Duas eras em jogo
O Olímpico viverá hoje uma espécie de túnel do tempo para a torcida gremista. Um verdadeiro tira-teima entre os dois maiores ídolos do clube nas últimas três décadas. Estava escrito que Renato Portaluppi e Luiz Felipe Scolari, um dia, haveriam de se encontrar. Será no aniversário do Grêmio, clube do coração de ambos. Uma noite que tem tudo para começar com festa na Azenha, mas que promete emoções a seguir.
É um jogo difícil. O Palmeiras não perde há seis rodadas como visitante. São cinco empates e uma vitória. É o Rei do Empate. Uma igualdade hoje não seria surpreendente. O Verdão, porém, vem em momento mais complicado que o Grêmio: já está atrás do time gaúcho na classificação, com os mesmos 26 pontos, mas perde no critério, poucas são suas vitórias. Não terá Valdivia, outro que voltou do Oriente Médio com físico de ex-jogador.
Felipão virá a Porto Alegre, nove anos depois de seu último jogo aqui (Brasil 2 x 0 Paraguai, Eliminatórias, 2001), bem fechadinho. O Palmeiras deve entrar num 3-5-2, com apenas Marcos Assunção na criação, ele que não é articulador. O ataque, com Ewerthon e Kleber, é uma ameaça real a uma defesa que parece razoável, vem progredindo, mas nunca jogou junta.
O Grêmio, por sua vez, começa a criar um time, e quando isso acontece o banco já parece melhor. Com a formatação definida no 4-2-2-2 do Pacaembu, saem Vilson, Rafael Marques e Borges, todos suspensos, e entram Paulão, Neuton e André Lima. Tudo lógico, sem invenções. Fábio Rochemback retoma seu lugar após lesão, e comporá competente dupla com Adilson. Depois de muitos testes e a busca por um esquema equilibrado, Renato parece finalmente encontrá-lo e o repete. Respaldado por resultados, fica mais fácil.
Uma grande semana
Este Grêmio x Palmeiras abre uma semana de partidas espetaculares e cheias de motivos para merecem o rótulo de impedíveis. Logo depois, às 22h, teremos Fluminense x Corinthians, simplesmente líder e vice do Brasileirão, no Engenhão. Partida mais esperada do campeonato até agora, vê os dois primeiros colocados precisando da vitória para impedirem que as derrotas do fim de semana prolonguem seus malefícios. Somente um deles conseguirá. Um nenhum, dependendo de como for o empate.
Amanhã, São Paulo x Inter, reprise da semifinal da Libertadores de 2010 e da eterna final de 2006. E sábado Botafogo x Cruzeiro, terceiro e quarto colocados hoje. Aliás, tanto um como outro podem acabar o fim de semana na liderança. O returno, mais uma vez, será empolgante. O Campeonato Brasileiro, como sempre, maravilhoso neste aspecto.
Giuliano ou Edu?
Celso Roth está certo em querer o Inter num 4-4-2. O 4-5-1 valeu a Libertadores, mas Taison se foi, e era um jogador de importância tática naquela formatação, por sua característica de velocidade e arranque da ponta para o meio, com o arremate de média distância. Agora, com Sobis, aquele sistema perdeu o sentido. E o número de gols baixou: desde a conquista da América, em oito partidas, foram apenas cinco. Falta poder de fogo mesmo.
A questão que fica é: quem entra no lugar de Sobis, lesionado? Poderia ser Marquinhos, mas Roth já tem Leandro Damião na frente, e quer alguém mais experiente ao lado dele. Seriam Ilan ou Edu. Ontem, Edu treinou. Parece que vem treinando bem, por sinal. Mas faz todo o sentido desconfiar desta escalação, por tudo o que ele demonstrou neste ano discreto que desempenhou no Beira-Rio.
Ilan ainda não tem condição de jogo, fisicamente, para 90 minutos. Pode ser opção para o fim de semana. Após a partida de domingo, com o Vasco, Alecsandro já deverá estar à disposição, mas a dúvida sobre o segundo atacante prosseguirá. É um problema para Roth: escalar Giuliano parece mais razoável que apostar em Edu, jogador que, mesmo atacante, tem menos qualidade ofensiva que o jovem meia.
Rodrigo
Contratação mais surpreendente dos últimos tempos no futebol gaúcho. Difícil imaginar como um jogador que apresentou problemas de comportamento se sairá jogando pelo Inter B até dezembro. Rodrigo é bom zagueiro, demonstrou isso no São Paulo e até mesmo em alguns momentos no Grêmio do primeiro semestre. Mas Carvalho não dá ponto sem nó: embora jure que ninguém sai, parece contratação para suprir futura venda. Talvez Bolívar. Ou aposentadoria, no caso de Índio.
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