Assis forçou a corda
Igor Natusch
Quando se trata de Roberto Assis Moreira, tudo é indefinido até que o contrato seja assinado - e, possivelmente, mesmo depois disso. Nem mesmo a doce e bondosa Velhinha de Taubaté acreditaria nas boas intenções do empresário-irmão de Ronaldinho, especialmente depois de ver a volta do craque transformar-se em um pregão de dar inveja à Bolsa de Valores de SP. Com a cara lavada que Deus, em sua infinita sabedoria, achou por bem lhe dar, Assis segue insistindo que a prioridade era o Grêmio desde sempre, que o Milan é que complicou o negócio, que tudo que ele sempre quis foi realizar o sonho do dentuço de voltar ao Estádio Olímpico. Enquanto isso, dois times desistem do craque no espaço de 24 horas, ambos sem poupar adjetivos negativos, o que longe está de ser um sinal alvissareiro para um atleta que, segundo suas próprias palavras, quer jogar a Copa de 2014. Depois de tantas reviravoltas, eis que vivemos um quadro bastante peculiar: de tanto leiloar Ronaldinho, Assis pode acabar ficando sem clube para vendê-lo no Brasil.
Absurdo? Bem, até pode ser. Mas, a se crer nos relatos vindos de SP, o presidente corintiano Andres Sanchez ria abertamente na noite de sábado, durante o casamento da filha de Mano Menezes. O dirigente divertia-se mostrando a todos as mensagens SMS de seu celular, nas quais Assis praticamente implorava para que fossem abertas negociações com o Timão. Se assim agiu, imagino que não seja exatamente por estar levando a proposta a sério. Em outra ponta, temos informações de boa fonte de que Assis, mesmo depois da coletiva na qual os dirigentes gremistas desistiam da negociação, entrou em contato por meio de advogados, tentando reatar conversações sobre a contratação de Ronaldinho. Esses esforços também estariam dando com os burros n'água, já que Paulo Odone e Antônio Vicente Martins podem ser crédulos mas, definitivamente, não são otários. No momento, graças à habilidade política de Odone, a torcida gremista apoia os dirigentes e odeia Assis e Ronaldinho. Não há motivo para que os comandantes do Grêmio corram o risco de reverter essa balança.
Considerando que o Palmeiras também dispensou os serviços de Ronaldinho, por meio de uma nota oficial bem pouco simpática, o que resta ao jogador? Atuar pelo Flamengo, clube que não é exatamente o melhor do planeta em honrar contratos, mas que inegavelmente tem uma enorme torcida, disposta a gastar fortunas na infinidade de produtos que a chegada do craque despejaria no mercado. Porém, a se crer na palavra do próprio Assis (o que é sempre muito complicado), não existe contrato travado entre o clube e o jogador: o Flamengo teria acertado apenas com o Milan. E de novo, a se crer na palavra de Antônio Vicente Martins (que deixou-se enganar, sem dúvida, e pode estar enganado nisso também), a proposta gremista era, financeiramente falando, maior do que a do Palmeiras e do próprio Flamengo...
Seja como for, a margem de manobra de Assis diminuiu consideravelmente. Antes, o interesse de pelo menos três clubes era capaz de alimentar um leilão insano por Ronaldinho; agora, sobrou apenas a equipe com mais paciência. O que parece ser incômodo para o empresário - se assim não fosse, não estaria enviando torpedos oferecidos para alguns clubes por aí. E o desgaste de imagem, tanto do empresário quanto do próprio atleta, é por demais evidente, como Fábio Koff e Pelé não terão dúvidas em confirmar.
Digam o que quiserem - que o mundo do futebol é assim, que o empresário e o jogador só defenderam seus interesses, que o Grêmio foi ingênuo e etc etc até o infinito. Todas essas coisas são, em maior ou menor grau, totalmente verdadeiras. Mas nenhuma delas apaga o fato de que, desta vez, Assis forçou demais a corda. Com coletivas sem sentido, acertos simultâneos e contratos reescritos à exaustão, o empresário-irmão de Assis conseguiu, até agora, apenas queimar a imagem do seu irmão e a sua própria. Em termos práticos, temos um jogador que não atua de forma consistente há várias temporadas e que não treina há quase 15 dias. Que não atuará mais pelo clube no qual está, mas que acabou tendo suas possibilidades de novo clube reduzidas de três ou quatro a apenas uma. Um atleta que já não estava exatamente enchendo os olhos, apesar das campanhas que imploravam por ele na Copa 2010 – e que agora ganhou, de forma justa ou injusta, uma tatuagem permanente de "mercenário" na testa. Se a ideia era recuperar a carreira e jogar a Copa 2014, convenhamos que a coisa não vai nada bem.
