Convicções por água abaixo
Quando escrevi pedindo uma definição para a história entre Grêmio, Paulo Autuori e Al-Rayyan, nem sabia da tal reunião à tarde, que definiu os rumos de todos. Pelo jeito, minhas preces foram ouvidas. Não pela saída de Autuori, mas para que o episódio tivesse um fim rápido, seja ele qual fosse. O pior possível para todos, e principalmente para o tricolor, seria um prolongamento desgastante.
Nunca fui dos que pediam a saída de Autuori, muito menos dos que alegavam não ter a tal "cara do Grêmio". Não que não se pudesse cobrar dele nos seis meses em que trabalhou ao leme do time, afinal, é um profissional caro, respeitado, de currículo invejável, e que precisa vencer para comprovar tudo isso. Mas porque para todo técnico, não só para ele, é preciso dar um tempo maior a fim de fazer uma avaliação mais profunda. Demiti-lo após um frustrante Brasileirão, trazendo outro treinador, seria um erro, uma precipitação. Quando vemos exemplos como o do Fluminense dos últimos anos, que troca de técnico como quem troca de cuecas, todos nós balançamos a cabeça negativamente em reprovação. Não se pode mudar os pesos e as medidas quando a realidade está próxima de nós - ainda mais com um treinador de trajetória vitoriosa e que veio fazer, afinal, um trabalho mais profundo e de longo prazo, como a própria espera por ele justificou.
Mas já que Autuori está indo embora, o que podemos fazer é uma avaliação justamente destes seis meses. E não é difícil chegar à conclusão de que os resultados foram frustrantes. A passagem dele pelo Olímpico não foi o desastre de 1999 pelo Inter ou 2007 pelo Cruzeiro, para ficar em dois exemplos negativos de sua carreira normalmente citados. Mas foi uma passagem insossa, insípida, inodora. O que levaremos de herança dos tempos de Autuori no Grêmio? Uma mudança de esquema que, se melhorou um pouco a mecânica de um time que já vinha desgastado no sistema com três zagueiros, obteve resultados parecidos com a formatação antiga de Roth. E Mário Fernandes, jogador jovem em que o treinador viu potencial e apostou, mesmo fora de posição. E ele correspondeu. Só isso. No mais, uma campanha forte no Olímpico, como quase sempre ocorre com qualquer time do Grêmio de qualidade média para cima, e desempenho absolutamente ridículo longe da Azenha, que priva o time de disputar até mesmo uma vaga na Libertadores do ano que vem com cinco rodadas de antecedência.
Autuori sai do Grêmio justamente no momento em que poderíamos começar a avaliar mais profunda e criteriosamente seu trabalho. Passou pelo Olímpico sem deixar lembranças. Sempre se justificou eventuais maus resultados em nome de um planejamento maior visando 2010. Pois o Grêmio fica sem 2009 e terá de repensar todo o perfil de contratações e de filosofia de trabalho para a temporada que vem. E isto não é culpa de Autuori. É de uma direção que, hoje, acaba de cometer um dos maiores fiascos dos últimos tempos. Deixa escapar um técnico que seria a galinha dos ovos de ouro para o clube em um nível até maior do que o simples "time profissional". Abriu mão de ter um outro nome mais rapidamente no começo do ano para apostar em um projeto que se vai de uma hora para outra. Que explicações dar?
Sorte de Duda, Meira e companhia que Autuori sofre hoje rejeição da maior parte dos gremistas. Se estivesse indo bem e saísse, seriam impiedosamente xingados por todos. Duvido que não sejam veementemente criticados mesmo assim, porém.
Sobre nomes de novos técnicos, agradam-me nomes como Silas e Adílson Batista, técnicos emergentes, de preço não tão exorbitante como Autuori. Ainda penso que Tite é um bom técnico, muito embora duvide de sua vinda agora, por ter recém saído do Internacional. Seja qual for o novo treinador, e se for um desses o Grêmio estará em boas mãos para começar o ano que vem, é difícil que tenha o perfil de Autuori, de gerir também a base do clube, uma das razões por sua vinda em maio. E só este fato já demonstra o quanto a direção gremista não tem convicção.
Nunca fui dos que pediam a saída de Autuori, muito menos dos que alegavam não ter a tal "cara do Grêmio". Não que não se pudesse cobrar dele nos seis meses em que trabalhou ao leme do time, afinal, é um profissional caro, respeitado, de currículo invejável, e que precisa vencer para comprovar tudo isso. Mas porque para todo técnico, não só para ele, é preciso dar um tempo maior a fim de fazer uma avaliação mais profunda. Demiti-lo após um frustrante Brasileirão, trazendo outro treinador, seria um erro, uma precipitação. Quando vemos exemplos como o do Fluminense dos últimos anos, que troca de técnico como quem troca de cuecas, todos nós balançamos a cabeça negativamente em reprovação. Não se pode mudar os pesos e as medidas quando a realidade está próxima de nós - ainda mais com um treinador de trajetória vitoriosa e que veio fazer, afinal, um trabalho mais profundo e de longo prazo, como a própria espera por ele justificou.
