Um ultimato, por favor
Grêmio, Paulo Autuori e Al-Rayyan já protagonizaram a grande novela do ano de 2009, que conseguiu superar, inclusive, a da contratação de Maxi López (e olha que esta teve direito a final épico, com o jogador cruzando o Pampa de automóvel). Inacreditavelmente, estão prestes a repetir a dose.
Não é recomendável fazer jornalismo em cima de especulações, mas ninguém rebate firmemente nenhuma delas. Luiz Onofre Meira não garante o treinador no Olímpico para 2010. Diz confiar em sua palavra, mas também não nega ter um plano B. O mesmo discurso tece o presidente Duda Kroeff. Autuori diz estar focado no trabalho e no planejamento da próxima temporada, mas não nega que a proposta de R$ 16,8 milhões em salários (o equivalente ao campeão de 2009 da Fórmula-1, Jenson Button) lhe balança - a quem não balançaria?
Só não dá para saber quem tem a posição mais esdrúxula nesta história toda. Paulo Autuori fez o Grêmio esperar 50 dias em meio ao momento mais importante do ano para assinar contrato. Mostrou-se seduzido com a volta de poder competir em alto nível num gigante do futebol brasileiro, e ainda mais com a possibilidade de gerir as categorias de base do clube. Estava disposto a perder dinheiro. E agora pensa em voltar às Arábias para...ganhar dinheiro! O Al-Rayyan, por sua vez, deixou o treinador ir embora em maio e agora faz proposta exorbitante para que volte. Por que o deixou ir, então? Se os petrodólares compram tudo, por que não propuseram reajuste há seis meses atrás, e não agora? E o que falar do Grêmio, que esperou dois meses pelo seu novo técnico, pôs em risco a temporada em nome de um projeto maior e agora, na hora que Autuori seria realmente alvo maior de cobranças, na hora de planejar e pensar um time que ele próprio fosse montar, pode perdê-lo - e pior, para o mesmo clube do qual foi contratado?
Caso Autuori vá mesmo embora, e é a impressão que tenho a cada entrevista que ouço a respeito do caso, muitos ficarão com a imagem abalada. O próprio técnico, que foi motivo de angústia para a torcida por toda a espera que antecedeu sua vinda, e que não obteve bons resultados nos seis meses que comandou o time. Dificilmente ele deixará "portas abertas", como costuma dizer, no Olímpico, caso volte ao Catar. Duda e Meira, por sua vez, pagarão o mico do ano. Esperaram por um treinador que lhes abandonará seis meses depois. Com esta manobra de mão dupla, comprometeram o ano do Grêmio e o projeto todo envolvendo o futebol do clube. A relação com a torcida, que já é tensa, beiraria o insustentável. Já o Al-Rayyan estaria nos dando um exemplo de porque os times árabes, mesmo com todo o dinheiro que têm, não fazem nem cócegas em competições intercontinentais: falta-lhes um mínimo de coerência.
O mínimo que a direção gremista pode fazer para contornar este problema é ter uma conversa definitiva com o treinador e dar um ultimato sobre sua permanência ou saída. Mais uma novela, mais um mês de indefinição, desgastaria a imagem de todos e traria sérias consequências para o ano que vem, tão ou mais pesadas que as sofridas em 2009. É lógico que o clima para Autuori poderá ficar pesado caso sua saída seja confirmada logo, mas é preciso pensar no bem do Grêmio, uma vez que seja, afinal, a instituição está acima de todos. É hora de definições. Se Autuori bate o pé e fica, ótimo: o trabalho continua. Se não tem convicção ou quer sair, que deixe o clube logo. O Grêmio não pode esperar mais do que esperou por ele. Tem de aproveitar para já pensar em 2010 desde agora: Autuori? Adílson? Tite? Silas? É uma vantagem que tem relação a vários clubes que ainda disputam algo no Brasileirão. Uma vantagem que adquiriu pela incompetência demonstrada dentro de campo, como foi o abril de 2008, tão bem aproveitado, e que gerou um belo Brasileirão no ano passado.
Que o tricolor saiba aproveitar esta chance de recuperação, então, agindo logo. Ter este tempo, no Brasil, é raridade. Seguir perdendo tempo, e repetir a longa espera de abril e maio deste ano, é pecado mortal.
Não é recomendável fazer jornalismo em cima de especulações, mas ninguém rebate firmemente nenhuma delas. Luiz Onofre Meira não garante o treinador no Olímpico para 2010. Diz confiar em sua palavra, mas também não nega ter um plano B. O mesmo discurso tece o presidente Duda Kroeff. Autuori diz estar focado no trabalho e no planejamento da próxima temporada, mas não nega que a proposta de R$ 16,8 milhões em salários (o equivalente ao campeão de 2009 da Fórmula-1, Jenson Button) lhe balança - a quem não balançaria?