Não duvido que Assis quebre mais uma vez a sua palavra, e que Ronaldinho acabe jogando no Blackburn ou em algum outro time do exterior. Seria apenas mais uma das muitas reviravoltas nessa comédia de erros totalmente sem graça. No Brasil, parece que só o Flamengo ainda resiste - e isso que recém chegamos na hora mais interessante de todas, na qual os contratos são escritos e reescritos rumo ao infinito. Paciência e dinheiro de investidores são duas coisas que têm limite, como bem sabemos. De qualquer modo, independente do final da história, Ronaldo e Roberto Assis Moreira certamente sairão vencedores, com alguns milhões a mais em suas contas bancárias. Ainda que, no meu ponto de vista, eles não tenham tanta coisa assim para comemorar.
Quando se trata de Roberto Assis Moreira, tudo é indefinido até que o contrato seja assinado - e, possivelmente, mesmo depois disso. Nem mesmo a doce e bondosa Velhinha de Taubaté acreditaria nas boas intenções do empresário-irmão de Ronaldinho, especialmente depois de ver a volta do craque transformar-se em um pregão de dar inveja à Bolsa de Valores de SP. Com a cara lavada que Deus, em sua infinita sabedoria, achou por bem lhe dar, Assis segue insistindo que a prioridade era o Grêmio desde sempre, que o Milan é que complicou o negócio, que tudo que ele sempre quis foi realizar o sonho do dentuço de voltar ao Estádio Olímpico. Enquanto isso, dois times desistem do craque no espaço de 24 horas, ambos sem poupar adjetivos negativos, o que longe está de ser um sinal alvissareiro para um atleta que, segundo suas próprias palavras, quer jogar a Copa de 2014. Depois de tantas reviravoltas, eis que vivemos um quadro bastante peculiar: de tanto leiloar Ronaldinho, Assis pode acabar ficando sem clube para vendê-lo no Brasil.
Absurdo? Bem, até pode ser. Mas, a se crer nos relatos vindos de SP, o presidente corintiano Andres Sanchez ria abertamente na noite de sábado, durante o casamento da filha de Mano Menezes. O dirigente divertia-se mostrando a todos as mensagens SMS de seu celular, nas quais Assis praticamente implorava para que fossem abertas negociações com o Timão. Se assim agiu, imagino que não seja exatamente por estar levando a proposta a sério. Em outra ponta, temos informações de boa fonte de que Assis, mesmo depois da coletiva na qual os dirigentes gremistas desistiam da negociação, entrou em contato por meio de advogados, tentando reatar conversações sobre a contratação de Ronaldinho. Esses esforços também estariam dando com os burros n'água, já que Paulo Odone e Antônio Vicente Martins podem ser crédulos mas, definitivamente, não são otários. No momento, graças à habilidade política de Odone, a torcida gremista apoia os dirigentes e odeia Assis e Ronaldinho. Não há motivo para que os comandantes do Grêmio corram o risco de reverter essa balança.
Considerando que o Palmeiras também dispensou os serviços de Ronaldinho, por meio de uma nota oficial bem pouco simpática, o que resta ao jogador? Atuar pelo Flamengo, clube que não é exatamente o melhor do planeta em honrar contratos, mas que inegavelmente tem uma enorme torcida, disposta a gastar fortunas na infinidade de produtos que a chegada do craque despejaria no mercado. Porém, a se crer na palavra do próprio Assis (o que é sempre muito complicado), não existe contrato travado entre o clube e o jogador: o Flamengo teria acertado apenas com o Milan. E de novo, a se crer na palavra de Antônio Vicente Martins (que deixou-se enganar, sem dúvida, e pode estar enganado nisso também), a proposta gremista era, financeiramente falando, maior do que a do Palmeiras e do próprio Flamengo...
