Notas Preliminares I

O chavão diz muitas vezes que é cedo para analisar o trabalho dos grandes clubes neste início de temporada. Vá lá, dá pra entender que não é bem isso que se quer dizer, mas sim que ainda é cedo para um VEREDICTO.

Para analisar basta se debruçar sobre o que vem sendo feito até aqui. Sempre levando em conta, por óbvio, o pouco tempo de trabalho, especialmente no caso da dupla Grenal pela ASSUNÇÃO recente dos dois treinadores. E também – isso às vezes os mais EXALTADOS esquecem – o baixo ritmo dos jogos do Gauchão, nos quais a tendência é ou um passeio do clube grande, ou um jogo ruim pela desmotivação dos jogadores da Dupla.

Sem mais delongas, vamos ao VUCO-VUCO.

Grêmio



O Tricolor tem me impressionado positivamente no que diz respeito à qualidade individual de alguns de seus jogadores. Duas contratações chamaram atenção pela facilidade com que foram tramadas pela direção, tendo em conta o CARTAZ dos dois atletas (méritos, portanto, à cúpula gremista). Falo de Borges e Douglas.

O primeiro parece em estado de graça com a nova morada (não esquecer fator Gauchão). No São Paulo nunca tivera tranquilidade para jogar. Aqui no Sul vem se mostrando muito mais jogador do que eu pensei que fosse. Via Borges como um jogador oportunista e bom definidor. Agora vejo um jogador que também prende bem a bola, servindo de válvula de escape, combativo contra os zagueiros. Vejo um cara bom fora da área, partindo com bola dominada de frente pro gol adversário, de bom drible e inteligente.

Douglas vestiu a dez com naturalidade. Não é lento fisicamente como eu pensava. E o raciocínio, então, é rapidíssimo. Além é claro da ótima técnica. Ele mais Borges, Mário Fernandes e Vitor formam uma espinha dorsal acima da média com mais um jogador que pode surpreender, Fábio Rochemback. O meio-campista tem recuperado seu futebol, embora cada vez mais pareça que suas deficiências eram menos por falta de ritmo e mais por seu caráter meio BOBALHÃO. Um problema talvez sem solução.

Problema ainda maior tem sido o conjunto. Quando se assiste ao Grêmio se vê o que eu falei antes: Vitor, Mário, Douglas, Borges e lampejos de Rochemback. Mas o Tricolor não tem posicionamento em campo, não tem ainda qualquer traço de identidade. Silas até agora vai mal.

As boas tabelas entre Douglas, Borges e - por que não? – Jonas, além da vitalidade de Mário e Fábio Santos pelos lados e dos toques de qualidade de Rochemback têm salvado o ataque. Mas a defesa é justamente o setor que mais carece de bom posicionamento. Boa qualidade técnica dificilmente salva uma defesa e ela ainda está em falta.

Não bastasse a confusão de Silas, a direção parece não ter planejado a saída de Réver e, até, de Léo. Hoje os homens do miolo de zaga do Grêmio são todos cumpridores, mas nenhum tem boa saída de jogo. Mesmo Rodrigo, que é razoável neste quesito, não resolve a equação que diz que uma zaga deve ter um defensor pensador e técnico e outro mais VIRIL. O resultado, somado à ausência de um bom primeiro volante (Vicente Fonseca jura ser W. Magrão, é uma opção), e ao mau posicionamento, é uma equipe que não consegue retomar a posse da bola e que, quando consegue, tende a entregar de novo para o adversário.

A solução emergencial seria, a meu ver, puxar Mário Fernandes para a zaga. Aliás, sempre prefiro jogador ruim improvisado que o bom. E para resolver o problema de um lateral fraco basta deixá-lo postado e abrir algum meio-campista ou atacante pelo lado quando o time tem a bola. Ensinar zagueiro meia-boca a sair jogando é muito mais difícil. O ideal mesmo é ter um bom lateral. A ver que bicho dá esse Edilson.

Comecei o ano colocando o Grêmio como um dos grandes favoritos para a Copa do Brasil, muito por acreditar em Silas. Até agora não engrenou e ainda faltam peças no time. Com os carcamanos do Belluzzo em franca decadência, o Grêmio despontaria ainda mais pela força de seu grupo. Mas já vejo Santos e Vasco da Gama em estágios mais avançados como EQUIPE.

Pode ser contraditório, mas cada vez mais vejo o Grêmio como candidatíssimo ao título do DILMÃO. Até lá, espera-se, os problemas do início de ano já estarão corrigidos. E se, mesmo em 2008, sempre se vaticinou que faltava ESTOFO ao grupo de jogadores na Azenha para conquistar o Brasileiro, esse ano acho que o discurso vai ser diferente se vierem mais um ou dois bons jogadores.

Foto: Se o time já tem a "cara" de Silas, só pode ser essa aí, com o olhar perdido (UOL Esporte)


Comentários

Unknown disse…
Pra mim, o W. Magrão foi carregado nas costas pelo Rafael Carioca naquela volância de 2008. Aliás, prova de que o Duda Kroeff não entende de futebol foi quando assumiu o Grêmio e disse que, pra ele, o único inegociável era o Magrão. Se enganou. O Carioca que tinha que ter ficado, marcava que nem um condenado. Não vejo o Magrão com essa condição de potencial titular que ficam colocando nele.
Vicente Fonseca disse…
Mário, acho que eles se complementavam. Muito embora o Rafael Carioca também soubesse sair jogando, o Willian Magrão começava a marcação lá na frente, dificultando a saída do meio-campo adversário, o que facilitava o trabalho do Carioca também.

Prestes, eu acho que o Magrão pode ser colocado primeiro volante sim. Mas prefiro ele na segunda função. Num aperto, joga de cabeça-de-área, mas o melhor é alguém como o Adílson logo atrás dele.
Prestes disse…
Tb vejo o Adilson mais como segundo homem. Mas acho que tanto ele quanto o WM podem dar conta do recado na primeira função, se bem orientados.