Dependiente

Pela segunda vez, o destino quis que o Grêmio torcesse por um time de vermelho em nome de um objetivo maior. A outra foi em 1983, quando os gremistas viraram torcedores fanáticos do América de Cali na última partida do triangular semifinal da Libertadores daquele ano. Com Fábio Koff no Estádio Pascual Guerrero e os colombianos aos gritos de “Grêmio” (ninguém suportava os argentinos e sua catimba), a equipe segurou um 0 a 0 com o Estudiantes e classificou o time gaúcho à final da competição.

Desta vez, torcer pelo Independiente, outro que veste encarnado, outro que fala castelhano, pode dar ao time de Renato Portaluppi (o único personagem presente nas duas histórias) a vaga na Libertadores de 2011. O adversário é bem menos temível que o Estudiantes de 1983: o Goiás, rebaixado no Brasileirão, mas que faz da Sul-Americana sua grande obsessão para jogar, pela segunda vez, a maior competição continental. E, ao contrário daquele América, o Independiente tem objetivos muito maiores que simplesmente “jogar pela honra”: ganhar uma competição internacional 15 anos depois e voltar à Libertadores, da qual não participa desde 2004.

Nem por isso há garantias maiores de que tudo funcionará bem como há 27 anos. As equipes são extremamente parelhas, e refletem o baixo nível técnico da Copa Sul-Americana. O Goiás é fraco, mas tem atletas experientes, que sabem lidar com pressão. O Independiente é mais consistente, embora tecnicamente se equivalha. Não há nenhum notoriamente superior.

O placar do Serra Dourada, se não for elástico, não definirá nada. O Goiás ganhou só uma partida em casa; quase sempre, buscou o resultado fora. Isto o credencia a receber a máxima atenção do Independiente na semana que vem. Porém, reverter em Avellaneda é tarefa para poucos. Ninguém saiu vivo de lá ainda. Os goianos jogam melhor fora, os argentinos em casa.

Serão dois times com três zagueiros. O Independiente, provavelmente, num 3-6-1, onde os dois meias funcionarão como atacantes em contra-golpes, ficando no mano a mano com a defesa esmeraldina. A jogada forte pela direita, com Cabrera e Parra em cima de Wellington Saci e Marcão promete ser um bom duelo do jogo. Tuzzio x Rafael Moura é outra briga que promete. São dois times médios, no máximo. Mas é decisão. E, por isso, imperdível.

Comentários

Milton Ribeiro disse…
Quanto tu queres para escrever os títulos das matérias do Sul21. Tu és matador, cara (nos títulos, nos títulos).
Filipe Duarte disse…
Vicente, estou tentando falar contigo há alguns dias, mas não tenho um contato. Sou jornalista formado, estou morando em Porto Alegre agora e gostaria de saber como faço para enviar currículo pra Gazeta. Deixo meu e-mail caso queira trocar uma ideia: filipepanzer@hotmail.com. Abraço!
Lourenço disse…
Eu ia elogiar o título também, sensacional.
Sancho disse…
Título da "escola Olé"...
Rômulo Arbo disse…
e eu q achei q o máximo seria "vemelho, diabos!"

mto bom, vicente