Mas já que Autuori está indo embora, o que podemos fazer é uma avaliação justamente destes seis meses. E não é difícil chegar à conclusão de que os resultados foram frustrantes. A passagem dele pelo Olímpico não foi o desastre de 1999 pelo Inter ou 2007 pelo Cruzeiro, para ficar em dois exemplos negativos de sua carreira normalmente citados. Mas foi uma passagem insossa, insípida, inodora. O que levaremos de herança dos tempos de Autuori no Grêmio? Uma mudança de esquema que, se melhorou um pouco a mecânica de um time que já vinha desgastado no sistema com três zagueiros, obteve resultados parecidos com a formatação antiga de Roth. E Mário Fernandes, jogador jovem em que o treinador viu potencial e apostou, mesmo fora de posição. E ele correspondeu. Só isso. No mais, uma campanha forte no Olímpico, como quase sempre ocorre com qualquer time do Grêmio de qualidade média para cima, e desempenho absolutamente ridículo longe da Azenha, que priva o time de disputar até mesmo uma vaga na Libertadores do ano que vem com cinco rodadas de antecedência.
Autuori sai do Grêmio justamente no momento em que poderíamos começar a avaliar mais profunda e criteriosamente seu trabalho. Passou pelo Olímpico sem deixar lembranças. Sempre se justificou eventuais maus resultados em nome de um planejamento maior visando 2010. Pois o Grêmio fica sem 2009 e terá de repensar todo o perfil de contratações e de filosofia de trabalho para a temporada que vem. E isto não é culpa de Autuori. É de uma direção que, hoje, acaba de cometer um dos maiores fiascos dos últimos tempos. Deixa escapar um técnico que seria a galinha dos ovos de ouro para o clube em um nível até maior do que o simples "time profissional". Abriu mão de ter um outro nome mais rapidamente no começo do ano para apostar em um projeto que se vai de uma hora para outra. Que explicações dar?
Sorte de Duda, Meira e companhia que Autuori sofre hoje rejeição da maior parte dos gremistas. Se estivesse indo bem e saísse, seriam impiedosamente xingados por todos. Duvido que não sejam veementemente criticados mesmo assim, porém.
Sobre nomes de novos técnicos, agradam-me nomes como Silas e Adílson Batista, técnicos emergentes, de preço não tão exorbitante como Autuori. Ainda penso que Tite é um bom técnico, muito embora duvide de sua vinda agora, por ter recém saído do Internacional. Seja qual for o novo treinador, e se for um desses o Grêmio estará em boas mãos para começar o ano que vem, é difícil que tenha o perfil de Autuori, de gerir também a base do clube, uma das razões por sua vinda em maio. E só este fato já demonstra o quanto a direção gremista não tem convicção.
Comentários
ESSE "CONCEITO" DE FUTEBOL EU QUERO LONGE DO MONUMENTAL!
IREI REZAR VOLTADO À SAGRADA MECA ESSA NOITE COMO FORMA DE AGRADECIMENTO À ALÁ.
Se depender do xeique, serão BILHÕES de noites. Mas com 700 mil ninfas o rondando.
Aliás, os caras têm tanta grana que pagarão ACIMA DA MULTA RESCISÓRIA. Nem no Championship Manager eu fazia isso.
جميع الريان يفوز
الصداقة؟
Como o cara botou essas letras árabes??
Não vou bancar o esperto, eu tb acreditei, pelo modo como ele foi contratado, que poderia ser duradoura a relação. Não foi. Autuori demonstra ser um cara instável, que abandona os barcos, prefere não se colocar à prova. Quando a coisa pode feder, sai. Depois de ser campeão, sai pra ficar por cima.
Era um cara que eu queria no Inter e fiquei puto quando foi pro Grêmio. Não quero mais.
planejamento a longo prazo? NÃO TRABALHAMOS.
deveriam trabalhar na filosofia FORREST GUMP - merdas acontecem - e bancar o cara.
fudeu. só o DRAGÃO salva o ano.
e o nunes fazendo o gol do título da série b pro bugre
Ou seria o contrário?
E tenho dito!
No entanto, já mandei o meu e-mail pra Ouvidoria Colorada pedindo que o grande show de fim de ano no Beira-Rio, com Ivete Sangalo e Zeca Pagodinho, tenha um stand-up comedy de abertura com Mário Sérgio & Fernando Carvalho.
a aposta nele era muito alta para sair desse jeito. E não sei se eu, bem de vida e ganhando salário com três dígitos na frente de três zeros, largaria a qualidade de vida do Brasil para a qualidade de vida no Catar.
Dificilmente se verá absurdo maior.