Antes agora que em agosto

Quando Vitório Piffero diz que a folha salarial atual de R$ 3,7 milhões não baixará para 2010, indica que quer seguir apostando em um time forte, custe o que custar. Entretanto, fala-se em uma extensa lista de saída de jogadores do clube, o que seria algo salutar. O Internacional é, descontados os trocadilhos, um time de muitos caciques e poucos índios. Alguns jogadores, por sua imensa história de sucessos no Beira-Rio, tornaram-se maiores que o próprio clube. Outros, que têm muita marra e nem tanta história assim, acham-se no mesmo direito. Trata-se de uma inversão de valores que precisa obrigatoriamente ser repensada.

As notícias mais recentes dão conta de que o Inter pode estar vivendo o fim de um ciclo no qual muda-se pouco o time de um ano para o começo do outro. Muitos jogadores importantes do elenco atual podem não fazer parte dos planos para 2010: Taison, Índio, Danny Morais, Sandro, D'Alessandro, Alecsandro e Clemer, todos podem sair, vendidos, emprestados ou dispensados, dependendo do caso - sem falar em um novo técnico. Isto não é necessariamente ruim, pelo contrário. É melhor mudar agora que reformular o elenco no meio da temporada (normalmente para pior), como vem ocorrendo nas últimas temporadas. Renovar é preciso, e faz bem de vez em quando.

A ideia, claro, é apostar em um elenco forte mais uma vez. Tão ou melhor que este. Descreio que o colorado vá desembolsar os R$ 15 milhões da multa rescisória de Fred com o Fluminense. É muito dinheiro para um jogador cujo investimento é arriscado (o centroavante só jogou em fevereiro, março, outubro e novembro de forma realmente competitiva pelo tricolor carioca). Thiago Humberto já chegará para ser o que foram Alex em 2004 e Giuliano este ano: um jovem talentoso cujo retorno financeiro futuro e dentro de campo é uma aposta de convicção da diretoria.

É preciso mudar mesmo. Ninguém tem dúvidas de que o plantel formado este ano era ótimo, mas os resultados não foram os esperados. E talvez assim, mudando a figura do time agora, se evite o que tem ocorrido a cada "janela de agosto", as três palavras que embalam os pesadelos da torcida colorada nos últimos tempos.

Grêmio
Tivesse de botar meu dinheiro, apostaria em Adílson Batista como técnico tricolor para 2010. Penso, inclusive, ser a melhor opção - pelos conhecidos motivos. Entretanto, Dorival Júnior tem boas chances (é outro bom técnico), e Silas corre por fora (idem), pelo que se tem lido. Seja quem for destes três - e deve ser um deles mesmo - o Grêmio muda o perfil em relação a Paulo Autuori. Felizmente, esta breve lista de contratáveis contém apenas treinadores de bom nível, arrumadores de casa. Isto deve ser mais importante para a escolha do novo comandante que uma suposta preferência pelo 4-4-2. Lembrando: o último título grande na Azenha foi em 2001. No 3-5-2.