O Grêmio evolui
Se há algo a se criticar na atuação do Grêmio ontem foram os gols perdidos, mais por preciosismo de seus atacantes que por uma suposta falta de qualidade nos arremates. Mas isso em si já é um elogio ao time: reconhece o grande número de situações de gol criadas e refere um detalhe como o principal problema da equipe, que de fato fez sua melhor partida na temporada.
Silas repetiu o time pela quinta vez consecutiva, e é exatamente definir um onze inicial o primeiro passo para formar uma equipe. O título da Taça Fernando Carvalho fez muito bem ao Grêmio. O ambiente se tranqüilizou, a pressão diminuiu, a confiança aumentou. Claro, a crise que se instala no Internacional ajuda a aumentar a estima do torcedor e sua paciência com relação ao time, peça fundamental neste processo. O crescimento é visível. Muito menos pelas 12 vitórias consecutivas, muito mais pelo que o time vem demonstrando em campo: uma evolução.
Há mecânica de jogo em evidente avanço. Ela começa em Victor, Mário Fernandes e Rodrigo, que chegou para liderar uma defesa então insegura. Edilson, hoje, mostrou qualidade na assistência do gol de William, mas ainda precisa ser melhor observado. Merece a continuidade. No meio, Ferdinando e Adilson deram a consistência que tanto faltava no começo de ano. Como Maylson, além de ir bem na frente, colabora atrás, Douglas fica liberado para criar, algo em que é absolutamente diferenciado. A manutenção desta dupla é pedra fundamental no equilíbrio da equipe. No ataque, mesmo com o gol, William poderia ceder lugar a Mithyuê enquanto Borges não retorna. A movimentação dele com Jonas é outra, que o camisa 9 de hoje não consegue dar, seja por falta de qualidade ou característica para tal.
Se o placar da final do Carvalhão não diz bem o que foi o jogo, o 2 a 1 de ontem também é mentiroso. Só que desta vez, ao contrário daquela, o Grêmio foi muito superior e deveria ter saído de campo com uma goleada. O Novo Hamburgo, entretanto, demonstrou novamente ser um bom time. Com jogadores experientes e cancheiros, não se intimidou em momento algum e encarou o tricolor sempre que foi possível, nunca com medo de atacar e tentar um melhor resultado. Mereceu seu gol, assim como Victor mereceu a defesaça no pênalti inexistente marcado por Fabrício Corrêa. Mas, desta vez, o Grêmio sobrou.
E sobra também nos números. Chega a 15 pontos, garante a classificação e um possível Gre-Nal em casa na Taça Fábio Koff, já que o colorado só chegará, se vencer as duas que tem ainda, a 14. Ultrapassa o rival também na pontuação geral (32 a 30). Mas nada disso importa mais que o desempenho. O time antes vencia sem atuar bem, às vezes assustava a todos. Agora, começa a também corresponder com bom futebol. Construção é isso. A paciência, nem sempre presente em futebol se não vier acompanhada de resultados, é quase sempre uma virtude. No caso do Grêmio de Silas, o título do turno foi de fato um adicional de tranqüilidade.
Milagre
Cabañas voltou a bater bola ontem, meses depois de sobreviver por milagre após um balaço na cabeça. O projétil, aliás, ainda está no local. Deus existe.
Foto: Maylson comemora seu sexto gol na temporada (Fábio Berriel/Futura Press).
Comentários
William é fraco, mas tem sua utilidade. Em um jogo encardido, ele pode ser útil, já que parece ter o caráter trombador necessário para abrir espaços na hora do aperto. Mas para titular do Grêmio não dá, simplesmente não dá.
E a defesa do Victor no penalti é fantástica.
Nessas horas, invejo a torcida colorada. O time pode estar mal pelas tabelas, mas a foto do Fossati na ZH descendo do carro com duas correntinhas de ouro e um maço de cigarro na mão deveria ensejar uma renovação automática por mais 2 temporadas.
Mudando de assunto, algo que me chamou atenção ontem: William era simplesmente SETENTA centímetros menor que o zagueirão do NH, o número 2, creio. O argumento de tamanho usado por Silas pra escalação de William não faz nenhum sentido.
Fim.
Sabendo disso, aos 52 anos Muricy pensa em parar de trabalhar. Talvez em 10, 15 anos. Não quer acabar como seu mestre, Telê Santana, que ele viu adoecer no São Paulo. Desde então, submete-se a exames de saúde todos os anos.
O colesterol está em ordem. Só ficou acima do tolerado na época que vivia de churrascos em Porto Alegre. A barriga é saliente e faz parte dos seus 85 quilos, quando o peso ideal é de 75 quilos:
- Oitenta quilos está bom. Velho magro demais é feio.
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a1858276.xml&template=3898.dwt&edition=9833§ion=65
O zagueiro aquele é o Cláudio Luiz e já chamava a atenção desde antes jogar no Náutico ano passado. Tem 1,99, sem trocadilhos, de altura.
Lourenço, o Silas pergunta aos seus jogadores como vai o casamento, onde o cara está colocando o dinheiro que ganha, etc. Isso é um mérito, apesar da calça 38 e da sunga branca.
Igor, defesaça do Victor. De mão trocada eu só tinha visto um outro goleiro fazer no Olímpico. Mas deixa para lá, antes que interpretem mal o que digo.
Douglas joga demais! Maylson jogando mto bem, só precisou realmente de uma sequência de jogos! Rodrigo tb foi bem, apesar de uma furada no 2º tempo, é cherifão e tá cumprindo o papel. Com a volta do Borges o time tá feito.
Jonas, finalmente, voltou ao normal, errou três gols feitos e sairá do time. Aleluia! Com Leandro e Borges na AVÂNCIA e Mitchuê na PRIMEIRA SUPLÊNCIA, passo a crer em algo mais.