Um 0 a 0, para variar
Empate em Gre-Nal era algo que não se via há dois anos e dez clássicos. Foi na Sul-Americana de 2008, 2 a 2, no Olímpico. Sem gols, quatro anos e dois dias. Em 30 de julho de 2006, no meio das semifinais da Libertadores, o Inter mandou a campo reservas e suportou o time titular do Grêmio. Hoje tivemos um clássico parecido com aquele, aliás. Jogo de equilíbrio, morno, com o tricolor um pouco melhor, mas nada que faça da igualdade um crime. A única diferença é que, desta vez, o colorado foi muito mais titular que reserva.
O Grêmio criou mais chances, e as melhores, mas ainda assim poucas. É inegável que o 3-5-2 melhorou o time de Silas. Maylson, pela direita, entra como um raio da ponta para o centro, sempre pronto para arrematar ou servir o atacante que está na área. Funciona como um ponta, basicamente, mas que volta muito para recompor a marcação. Ele era um dos melhores em campo, até que o técnico inexplicavelmente o tirou, em favor de Edilson. A ideia talvez fosse liberar Hugo pela esquerda, mas não funcionou. O segundo tempo era de um Gre-Nal que estava com cara de que terminaria azul, mas esta alteração coincidiu decisivamente com o momento onde o Inter passou a equilibrar o clássico.
No primeiro tempo, Índio foi comprometedor. Jonas fez a festa em cima do experiente zagueiro colorado. Primeiro, ele próprio errou passe que quase resultou em gol gremista. Depois, Jonas o driblou e cruzou, mas Borges chegou atrasado. A entrada de Fabiano Eller, no intervalo, estancou a sangria da zaga rubra. Ainda assim, Borges dava trabalho a Bolívar. Foi o grande duelo do Gre-Nal, dois grandes jogadores que fizeram boa partida.
O problema ofensivo era o posicionamento de Rafael Sobis, que, muito recuado, não ofereceu perigo algum ao gol de Victor. Everton já não é um grande segundo atacante; como centroavante, é pouco mais que pífio. A zaga do Grêmio foi soberana. Rodrigo, Ozeia e Rafael Marques fizeram, todos, boas partidas. Ozeia impediu Sobis de jogar na base da imposição física e de muitas faltas. Silas o tirou no segundo tempo certamente porque temia sua expulsão.
É um 0 a 0 que, embora no Beira-Rio, foi melhor para o Internacional. Pela posição na tabela, pela situação que vive na temporada e pelos problemas demonstrados em campo, que poderiam acabar em derrota. Já o Grêmio, a exemplo de domingo passado, fez uma partida de razoável para boa. Transformou Renan no melhor nome em campo. Os problemas defensivos parecem fazer parte do passado. Mas falta a vitória. Enquanto ela não vem, o time segue numa artificial, mas sempre incômoda zona de rebaixamento.
Foto: Gre-Nal terminou sem gols, como há quatro anos não acontecia (Jefferson Bernardes).
Comentários
muito ruim, típica de jogador que fracassou ATÉ NO AL-JAZIRA e voltou pra extorquir o futebol brasileiro.
no mais, 0x0 justo.
Sobis foi o pior jogador em campo. Parte da culpa para Celso Roth, que o escalou muito longe do gol. Aliás, curiosamente, apesar do sucesso no Inter, ele nunca fez gols em Gre-Nais.
renan, de novo, excelente, esse gosta de um grenal. mesmo com a justiça do placar, claramente o gremio teve as melhores chances. aquela do borges foi increible.
Também achei o empate um resultado melhor para o Inter. Vai sereno para uma grande decisão, enfrentar um São Paulo nervoso e jogar com o placar inicial a seu favor. O Grêmio, por sua vez, segue procurando a si mesmo - até acho que o 3-5-2 pode ser um caminho, mas não com essas peças. Num esquema assim, e com nossa escassez de alas, Souza entra no time ao natural. E aí vejamos quem o Silas vai tirar...