Inter, com reservas, pode até ser favorito

O Inter deve escalar um time misto para o Gre-Nal deste domingo. Muitos condenam este tipo de atitude em clássico por entenderem que é dar chance para o azar e ser goleado pelo maior rival, o que poderia criar brecha para uma crise. Entretanto, a história do maior confronto do futebol do Rio Grande do Sul tem desmentido esta tendência lógica.

Nos últimos 20 anos, tivemos seis confrontos onde um dos dois tinha titulares e outro reservas: foram duas vitórias dos reservas e quatro empates. Em nenhuma oportunidade os titulares ganharam. Houve, ainda, três confrontos com times basicamente reservas dos dois lados.

Vejam, do mais recente para o mais remoto, como foram os Gre-Nais onde pelo menos um dos lados escalou um time enfraquecido, desde 1990. Estamos contando as partidas nas quais Grêmio ou Inter entraram deliberadamente com times reservas ou perto disso. Aqueles confrontos onde um dos lados esteve muito desfalcado em virtude de lesões ou suspensões foram desprezados desta listagem. Em negrito, quem pôs time reserva.

Grêmio 0 x 1 Inter, 02/05/2010: após levar 2 a 0 no Beira-Rio na primeira partida da final do Gauchão, o Inter resolveu priorizar a Libertadores e foi ao Olímpico com reservas. Venceu por 1 a 0, mas o título ficou com o Grêmio.



Grêmio 2 x 2 Inter, 28/08/2008 e Inter 1 x 1 Grêmio, 13/08/2008: líder do Campeonato Brasileiro, o Grêmio desprezou a Copa Sul-Americana, mesmo que o adversário logo de cara fosse o Inter. No Beira-Rio, os reservas gremistas conseguiram um empate de 1 a 1. No Olímpico, o 2 a 2 classificou os colorados pelo saldo qualificado, mas o time B tricolor saiu invicto.

Inter 0 x 0 Grêmio, 30/07/2006: em situação semelhante à de agora, o Inter colocou reservas no clássico priorizando a semifinal da Libertadores, daquela vez contra o Libertad. O jogo foi fraco e acabou 0 a 0, no Gre-Nal que ficou conhecido como o “dos banheiros químicos”, onde parte da torcida gremista fez grandes estragos nas dependências do Beira-Rio.

Grêmio 0 x 0 Inter, 23/03/1997: o Gre-Nal válido pela primeira fase do Gauchão foi tão frio que o Grêmio chegou a colocar até mesmo o uniforme reserva. Ambos disputavam competições maiores, e deixaram o Gauchão de lado naquele momento.

Grêmio 2 x 1 Inter, 13/08/1995 e Inter 1 x 1 Grêmio, 06/08/1995: o mais conhecido caso de sucesso de um time reserva na história recente dos Gre-Nais. Na semifinal da Libertadores, o Grêmio largou o Gauchão de mão. No clássico do Beira-Rio, um time completamente reserva arrancou um empate de 1 a 1. No Olímpico, com alguns poucos titulares, venceu por 2 a 1 e garantiu o título. A superioridade azul era tanta àquela altura que, mesmo atuando em boa parte do campeonato com time descaracterizado, o tricolor obteve a vantagem de decidir em casa.



Grêmio 2 x 0 Inter, 28/06/1995: havia uma espécie de pacto de não agressão entre as direções: o clássico, válido pela fase inicial do Gauchão, teria apenas reservas. No entanto, o Grêmio resolveu escalar alguns poucos titulares (entre eles Paulo Nunes e Jardel, autores dos gols) e venceu por 2 a 0.

Grêmio 1 x 4 Inter, 17/12/1994: possivelmente o Gre-Nal mais frio da história. Nas últimas rodadas do Gauchão interminável, de pontos corridos, Grêmio e Inter jogaram num sábado à tarde, com muita chuva e times reservas. Menos de 5 mil pessoas viram a goleada colorada, uma das poucas derrotas de reservas na história recente do clássico: não à toa, para outro time reserva.

Fotos: Giuliano marca gol da vitória dos reservas colorados em 2010 (Grêmio 1983); Grêmio campeão gaúcho de 1995, com seis reservas no time (Placar).

Comentários

André Kruse disse…
se não me engano o Ayupe fez um gol olímpico nesse de 94.
Chico disse…
Superclássico Grenal!

Não acredito nessa história de eles utilizarem time reserva. Isso é conversa fiada.