Ferdinando e 3-5-2, pelo bem do Grêmio

O diagnóstico no Olímpico era claro: o time leva muitos gols. Mais que isso, muitos de contra-ataque. Nos jogos contra o Santos (ambos), Palmeiras e São Paulo (pelo Brasileirão), os adversários transitavam com facilidade pelo miolo do meio-campo gremista e fizeram incríveis seis gols desta forma no time de Silas. Fora outros jogos.

Por isso, a volta de Ferdinando ao time do Grêmio deve ser saudada. Não por ser um grande craque, longe disso. Mas ele, ao lado de outro jogador com melhor saída para o jogo, darão ao time a consistência defensiva que chegou a ter por momentos este ano, mas a perdeu. Principalmente pelo afã de Silas de escalar todos os bons jogadores que o elenco dispõe do meio para a frente ao mesmo tempo no time: Douglas, Hugo e Leandro, mais notadamente, em detrimento de Maylson; ou Fábio Rochemback, que pouco marca, numa função onde combater é fundamental. Ferdinando fechará o buraco, pois jogará com Adilson. Este é melhor primeiro volante que segundo, pois desarma bem, mas erra passes. Não é o ideal ainda (só Willian Magrão em forma dá um jeito ali), mas já um avanço.

É claro que a ideia de mudar o esquema para o 3-5-2 não foi de Silas, mas um pedido dos jogadores. Mas pergunto: qual o problema de o técnico em pensar melhor e atender ao pedido de seus comandados? Não ser teimoso não é uma das características que definimos como grande qualidade em técnicos de futebol? Saber reconsiderar e ter diálogo não são outras? Pois bem. Podemos falar mal de Silas quanto à sua indecisão, ou mesmo de não ter sabido, ele próprio, formar um time por sua cabeça. Mas por ouvir os jogadores e ponderar a respeito disso não. Ainda mais quando há melhoras.

Não vi o jogo com o Cruzeiro, mas tudo indica que o time melhorou. Embora haja improvisações (difícil não haver pelo menos uma em um 3-5-2), parece um sistema tático que até pode dar certo, ao menos para estancar a crise. Maylson e Hugo serão mantidos para o Gre-Nal. As laterais, um problema histórico do Grêmio este ano, são preenchidas por dois meias. Jogadores que sabem compor o meio-campo, algo fundamental para um ala no 3-5-2. Depois de ter funcionado, a escalação de Sete Lagoas não parece uma aberração tão grande assim.

Mas o principal é a segurança defensiva. Não sou dos que acha que, se há zagueiros fracos, é bom escalar poucos, pois são menos jogadores ruins em campo. Tudo porque entendo que, na maioria das vezes em que se critica um zagueiro, ele está mal protegido e exposto, o que é um problema muito mais tático do time que técnico do próprio jogador. Rodrigo, Rafael Marques e Ozeia não são maus jogadores. Mas parecem piores quando há o corredor no qual santistas, palmeirenses, são-paulinos e muitos outros fizeram a festa.

Comentários

Lique disse…
cantei essa pedra. ;)
Lourenço disse…
É, mas não sei, o Rochemback, em condições, vai entrar no time. E é difícil tirá-lo mesmo, é o jogador que cadencia o jogo, já que Douglas está querendo voltar ao Criciúma.
Vicente Fonseca disse…
Talvez o Rochemback jogue melhor no 3-5-2, onde a defesa é mais protegida pela formação do time, não necessitando ele combater tanto. Por outro lado, os dois alas são muito ofensivos neste Grêmio. Acho que um meio com Maylson, Adilson, Rochemback, Douglas e Hugo é arriscado.
Lourenço disse…
O Souza seria um grande acréscimo na ala.
Vicente Fonseca disse…
Seria. E também o Willian Magrão na segunda função, se voltasse aos bons tempos.