Seja como for, a margem de manobra de Assis diminuiu consideravelmente. Antes, o interesse de pelo menos três clubes era capaz de alimentar um leilão insano por Ronaldinho; agora, sobrou apenas a equipe com mais paciência. O que parece ser incômodo para o empresário - se assim não fosse, não estaria enviando torpedos oferecidos para alguns clubes por aí. E o desgaste de imagem, tanto do empresário quanto do próprio atleta, é por demais evidente, como Fábio Koff e Pelé não terão dúvidas em confirmar.
Digam o que quiserem - que o mundo do futebol é assim, que o empresário e o jogador só defenderam seus interesses, que o Grêmio foi ingênuo e etc etc até o infinito. Todas essas coisas são, em maior ou menor grau, totalmente verdadeiras. Mas nenhuma delas apaga o fato de que, desta vez, Assis forçou demais a corda. Com coletivas sem sentido, acertos simultâneos e contratos reescritos à exaustão, o empresário-irmão de Assis conseguiu, até agora, apenas queimar a imagem do seu irmão e a sua própria. Em termos práticos, temos um jogador que não atua de forma consistente há várias temporadas e que não treina há quase 15 dias. Que não atuará mais pelo clube no qual está, mas que acabou tendo suas possibilidades de novo clube reduzidas de três ou quatro a apenas uma. Um atleta que já não estava exatamente enchendo os olhos, apesar das campanhas que imploravam por ele na Copa 2010 – e que agora ganhou, de forma justa ou injusta, uma tatuagem permanente de "mercenário" na testa. Se a ideia era recuperar a carreira e jogar a Copa 2014, convenhamos que a coisa não vai nada bem.
Não duvido que Assis quebre mais uma vez a sua palavra, e que Ronaldinho acabe jogando no Blackburn ou em algum outro time do exterior. Seria apenas mais uma das muitas reviravoltas nessa comédia de erros totalmente sem graça. No Brasil, parece que só o Flamengo ainda resiste - e isso que recém chegamos na hora mais interessante de todas, na qual os contratos são escritos e reescritos rumo ao infinito. Paciência e dinheiro de investidores são duas coisas que têm limite, como bem sabemos. De qualquer modo, independente do final da história, Ronaldo e Roberto Assis Moreira certamente sairão vencedores, com alguns milhões a mais em suas contas bancárias. Ainda que, no meu ponto de vista, eles não tenham tanta coisa assim para comemorar.
Comentários
falaram: "ahhh, mas o botafogo...".
assis e ronaldinho acabaram de nivelar os dois clubes.
Achei ótimo o texto, e acho que o título resume bem todo o episódio. Sob qualquer ângulo que esse analise a questão é possível afirmar que o Assis passou da conta.
O episódio atual acaba absolvendo em grande parte a direção do Grêmio de 2001.
Para o Grêmio, muito mais do que para Flamengo e Palmeiras, não faz sentido continuar no leilão. Tenho que concordar com Odone quando diz que só fazia sentido se fosse uma volta com o intuito claro de reconciliação. Ronaldinho é profissional, mas a equiparação do Grêmio aos demais, como se fosse só mais um time, o que ficou claro durante as negociações, acaba tirando grande parte do que moveria o projeto Ronaldinho, que era a "volta para casa".
não há não, o Galliani estava na coletiva por acaso...
no momento em que ele disse "o Milan não rescindiu o contrato", estava declarando para quem quisesse ouvir que queria uma compensação - e não seria uma compensação baixa.
mas pode continuar achando o Odone vítima, cada um acredita no que quer.
No fim das contas, eu esperava que, caso ele não viesse, fosse acontecer justamente o que estava ocorrendo: a direção do Grêmio utilizando o episódio para remobilizar a torcida, em vez de desmotivá-la. Nem precisava: SEMPRE o torcedor fica do lado do clube.
Eu gostaria que o Ronaldinho voltasse, mas, sinceramente, o time atual está muito bem. Não era imprescindível, só a cereja do bolo. Pena que não vem o Coates agora. Era mais necessário.
E continuo não vendo motivo para achar que o erro foi não ter procurado o Milan, pois o Flamengo também não havia procurado o Milan até sábado e vai levar o jogador. Ou seja, havia (e ainda há) tempo para procurar o Milan, prova disso é que ainda não se descartou definitivamente o Corinthians.
"e bom, quem é da chapa do Odone tem que defender o Odone acima de qualquer coisa mesmo..."
