 minutos de jogo.
E ninguém vai me convencer que aquele pênalti cobrado pelo Borges não foi propositado. Logo lembrei do pênalti cobrado pelo Roger Leila/Galisteu/Secco, pelo Corinthians, numa decisão contra o Figueirense pela Copa BR'07.
Fala-se que o Odone está fritando o Renato há tempos. Pode ser. Mas quem se auto-chamuscou, mais uma vez, foi o próprio treinador, que rasgou sua biografia - sobretudo, ao usar luvas.
Venceu a melhor equipe, que propôs o jogo, que iniciou sua re-estruturação mais cedo
O lance vai mto do q cada um pensa. Nesses lances de "cama-de-gato" há uma linha mto tênue entre o zagueiro ter se atirado pra cima do atacante, ou o atacante ter deslocado o zagueiro.
Quanto ao gol do Inter, se atentem à trajetória da bola. Ela foi pererecando, perdendo velocidade e na diagonal. Se ele não tivesse sido deslocado e cabeceasse de raspão, ela iria para trás e com maior velocidade.
Achei o gol (bem) irregular, mas isso não tira os méritos da vitória do Inter
Zezinho. Nem é preciso olhar a trajetória da bola. Basta olhar o que o Damião faz.
-Goleiros-
Marcelo Grohe
Matheus
-Defensores-
Rafael Marques
Gílson
Mário Fernandes
Vílson
Neuton
Rodolfo
-Meio-Campistas-
Vinícius Pacheco
Adílson
Douglas
Fernando
Maylson
Escudero
-Atacantes-
Lins
Júnior Viçosa
Leandro
Essa é a turma que viaja para o Chile. E, provavelmente, alguns não estão 100%.
Meu time: Grohe; Doril, Vílson (Marques), Tuíter e Neuton; Adílson (Vílson), Pacheco, Escudero e Douglas; Viçosa e Leandro.
E muito "vamo-que-vamo-imortal-copero-y-peleador"...
Marcelo Grohe, Mário Fernandes, Vilson, Rodolfo e Neuton; Fernando, Adilson, Douglas e Vinícius Pacheco; Leandro e Júnior Viçosa.
Quase igual ao do Sancho, só trocando Pacheco por Escudero.
Refaço minha zaga. E mantenho o Vilson, pois mesmo sem ritmo ele é superior aos dois atuais titulares na bola alta. Coincidência ou não, o Grêmio foi bem melhor por cima ontem do que nos jogos recentes.
Com laterais com características defensivas, formaria um triângulo de base baixa sem a bola (Adílson e Fernando ou Maylson alinhados, com Douglas no vértice mais agudo) e um triângulo de base alta com a bola (Adílson na cabeça-de-área com Douglas e Fernando ou Maylson fazendo a meia-cancha).
Dois ponteiros que recuam sem a bola e parte com ela dominada.
Sobre Marques e Rodolfo, pode sair qualquer um. Pode até tirar na moeda. O que não pode é os dois juntos...
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O time que escalei antes está desequilibrado. Admito. Mas eu quero desequilíbrio. Tem que fazer dois gols no Chile; tem que pressionar desde o começo. Botei quem eu acho que tem mais BOLA, porque sem futebol a gente não sai de lá classificado...
Mas todo mundo sabe que o time vai vir muito diferente, com Lins no ataque, Gílson de MEIA-CANCHA e Vilson improvisado no lado direito...
VdeP: MUHMRA. Personagem do Thundercats já é demais.
Igor, eu duvido que Lins jogue. Se o Renato estiver batendo minimamente bem, Viçosa entra. O outro pode ficar entre Leandro ou Escudero, aí é critério dele. Lins acho que é o último da lista. Perdeu espaço com a atuação de terça passada.
Tem que botar três volantes e amorcegar o jogo, tentanto achar um gol. Coloca mais um jogador ofensivo no início do segundo tempo, e, no fim do jogo, se precisar, faz a BLITZ.
Não é jogo para ganhar no fim, mas no começo.
Mas tb é de se ponderar que o ataque da Católica parece ser mto bom. O Grêmio correrá o risco de que qm pele a coruja seja a Católica. Mas, enfim, o Grêmio não tá em posição de querer não correr riscos. Quem com certeza vai fazer a estratégia q falei será o Peñarol no Beira-Rio...
Quando Felipão fez isso? Não lembro.