Campeonato que toma forma

Marcado por Antônio Carlos, Sobis teve boa atuação (Lucas Uebel)
O jogo de ontem à tarde era esperado por muita gente, por envolver duas equipes em ótima fase. E o Internacional passou por mais um bom teste com louvor. Dominou o Botafogo na maior parte do tempo e saiu com uma merecida vitória, em dia que quase todo o time foi bem. Sinal de que as coisas, de fato, talvez nunca tenham estado tão bem.

A começar por D’Alessandro. Em Florianópolis já tinha ido muito bem. Hoje, sem os erros de passe em zona perigosa como contra o Avaí, foi ainda melhor. O argentino vive sua melhor fase desde que chegou ao Inter. Tudo passa por ele. Arma, lança, dribla, chuta, faz tudo com imensa qualidade. Ao lado dele, Tinga também teve boa participação – saiu, contudo, ofuscado pela brilhante partida de Andrés, que fará falta ao Inter nos 3 jogos em que estiver a serviço da Argentina.

Sobis provou que pode fazer a função de Taison, embora seja um jogador completamente diferente. O ideal é que jogasse mais próximo ao gol, mas mesmo assim fez um primeiro tempo muito bom (caiu no segundo). Leandro Damião, no centro do ataque, fez outro gol e já pode ser pulga na orelha de Roth para as próximas partidas. O técnico garantiu que Alecsandro permanece, mas isto deve ficar condicionado ao seu desempenho na volta. O guri faz um gol por jogo. Vive grande momento.

Do outro lado, o Botafogo provou ser um bom time. Foi encurralado pelo Inter na maior parte do primeiro tempo, quando Derley anulou Jobson e impediu os contra-ataques do time de Joel. Em posição diferente, o velocista passou a levar perigo mais adiante. Sua saída, no segundo tempo, foi crucial para a queda de rendimento do time carioca, que chegou a ameaçar o empate no começo da segunda etapa. Renan, recuperado das falhas da Libertadores, foi o melhor em campo ao lado de D’Alessandro.

Além disso, Joel Santana tem banco. Caio, talismã no Campeonato Carioca, entrou muito bem no jogo. Para o lugar de Jobson, entrou Edno, aquele de destaque na Portuguesa e fracasso no Corinthians, bom jogador. Abreu substituiu Herrera e deu trabalho também. A zaga é firme, e Leandro Guerreiro, assim como Herrera, prova que é bom jogador, embora não tenha dado certo aqui em Porto Alegre. Muito organizado, é um time que dará trabalho. Faz jus à boa campanha que tem.

O Campeonato Brasileiro começa a tomar forma na ponta de cima. E a tendência das últimas rodadas aponta que Fluminense, Corinthians, Internacional e Santos brigarão pelo título se mantiverem o ritmo. Botafogo e Cruzeiro, talvez o Vasco, correm por fora na disputa pelo G-4. Não dá para descartar de completo times grandes que estão mais atrás, mas a distância já é muito grande e não há indícios de que estes ponteiros de agora irão perder o fôlego. O único que talvez sinalize isso é o Timão, de Adílson Batista, mas há elenco de sobra para evitar uma queda mais brusca.

Atlético-PR x Grêmio
Seja qual das duas escalações previstas, Renato Portaluppi erra na montagem do Grêmio. Em ambas, o time fica muito exposto. Num momento onde não perder é o mais importante, o Tricolor deveria pautar seu time pela cautela, e não pela agressividade, como ele disse na sexta-feira.

No 4-4-2, o mais provável, Fábio Rochemback e Gílson, lateral que atuaria improvisado, fazem os volantes. Desconheço este último jogador, mas, não sendo jogador de contenção, é difícil supor que dê a combatividade necessária. Mais: como Rochemback não tem exibido a vitalidade necessária para quem joga na primeira função, a chance de a defesa ficar exposta cresce. Como Douglas e Souza não marcam, é quase certeza de time aberto.

No 3-5-2, sai Gílson e entra Neuton. Voltam os três zagueiros, algo que não deu certo. No meio, apenas Rochemback seria volante, para Souza e Douglas jogarem de meias. Pior ainda: Gabriel, como ala, seria quase um terceiro meia, o que deixaria a equipe ainda mais exposta, em que pese o trio defensivo. Tendência forte ao fracasso também.

Somente a volta de Adilson e a saída de um entre Souza e Douglas resolvem a inconsistência do time do Grêmio. Como nada disso deve acontecer, a possibilidade de uma nova derrota é grande. A única vantagem é que os jogadores gremistas são melhores que os do Atlético-PR. Não é pouco, mas também não tem feito a diferença em favor do Tricolor nos últimos jogos.

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Comentários

Paul disse…
Que fique bem claro que não esperava causar CELEUMA pela minha opinião, hehehe! Eu recebo as atualizações do carta pelo Google Reader, e sempre notei a diferença para os outros feeds que acompanho, mas nada que impossibilite a leitura.
Apenas em termos de comparação, sugiro que vejam a diferença entre o tamanho da fonte usada no texto e o tamanho das letras nos comentários (quando visualizados na mesma página, não no pop-up).
Mesmo assim, também existem ferramentas que possibilitam personalizar o modo de visualização da página (eu uso o READABLE, que só fica meio bagunçado quando tem algum vídeo no meio do texto).
Isso tudo apenas para dizer, agora resumidamente, que o blog é excelente e que com ou sem aumento da letra vocês não vão perder este leitor, hehehe!
Vicente Fonseca disse…
Mas nem pensamos nisso, cara. Não há celeuma alguma. Toda boa sugestão de leitores a gente coloca em votação, não é a primeira vez. Se for a vontade do povo, a ouviremos.

Agradecemos muito os elogios, fico extremamente orgulhoso deles.

Grande abraço!