E desqualificar o debatedor é algo que este blog - pelo menos este - simplesmente não está acostumado.
o Flamengo fez em um dia o que o Grêmio não fez em quase 20: fechou o acordo com o JOGADOR e com o CLUBE do jogador.
eu não tenho dúvida que a negociação foi muito pesada por parte do Assis, agora, é preciso ser racional: o Ronaldinho AINDA pertence a um CLUBE. O que o Grêmio queria fazer é indenizar o ASSIS para que o Assis indenizasse o Milan.
O erro do Assis foi em não deixar claro desde o início que isso seria bem complicado.
É muito cômodo para todo mundo dizer que o culpado é aquele que quer mais dinheiro.
ninguém tem culpa de nada. As coisas tem de chegar a um final com tudo acertadinho, especialmente com vários interessados. Entre aqueles que tem interesses conflitantes, se não houver um consenso (por exemplo, jogar em 3 times diferentes, alguém tem de prevalecer).
Sem papel assinado, não há nada combinado. Simples assim.
REFERÊNCIA: CBF/Muricy/Fluminense
Muricy acertou com a CBF, que deu como certa a contratação. O técnico do Fluminense imaginava que conseguiria se liberar. Não conseguiu. Ninguém pagou a recisão de contrato do técnico e ele ficou no Flu. Simples assim. Valeram os contratos e não as negociações.
Nessa história, sempre houve três partes, e a necessidade de três "sim". Se o que se diz é verdade, e parece que foi, o Assis procurou o Grêmio e as duas partes chegaram num acordo. E o Assis ficou encarregado de buscar o "sim" do Milan.
Para o Grêmio, o que interessava era o "eu quero voltar". Como o Milan não queria mais o jogador, e ele queria voltar ao Grêmio, o acerto seria questão de TEMPO.
Se o Milan apertasse muito, ficaria com o "problema" por mais seis meses (até o fim do contrato): o prazo que o Ronaldinho tinha para encontrar novo clube. No mais tardar, na janela de agosto, ele seria apresentado em Porto Alegre.
O Milan "nunca entrou na jogada", como disse o Assis. Ele sempre esteve nela. O fato de o Ronaldinho não estar disposto a jogar só no Grêmio é que criou a brecha para o Milan (e Galliani, lógico) levar algum no negócio. E deve ter levado mais do que poderia imaginar. Devem ter extorquido o Flamengo, senão apenas em dinheiro, em atletas da base. E ainda se livram de pagar o salário do Ronaldo por mais cinco ou seis meses.
O Grêmio, se errou, foi por ter se exposto. Não errou na negociação.
Abraço.
P.S.: Pelo que consta, a situação do Palmeiras é pior. O clube procurou o Milan e chegou num acordo. Combinou com Assis e chegou num acordo. E, mesmo assim, sobrou!
Mas veja:
E o Assis ficou encarregado de buscar o "sim" do Milan.
ESSE foi o grande erro. Como bem expôs o Eduardo Cecconi, não se coloca empresário para representar clube. Empresário representa jogador.
Chegou um ponto em que o Assis poderia levar prejuízo se bancasse a indenização no Milan. O Grêmio certamente não tinha 9,2 milhões de euros na mão, à vista, para bancar o jogador - logo, teria de buscar as tais 'garantias', que a Traffic apresentou.
Se tu é o Assis, corre o risco de levar uma enrabada de 9 milhões de euros ou fecha com quem assume esse risco por ti?
Eu entendo que muita gente assumiria por gremismo a enrabada, mas nenhuma dessas pessoas detém poder sobre o Ronaldinho.
Boa vontade é o mínimo. Eu também quero entender o que aconteceu.
Volto. O Assis não foi representar o clube, mas o Ronaldinho junto ao Milan. Não havia um "Grêmio-Milan" nessa história. Pelo combinado, o Assis ia defender o direito do Ronaldo de jogar onde bem quisesse.
Se o Assis não tivesse aberto e mantido negócios com outros clubes (e o Palmeiras foi o PRIMEIRO), o Milan teria duas opções: libera o atleta e se livra dos custos; ou, então, não libera, fica com um jogador que não quer atuar pelo clube, e paga os salários até o fim do contrato (junho de 2011).
O negócio foi frustrado porque o Grêmio não era a única opção, como se imaginava que fosse dentro do clube. Tivesse Assis (o Ronaldo não decide NADA) batido o pé "é o Grêmio ou o Grêmio", e a bomba ficaria no colo dos italianos. O Galliani estava confortável porque havia briga para contratar o jogador.
