Para aliviar a tensão

O jogo do Internacional contra o Jaguares (MEX) pode não ser daqueles que condicionam destinos, mas está longe de ser uma partida qualquer. O empate fora de casa contra o Emelec recebeu elogios pela suposta boa atuação colorada, mas é impossível esquecer que o Inter vencia até o último lance da partida, depois de ter colocado um terceiro zagueiro para segurar o resultado. O gauchão não vale quase nada para o Inter, mas a desclassificação ainda nas quartas de final da Taça Piratini acrescentou um pouco mais de fogo debaixo da panela de pressão colorada. Celso Roth voltou a contar com a usual antipatia da torcida, e a posição da diretoria em prestigiá-lo pode começar a balançar, na medida em que não aconteça uma vitória consistente na noite de hoje. Haverá tensão no Beira-Rio, amigos/as. Podem apostar.
.
Nas condições normais de temperatura e pressão, o Internacional tem tudo o que é necessário para vencer o Jaguares sem maiores sobressaltos. O time mexicano é razoável, valoriza a posse de bola e conta com dois bons nomes de armação, nas figuras de Damián Manso e Jorge Hernández. Mas parece ter uma defesa lenta, além de um ataque pouco efetivo, características que desencorajam qualquer aposta mais convicta em algum tipo de revés. Para que aconteça alguma tragédia (e a derrota em casa, para o colorado, seria inegavelmente trágica), o Inter terá que perder, acima de tudo, para si mesmo. Algo que não parece provável, mas que tampouco é para ser plenamente descartado.
.
A descoberta da vez é que Guiñazu é meia, e não volante. Nada que mude a rotação da Terra, já que o Cholo jogava mais adiantado nos tempos de Libertad. E argumento para uma "letrinha" de Celso Roth, um treinador que, como sabemos, nunca erra. "Me chamam de retranqueiro, mas escalava um quarto homem como volante", declarou o sabichão treinador colorado. Não se diga, porém, que isso havia sido feito contra o Emelec - naquele jogo, tínhamos uma espécie confusa de semi-linha de 3 volantes, com Wilson Mathias levemente mais recuado. Agora, será um 4-4-2 típico, já que Cavenaghi estreia no ataque ao lado do imexível Leandro Damião. Que pode virar um losango maroto no decorrer do jogo, caso Roth puxe Guiñazu para a esquerda, deixando Bolatti como âncora de Wilson Mathias pela direita e fincando Zé Roberto como meia-atacante. Algo a ser visto durante o jogo, sem dúvida.
.
Time contra time, o Inter deve sair vitorioso. O problema é se o time começar a partida desfocado, sentindo o peso da necessidade de vencer. Daí a perna pode pesar, o passe sair errado, a marcação desencaixar, e sabe lá o que pode sair dessa situação. É hora do Inter simplificar - e a escalação dá indicativos de que essa é a ideia, sem maiores invencionices. Jogando sério e focado, a vitória virá. E precisa vir, ou o portão 8 terá uma noite daquelas.

Comentários

Vicente Fonseca disse…
Pelo que tu comentou do jogo do Jaguares x Alianza, não prevejo grandes dificuldades para o Inter - a não ser se for por erros próprios. Mas é time mexicano, pode encher o saco, sim. Não é barbada.
Igor Natusch disse…
Pelo que estou vendo, existe forte convicção entre torcedores influentes do Internacional de que Celso Roth pode cair entre hoje e amanhã, bastando um EMPATE MAROTO contra o Jaguares ou nem isso. Lembremos as circunstâncias da queda de Jorge Fossati (vésperas de pausa no calendário, sem nenhum grande fracasso recente) e percebe-se que são quase análogas, já que depois dos mexicanos o Inter tem pausa de 14 dias...
Lourenço disse…
Pois é, o problema é que o Benazzi já está no Bahia. O Inter fica sem opção.

Brincadeiras à parte, só vejo três nomes que a direção do Inter tentaria: Dunga, Falcão e Argel.
Vicente Fonseca disse…
Repito a pergunta do Menezes: quem cai antes, Kadafi ou Roth?

Ainda aposto no libiano.