O ataque, o time

Não demorou até que surgisse a pergunta a Renato: o Grêmio pode atuar com Jonas, Borges e André Lima, juntos, no ataque? Não, foi a resposta, categórica. Jamais poderia, e foi muito bem observado pelo técnico: um 4-3-3 deste tipo necessitaria de um meio-campo muito combativo. Douglas não marca, tem liberdade para criar. No máximo, apartaria-se o time em dois, com o quarteto na frente e o resto que se vire atrás.

Tudo errado, pois é o contrário do que deu muito certo em 2010: um time integrado, com peças que participam do processo de contenção e construção de jogadas naturalmente. Lúcio, o maior exemplo disso, teria que deixar sua função no meio se este esquema ofensivista fosse utilizado. A estrutura tática perderia toda a coesão. Fora que Borges e André Lima bateriam cabeça o tempo todo.

Esta é outra dúvida que surge: quem será o parceiro de Jonas? A meu ver, deveria ser André Lima. Borges é um excelente centroavante, mas a dupla Jonas/André Lima foi o melhor par de atacantes no Olímpico desde Paulo Nunes/Jardel. Entendem-se como se jogassem juntos há muitos anos. Os dois estilos se complementam, ambos tabelam, sabem onde encontrar o parceiro sem precisar procurá-lo. Não convém brecar a grande fase do melhor setor do time no fim do ano justamente no começo da temporada. 

Ainda que Borges seja um ótimo jogador e em nada vá diminuir o time, é preferível ter dois bons centroavantes - sendo um deles no banco - que dois batendo e cabeça e se diminuindo, ao invés de somar.

E o Inter?

Pouco tem se falado no Internacional neste começo de ano. O silêncio é bom por um lado: desviou-se o foco do noticiário para as negociações do Grêmio com Ronaldinho, enquanto nada acontece no Beira-Rio – os titulares, lembremos, ainda estão em férias. O vice de futebol Roberto Siegmann não anunciou uma contratação sequer. O máximo que vemos é a eterna possível saída de Guiñazu, pauta pelo lado vermelho a cada começo de temporada.

Começar 2011 com a equipe que terminou 2010 está longe de ser um problema. O Inter tem uma ótima base, é campeão da Libertadores e tem jogadores de alto nível. No entanto, ficou nítido no Campeonato Brasileiro que o time, em campo, precisa render mais. É simplista afirmar que o título sul-americano foi o único fator responsável pela queda de produção colorada no returno. As atuações, com raras exceções, nunca convenceram de fato. Mesmo as da Libertadores.

O time que começa o ano é o Inter B, bem diferente do que o que jogará durante a temporada. Será a hora de ver se promessas como Marquinhos e reforços como Rodrigo podem substituir nomes que parecem ter os dias contados no Beira-Rio, como Índio, Alecsandro e Wilson Matias.

É hoje

Começa o futebol brasileiro 2011. O Campeonato Cearense dá sua largada nesta quarta-feira.