Na cabeça dos dirigentes do Grêmio, a situação era simples: ele quer jogar aqui, e está tudo acertado entre a gente; se o Milan disser "sim" AO RONALDO, ele chega para a Libertadores; se disser "não", chega para o Brasileiro em agosto (se bobear, como reforço para o Mundial).
Estava tudo dentro do script até quinta-feira. Na sexta, o Ronaldo chegaria a Porto Alegre, e faria valer sua vontade. Fecharia com o Grêmio, seria anunciado com pompa e circunstância, e ficaria na dependência da liberação do Milan para jogar já, ou em julho/agosto já livre do contrato.
Mas, aí, ele ficou no Rio...
Abraço.
EU JÁ SABIA!
Ronaldinho é um craque facebook: ele só quer curtir
Viva Itaqui!
Viva Itaqui!
GÊNIO.
Em resumo: critiquem o quanto quiserem a direção gremista, pela ingenuidade de acreditar em um cidadão como Roberto Assis Moreira. Mas permitam-me discordar quando tratam a decisão de não falar com o Milan como burrice ou desleixo - pelo simples motivo de que, pelo negócio que Assis propunha (e que era o único que o Grêmio topava, diga-se), isso não seria necessário. Tanto que, quando se caracterizou essa necessidade, o Grêmio pulou fora do barco.
E posso me enganar muito, é claro, mas algo me diz que Ronaldinho não assinará com o Flamengo - ou que, pelo menos, essa definição irá muito além da próxima terça-feira. Aposto no Blackburn (sério). Veremos.
O Dunga levou um chapéu meu. O Grêmio levou DOIS!
Fico até mais tranquilo.
Sério mesmo.
P.S.: quando termina o RECCESSO da Fabico? (VdeP é quem pergunta)
No fim, me parece que houve o seguinte: Milan e Assis usaram os clubes para tirar mais dinheiro do negócio. Grêmio e Palmeiras foram "bois-de-piranha" para atrair o Flamengo. Os dirigentes dos clubes estão ressentidos porque se sentem usados. E, ao que me consta, foram mesmo!
Tirando a total falta de ética na negociação, o negócio fechado parece perfeito: o Milan se livra de uma bomba, economiza e ainda põe algum no bolso; os envolvidos ganham poupudas comissões; o Ronaldinho fecha por um baita salário; e o Flamengo contrata um ídolo que acrescenta qualidade ao grupo, empolga a torcida, e entende que o jogador vale o que será pago. Todas as partes envolvidas saem satisfeitas.
Se Ronaldinho e Flamengo continuarão assim, é outra história...
nas circunstâncias que se desenharam depois que Galliani veio ao Brasil, Assis estava mesmo usando Grêmio e Palmeiras - mas não para atrair o Flamengo, para atrair QUALQUER um que pudesse pagar. O fato dele oferecer o Ronaldinho para o Corinthians demonstrava isso. O Assis não estava seguro com Grêmio e Palmeiras. Ele queria alguém que botasse dinheiro vivo na história para rescindir com o Milan, depois que viu que para ter o passe do R10, precisava rescindir.
Acho válido pensar que "ah, bastava esperar 6 meses para ir embora". Mas seriam 6 meses parados? Ninguém queria isso.
Vende mais jornal colocar um chifre e um rabo no Assis do que mostrar os riscos que ele corria no negócio. E bem, bater em quem ganha dinheiro é o esporte preferido de qualquer país com desigualdade social absurda.
e foda-se o ronaldinho, vai se dar mal no flamengo, vai se arrepender, vai chorar, nao vai pra copa, vai se acabar na CEVA. e vai mendigar pra jogar no gremio. acabou a carreira dele, depois disso, só EUA e arábias pra ele.
... se a intenção do Assis fosse atrair 'bois de piranha', ele não estaria negociando no Brasil...
O retorno ao Brasil era a única decisão tomada antes do embrólio todo. O negócio passou a ser conseguir o máximo financeiramente pelos padrões brasileiros. O que se sabe, não é pouco.
... Assis estava mesmo usando Grêmio e Palmeiras - mas não para atrair o Flamengo...
Claro que era qualquer clube, eu me expressei mal. Terminou sendo o Flamengo.
... seriam 6 meses parados? Ninguém queria isso.