Só não dá para saber quem tem a posição mais esdrúxula nesta história toda. Paulo Autuori fez o Grêmio esperar 50 dias em meio ao momento mais importante do ano para assinar contrato. Mostrou-se seduzido com a volta de poder competir em alto nível num gigante do futebol brasileiro, e ainda mais com a possibilidade de gerir as categorias de base do clube. Estava disposto a perder dinheiro. E agora pensa em voltar às Arábias para...ganhar dinheiro! O Al-Rayyan, por sua vez, deixou o treinador ir embora em maio e agora faz proposta exorbitante para que volte. Por que o deixou ir, então? Se os petrodólares compram tudo, por que não propuseram reajuste há seis meses atrás, e não agora? E o que falar do Grêmio, que esperou dois meses pelo seu novo técnico, pôs em risco a temporada em nome de um projeto maior e agora, na hora que Autuori seria realmente alvo maior de cobranças, na hora de planejar e pensar um time que ele próprio fosse montar, pode perdê-lo - e pior, para o mesmo clube do qual foi contratado?
Caso Autuori vá mesmo embora, e é a impressão que tenho a cada entrevista que ouço a respeito do caso, muitos ficarão com a imagem abalada. O próprio técnico, que foi motivo de angústia para a torcida por toda a espera que antecedeu sua vinda, e que não obteve bons resultados nos seis meses que comandou o time. Dificilmente ele deixará "portas abertas", como costuma dizer, no Olímpico, caso volte ao Catar. Duda e Meira, por sua vez, pagarão o mico do ano. Esperaram por um treinador que lhes abandonará seis meses depois. Com esta manobra de mão dupla, comprometeram o ano do Grêmio e o projeto todo envolvendo o futebol do clube. A relação com a torcida, que já é tensa, beiraria o insustentável. Já o Al-Rayyan estaria nos dando um exemplo de porque os times árabes, mesmo com todo o dinheiro que têm, não fazem nem cócegas em competições intercontinentais: falta-lhes um mínimo de coerência.
O mínimo que a direção gremista pode fazer para contornar este problema é ter uma conversa definitiva com o treinador e dar um ultimato sobre sua permanência ou saída. Mais uma novela, mais um mês de indefinição, desgastaria a imagem de todos e traria sérias consequências para o ano que vem, tão ou mais pesadas que as sofridas em 2009. É lógico que o clima para Autuori poderá ficar pesado caso sua saída seja confirmada logo, mas é preciso pensar no bem do Grêmio, uma vez que seja, afinal, a instituição está acima de todos. É hora de definições. Se Autuori bate o pé e fica, ótimo: o trabalho continua. Se não tem convicção ou quer sair, que deixe o clube logo. O Grêmio não pode esperar mais do que esperou por ele. Tem de aproveitar para já pensar em 2010 desde agora: Autuori? Adílson? Tite? Silas? É uma vantagem que tem relação a vários clubes que ainda disputam algo no Brasileirão. Uma vantagem que adquiriu pela incompetência demonstrada dentro de campo, como foi o abril de 2008, tão bem aproveitado, e que gerou um belo Brasileirão no ano passado.
Que o tricolor saiba aproveitar esta chance de recuperação, então, agindo logo. Ter este tempo, no Brasil, é raridade. Seguir perdendo tempo, e repetir a longa espera de abril e maio deste ano, é pecado mortal.
Comentários
Melhor analogia essa.
Vendo os valores envolvidos, é racionalmente difícil condenar a atitude de Autuori. É um salário digno dos maiores nomes do futebol europeu, acrescido de imensos benefícios para ele e sua família - imóvel próprio, carros, escola americana para os filhos e etc. Sem contar que os árabes estão dispostos a pagar uma bela grana de multa rescisória, muito maior do que a estabelecida em contrato. Autuori age de modo ético, já que anunciou a proposta aos dirigentes desde o primeiro instante e faz o possível para garantir uma boa quantidade de dinheiro para o clube. Duvido muito que fique "queimado" no Olímpico.
Por outro lado, é fato que, em nome de dinheiro (no caso, MUITO dinheiro), o treinador está abrindo mão de sua ambição, do motivo que no fim das contas o fez voltar para o Brasil: disputar títulos de modo realmente competitivo, desafiar a si mesmo e instituir um modelo de gestão no Grêmio. Nesse sentido - que não é muito racional, referindo-se muito mais a questões subjetivas - a decisão de Autuori é uma pena, e um abandono de uma ambição pessoal.
Para a direção, inevitavelmente, fica o clima de ter pagado um grande mico. Mas falar agora, quase na metade de novembro, é fácil - duvido que alguém prevesse a saída do homem em maio, quando chegou...
Quanto ao Silas, acho uma aposta, mas encaro com simpatia. Treinador novo, que conseguiu bons resultados com um plantel limitado, e parece ter a manha para mobilizar jogadores. Dada a absoluta falta de unanimidades no mercado - que levou inclusive à arriscada Operação Autuori - acho um nome bem válido.
como acreditar na palavra da direção????
a propósito, já tão tentando barganhar o maxi, estender empréstimo, negociar preços... a última vez que isso aconteceu, um certo DIEGO foi para no time da PARMALAT (ns)
tá na hora de parar com a megalomania SOFÍSTICA gremista.
e lá se vai o atacante de velocidade. HALFLYS, 2010.
