Copa com meio estreante
A definição das 32 seleções que desfilarão sob o som irritante das vuvuzelas nos mostra um dado interessante. Temos apenas um país estreante. Ainda assim, um meio estreante. É a Eslováquia, que quando ainda compunha nação com os tchecos era seleção tradicional em copas do mundo, sendo inclusive duas vezes vice-campeã, em 34 e 62. De bandeja, embora eu não considere, podemos colocar aí a Sérvia, agora separada de Montenegro, mas que também é velha conhecida.
O fato contrasta com a Copa de 2006, na qual tivemos oito equipes perdendo o lacre. Fora o torneio com maior número de estreantes, desde as copas de 30 e 34. Naquele ano, representou dois fatores diferentes: o primeiro a profissionalização do futebol se espalhando pelo mundo, muito através do mercado europeu que capta jogadores e fez com que Angola, Costa do Marfim, Gana, Togo e Trinidad e Tobago tivessem ao menos alguns atletas com a experiência necessária para colocarem suas seleções no mundial.
Por outro lado, os debutes de Ucrânia, Sérvia e Montenegro e República Tcheca em 2006, são da linha dos de Sérvia e Eslováquia, oriundos da geopolítica conturbada no Leste Europeu após a Guerra Fria. E são estreias que não acrescentam nada culturalmente.
A Copa do Mundo costuma ser uma grande oportunidade para que as pessoas conheçam a cultura de países até então obscuros. Roger Milla disse certa feita que só a Copa consegue fazer “um país pequeno se tornar grande”. Ele e Higuita sabem exatamente como.
Ainda assim, 2010 nos brindará com alguns participantes inusitados, casos da Nova Zelândia (futebolisticamente) e, especialmente, da Coreia do Norte. O império de Kim Jong possivelmente é o país mais fechado do mundo atualmente e o torneio pode ser uma possibilidade para conhecermos mais sobre os norte-coreanos. Até para olharmos mais para este país combalido.
Outro fator interessante nas seleções estreantes é a oportunidade de podermos assistir alguns craques de países pouco tradicionais. Os togoleses, por exemplo, fizeram um papelão em 2006, com ameaças até de abandonarem o mundial por brigas internas. Mas sua participação mostrou ao mundo Adebayor. Até hoje, o amante do futebol lamenta não ter visto George Weah, por exemplo, em uma Copa, ele que foi o melhor jogador do mundo em 1995. Sua Libéria ainda não chegou lá.
Pelo menos, a falta de novas seleções pode ser indicativa de melhor futebol. A ingenuidade é marca comum dos times novatos. A Grécia, campeã europeia em 2004, por exemplo, foi o maior saco de pancadas na Copa do Mundo apenas dez anos antes. Dos oito estreantes de 2006, apenas Gana passou da primeira fase.
Mas já tivemos lá alguns debutantes atrevidos. Em 2002, Senegal venceu a então atual campeã, França, que acabou eliminada na primeira fase. Em 1982, a Argélia, que estará de volta em 2010, bateu a Alemanha em sua primeira partida em copas. Em 1966, talvez a maior surpresa da história dos mundiais: a Coréia do Norte vence a Itália por um a zero e elimina os carcamanos. Os coreanos também retornam ao mundial. É bom ficar de olho. Se tem lugar pra dar zebra, esse é a África.
O fato contrasta com a Copa de 2006, na qual tivemos oito equipes perdendo o lacre. Fora o torneio com maior número de estreantes, desde as copas de 30 e 34. Naquele ano, representou dois fatores diferentes: o primeiro a profissionalização do futebol se espalhando pelo mundo, muito através do mercado europeu que capta jogadores e fez com que Angola, Costa do Marfim, Gana, Togo e Trinidad e Tobago tivessem ao menos alguns atletas com a experiência necessária para colocarem suas seleções no mundial.
Por outro lado, os debutes de Ucrânia, Sérvia e Montenegro e República Tcheca em 2006, são da linha dos de Sérvia e Eslováquia, oriundos da geopolítica conturbada no Leste Europeu após a Guerra Fria. E são estreias que não acrescentam nada culturalmente.
A Copa do Mundo costuma ser uma grande oportunidade para que as pessoas conheçam a cultura de países até então obscuros. Roger Milla disse certa feita que só a Copa consegue fazer “um país pequeno se tornar grande”. Ele e Higuita sabem exatamente como.
Ainda assim, 2010 nos brindará com alguns participantes inusitados, casos da Nova Zelândia (futebolisticamente) e, especialmente, da Coreia do Norte. O império de Kim Jong possivelmente é o país mais fechado do mundo atualmente e o torneio pode ser uma possibilidade para conhecermos mais sobre os norte-coreanos. Até para olharmos mais para este país combalido.
Outro fator interessante nas seleções estreantes é a oportunidade de podermos assistir alguns craques de países pouco tradicionais. Os togoleses, por exemplo, fizeram um papelão em 2006, com ameaças até de abandonarem o mundial por brigas internas. Mas sua participação mostrou ao mundo Adebayor. Até hoje, o amante do futebol lamenta não ter visto George Weah, por exemplo, em uma Copa, ele que foi o melhor jogador do mundo em 1995. Sua Libéria ainda não chegou lá.
Pelo menos, a falta de novas seleções pode ser indicativa de melhor futebol. A ingenuidade é marca comum dos times novatos. A Grécia, campeã europeia em 2004, por exemplo, foi o maior saco de pancadas na Copa do Mundo apenas dez anos antes. Dos oito estreantes de 2006, apenas Gana passou da primeira fase.
Mas já tivemos lá alguns debutantes atrevidos. Em 2002, Senegal venceu a então atual campeã, França, que acabou eliminada na primeira fase. Em 1982, a Argélia, que estará de volta em 2010, bateu a Alemanha em sua primeira partida em copas. Em 1966, talvez a maior surpresa da história dos mundiais: a Coréia do Norte vence a Itália por um a zero e elimina os carcamanos. Os coreanos também retornam ao mundial. É bom ficar de olho. Se tem lugar pra dar zebra, esse é a África.
Comentários
Um dia de ócio nessa brincadeira.
Ótima frase. Engloba fatores futebolísticos e ecológicos...
Curti essa frase tb, uhsduh
http://placar.abril.com.br/bola-de-prata/blogs/blog-de-prata/nota-zero-pra-eles-209259_p.shtml
Ainda que tenha sido em diferente grau, é um descritério completo.
O outro zero que eu lembro da Placar foi quando o Struway, volante paraguaio que jogava na Portuguesa, foi substituído por uma péssima atuação e ficou irritadíssimo, atirando a camisa do time no chão e pisoteando-a.