Era o risco do negócio. Se a cartada não desse certo, seria o último sacrifício antes de voltar para casa. Seriam seis meses treinando em Milão. Isso se o treinador não mudasse de idéia e o utilizasse no Milan em certos jogos, no banco ou como titular.
Vende mais jornal colocar um chifre e um rabo no Assis
Assis mentiu para os clubes. É só isso que se está dizendo.
Abraço
Assis, Simon, quem fuder o Grêmio vai sempre encontrar defensor no RS
vf: NEGROS, ALTOS, FORTES, BONITOS, LUSTROSOS
O Grêmio não teria direito a um percentual da transação do Ronaldinho pela formação do jogador?
Quem quer justificar isso que justifique, mas é uma pedra pesada para carregar.
(2)
Próximo passo do Ronaldinho: ALISAR os cabelos. Foi a VdP que me disse.
já que é ponto pacífico que o Assis é vilão e mau caráter, o Grêmio é a vítima?
ótimo.
Não é correta uma associação do tipo "é contra Assis, logo acham que o Grêmio é o coitadinho". O Grêmio deixou-se levar por um sonho de verão, e foi enganado por um empresário que jamais teve o mínimo escrúpulo e que mandou (como sempre faz) qualquer preceito moral às favas. Mundo dos negócios, uma ova: é sujo e totalmente condenável.
A situação ficou feia pq ele não aceita o banco e quer sair, tu tens só seis meses de contrato.
O mínimo que tu vais querer é conseguir uma graninha para amenizar o prejuízo.
Neste ponto a negociação com o Milan era fundamental, e os italianos de bobos não têm nada.
Se o Grêmio confiou esta tarefa ao Assis, está aí um erro: confiar no Assis, usahdusahdsahu
É claro q podia não ser tão óbvio tudo isto. Eu só percebi esta importância do Milan a posteriori.
A real é que o Flamengo foi bastante vivo nesta história. Ao procurar Galliani - ou serem procurados - o Milan passou a complicar bem mais o negócio para os outros clubes. Tanto que o relato dos dirigentes gremistas é de que, nos últimos dias, o Assis passou a relarar mais e mais complicações com o Milan.
"...já que é ponto pacífico que o Assis é vilão e mau caráter, o Grêmio é a vítima?"
Esquece Grêmio, Palmeiras, Assis. Se colocares "Clube A", "Clube B" e "Procurador" continua sacanagem do mesmo jeito.
Nesse caso, e é só sobre esse caso que se está falando, o Grêmio FOI vítima, assim como o Palmeiras.
Se em outros casos os clubes assumem o papel de "vilão"; se o Grêmio está usando esse fato para mobilizar a torcida; se o Assis já foi vítima de alguém mais ixshperrto que ele noutro lugar; tudo isso são outros problemas.
O Natusch matou a questão logo acima.
Abraço.
acho que o Odone faz certo em atribuir o papel de vítima ao Grêmio, mobilizou a torcida para o seu lado. Porém, para mim, o Grêmio e o Palmeiras não são vítimas: eles erraram no negócio, que seria muito complicado nos termos estabelecidos, do Assis rescindir o contrato.
E o Assis também errou ao não deixar claro desde o início que a trampa com o Milan não seria assim tão fácil. O problema ético a meu ver foi SUGERIR para Grêmio e Palmeiras que seria só retirar o dentuço do Milan e tudo bem. Mas é um problema ético com o qual os dois clubes concordaram quando lhes interessava.
Não vejo um sacaneador e um sacaneado. Nem dois, nem três.
Tchê, essa "ética de resultado" é indefensável. O problema todo não é que o "Assis buscou o que era mais vantajoso financeiramente para ele", mas o COMO.
É desnecessário medir palavras. São dispensáveis os eufemismos. O Assis não ERROU. O Assis não SUGERIU. Ele MENTIU.
Mentiu quando "fechou" com o Palmeiras. Mentiu quando "fechou" com o Grêmio. Mentiu quando disse para o Grêmio que o principal interesse era voltar a morar em Porto Alegre, ou seja, que o que estava em jogo não era o maior ganho financeiro.
O Grêmio tinha a certeza da vinda do Ronaldinho porque a outra parte envolvida no negócio assegurou que questão não seria pecuniária.
Esse tipo de atitude se aproxima muito mais a de um estelionatário que a de um negociante.