Flamengo óbvio e eficiente

Andrade simplifica e, assim, é o técnico que tem feito o melhor trabalho no Brasileirão. Hoje, sem Maldonado e Juan, o Flamengo foi obrigado a colocar Toró como segundo volante, perdendo um pouco de chegada qualificada do chileno, e Ronaldo Angelim improvisado como lateral-esquerdo. De certa forma, a obviedade tática da vez era que Léo Moura seria obrigado a apoiar mais que nos outros jogos, para o time ter uma saída pelos lados. Foi justamente o que aconteceu. Simples e eficiente.

O Náutico começou em cima, abafando o rubro-negro, que contou com 4 mil torcedores nos Aflitos. Pressionado, precisando demais do resultado para se manter vivo, trocava os pés pelas mãos na hora de finalizar. Mais tranquilo, o Flamengo segurou no começo e passou a especular. Geninho inteligentemente colocou Michel e Irênio mais próximos a fim de segurar Léo Moura - até porque o interessante Patrick esteve mais contido com a presença de Angelim pelo seu lado. Então, foi Willians quem se deslocava no começo para dar a jogada pelo lado direito que o time tanto precisava. Numa destas subidas, ele cruzou, Adriano arrematou e Petkovic pegou o rebote de Gledson.

O gol do Flamengo era tudo o que a torcida pernambucana mais temia. Ainda mais nervoso, o Náutico passou a conceder espaços ao time carioca. Léo Moura se soltava, encostava mais em Zé Roberto. Pelo segundo atacante passou a jogada do gol definitivo de Adriano. O Imperador esteve em jornada técnica esplêndida, fazendo gol, participando do outro e criando chances a toda hora, com direito a elástico no fraquíssimo Cláudio Luiz.

O segundo tempo foi de um Náutico que até mereceu o gol pelo que criou, mas faltou qualidade. Por outro lado, o time da casa até teve sorte de não ter sofrido mais, pois não foram poucas as chegadas rubro-negras. Zé Roberto perdeu gol incrível. Movimentou-se muito, mas esteve longe de suas melhores jornadas. Petkovic, por outro lado, correu por todos os lados, se dedicou até na marcação e só saiu quando estava esgotado. Faz um grande campeonato.

O Mengão tem agora Goiás em casa, Corinthians fora e Grêmio em casa. Três times que mais pensam em 2010 que em 2009. Chance bem razoável de fazer 9 pontos. Venceu a terceira seguida, nove nas últimas 12 disputadas. Está a dois pontos do São Paulo e é o principal concorrente tricolor ao título, já que o Palmeiras não tem jogado nada. O Náutico, por outro lado, estaciona nos 35. Só um milagre salva. A disputa pela última vaga à Série B de 2010 deve ficar entre Botafogo e Fluminense. Pernambuco, infelizmente, não se fará presente ano que vem na elite.

Campeonato Brasileiro 2009 - 35ª rodada
15/novembro/2009
NÁUTICO 0 x FLAMENGO 2
Local: Aflitos, Recife (PE)
Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF)
Público: 19.798
Renda: R$ 247.205,00
Gols: Petkovic 16 e Adriano 45 do 1º
Cartão amarelo: Cláudio Luiz, Irênio, Léo Moura e David
NÁUTICO: Gledson (6,5), Vágner (4,5), Cláudio Luiz (4) e Asprilla (5,5) (Juliano, intervalo - 5); Patrick (5,5), Nilson (5), Aílton (5) (Anderson Lessa, 15 do 2º - 5,5), Irênio (4,5) (Tuta, 22 do 2º - 5,5) e Michel (4,5); Carlinhos Bala (5,5) e Bruno Mineiro (4,5). Técnico: Geninho (4,5)
FLAMENGO: Bruno (7,5), Léo Moura (7), Álvaro (6,5), David (5,5) e Ronaldo Angelim (6); Aírton (5,5), Toró (6), Willians (7) (Lenon, 20 do 2º - 6) e Petkovic (7) (Bruno Mezenga, 36 do 2º - sem nota); Zé Roberto (5,5) (Welinton, 42 do 2º - sem nota) e Adriano (8). Técnico: Andrade (7,5)

Foto: Adriano comemora com os companheiros mais uma grande jornada flamenguista (Agência Estado).

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