Silas me agrada, pelas razões que o Natusch colocou. Adílson e Tite também. E barganhar o Maxi López não dá mesmo. É pegar essa grana da rescisão que os árabes vão desembolsar e botar tudo no cabeludo. Sem pensar duas vezes.
DUDA, MEIRA, KRIEGER E AUTUORI RESPONSÁVEIS PELO PIOR ANO DO GRÊMIO DESDE SUA VOLTA DA 2ª DIVISÃO.
QUE SÃO VÃO TODOS! EXPURGO JÁ!!!!
Primeiro, a candidatura de dois nomes relativamente inexpressivos. Um tem o apoio do presidente que reergueu o clube. O outro, do maior presidente da história do clube. Ganha este último, com o argumento de que "o time vai jogar uma Libertadores, é importante manter o nome do dirigente de futebol atual, e isso só vai acontecer se Kroeff for eleito".
Inicia o ano e o técnico contestado pela torcida perde jogos importantes, sendo demitido. Todos pedem Renato na casamata, menos o dirigente de futebol, que bate o pé para trazer um treinador conceituado das Arábias. O presidente, sem nenhuma convicção e sem saber o que faz no cargo, cede. Põe-se em risco a Libertadores, espera-se quase dois meses pelo treinador, devido a um "plano de longo prazo". Ou seja, o homem que foi motivo para Kroeff for eleito colocou justamente o torneio mais importante do ano em risco, mesmo com toda aquela baboseira na época das eleições.
Chega o treinador, o time é desclassificado da Libertadores e o dirigente de futebol pede para sair. O time começa a golear em casa adversários relativamente bons, mas faz uma campanha medíocre fora de casa. Todo mundo diz que é para esperar 2010, quando o time se ajeitaria nos moldes do novo treinador, e o novo projeto começaria a dar resultado.
Chega o final do ano, o clube árabe que liberou o técnico faz uma proposta tentadora e o técnico - que poderia ter ficado lá em vez de vir e ter evitado esse mico de agora - cede.
Na boa, alguém sabe o que o Grêmio quer pro futuro? Porque eu não sei. Todo mundo falou de planejamento esse ano, mas o que menos se teve foi isso.
O dirigente que era importante por causa da Libertadores? Sumiu.
O ex-presidente que influenciou uma eleição política e prometeu ajudar quando preciso? Sumiu.
O gerente que ia substituir à altura o Rodrigo Caetano? Sumiu.
O nosso presidente? Acho que nem ele sabe o que tá fazendo lá.
O projeto de 2010? Eu acho que ele, de verdade, não existiu nem mesmo no papel.
As eleições? Melhor não falar nada.
E assim nós vamos aturando os conselheiros e dirigentes tricolores, que sempre falam o que querem nos microfones, declaram sua paixão pelo clube, pedem pra torcida não abandonarem o Grêmio, mas na hora de assumirem as rédeas do clube, dão pra trás e jogam a batata pro próximo. Que nem o Cacalo, quando pediu a saída do Meira, mas não quis assumir o futebol no lugar deste quando o Kroeff fez o pedido.
Pra mim, essa saída do Autuori é só reflexo do que está acontecendo com o Grêmio nesses últimos tempos, e principalmente o que aconteceu esse ano. E Eu não vejo solução para esse chove-não-molha, a não ser que um general bata no peito e assuma a responsabilidade no futebol ou na presidência do clube. Mas será que existe esse general hoje no Conselho Deliberativo?
DRAGÃO GOLEIA (ex) VICE LÍDER E ENCAMINHA VAGA.
GUARANI REASSUME A VICE-LIDERANÇA E JÁ BELISCA A VAGA DO FLUSÃO. VASCO É O ADVERSÁRIO A SER BATIDO.
MECÃO VENCE FIGAYRA E RESPIRA.
BRASILIENSE E S. CAETANO CANCELADO POR FALTA DE LUZ. SENADOR LUIZ ESTEVÃO SUSPEITO DE SABOTAGEM. TIME DO DF CORRE RISCOS.
Tomaram vergonha na cara depois de uma vexatória goleada de 5x1 pro glorioso DUQUE DE CAXIAS (até pro saudoso Olaria eu aceitaria um placar desses).
Duas goleadas em casa. Mas meu grito de vitória vou deixar pra Caxias do Sul, quando eu e o Zeh formos torcer de perto pros guerreiros rubro-negros.
Ir duas vezes ao Serra Dourada em 2010. Pesadelos em dobro.
mas ano que vem o DRAGÃO é que vai BOTA(R)FOGO no campeonato.
aliás, podia acabar a série b hj
http://globoesporte.globo.com/Esportes/Futebol/Classificacao/0,,ESP0-9828,00.html