Tudo como antes
O enredo do clássico jogado no Morumbi vinha sendo escrito durante todo o campeonato. O São Paulo foi o São Paulo. O Internacional foi o Internacional. Os tricolores ganharam de um jeito que ninguém sabe como. Paradoxalmente, não há nenhuma novidade. Os colorados apresentaram ótimo toque de bola e pouca agudeza, e as chances que tiveram, desperdiçaram. Nada de novo no front.
Os gaúchos começaram a partida mostrando que estavam afim de jogo franco. Sobre dignidade, coragem, não há nenhuma objeção que fazer quanto à equipe de Mário Sérgio. Mas pouco do volume de jogo era transformado em chance de gol. Foram duas na primeira etapa, ambas com D'Alessandro – uma delas incrivelmente perdida. O São Paulo aos poucos equilibrou as ações, mas nada criava. Num escanteio quando já passava até mesmo dos descontos previstos, os tricolores acharam o gol.
O Internacional sentiu o crime. O time da casa começou melhor a segunda etapa e teve nova chance com Dagoberto. Mas novamente o time gaúcho teve maturidade e coragem, muito pela postura de seu comandante, que demonstrou vontade de ganhar ao colocar logo dois atacantes para campo, ficando com três homens de frente.
Lá pelos quinze minutos de jogo, o Internacional se apossou do Morumbi. Tocava a bola de um lado para o outro, invadia a área pelos lados, por cima, mas criava poucas chances. Numa delas, Alan Kardec perdeu a bola do jogo. Mas não merece ser posto na fogueira. É guri e estreava. Quem merece ser cobrado é Alecsandro. Apesar de quase artilheiro do campeonato, não é suficiente. Teve uma bola na frente da própria testa e furou. Bom reserva.
Assim o jogo transcorreu até seu término. Se o Internacional fez boa partida, também evidenciou a falta do homem que finaliza, que é agudo. Aquele sujeito que penaliza exemplarmente atuações como a do São Paulo de ontem. Aquele que foi Taison no primeiro semestre, que é o jogador do Villarreal Nilmar. Ou Rafael Sóbis, de ótimas lembranças morumbísticas.
O time paulista, por sua vez, é um fenômeno. Coleciona atuações medíocres desde 2007, mas já está novamente na ponta da tabela. Nem mais a defesa, marcadamente sólida, tem funcionado. Contra o Cruzeiro, no Mineirão, por exemplo, teve pelo menos dez chances claras contra sua meta e saiu com a vitória. Ontem, se o Inter não é tão agudo, teve pelo menos três chances claríssimas. Essas duas partidas exemplificam o ocorrido em várias outras oportunidades no certame, como contra o Sport, em Recife.
Nos porões do Morumbi, há um funcionário despercebido, que guarda a sete chaves alguma fórmula mágica sobre como jogar assim e ganhar. Não pode ser apenas coincidência os três títulos seguidos e mais um em que chega na briga. E brincadeiras à parte, não é. As mesmas duas partidas, contra Cruzeiro e Internacional, mostram uma equipe que acredita muito nos lances. Foram assim os dois gols contra os azuis. Ontem, um escanteio mal batido, no apagar das luzes, foi transformado em gol. E achar um gol jogando mal tem complementado a campanha são-paulina com pontos difíceis de serem conquistados.
Campeonato Brasileiro – 32ª rodada
28/outubro/2009
SÃO PAULO 1 x INTERNACIONAL 0
Local: Estádio Morumbi, São Paulo (SP)
Os gaúchos começaram a partida mostrando que estavam afim de jogo franco. Sobre dignidade, coragem, não há nenhuma objeção que fazer quanto à equipe de Mário Sérgio. Mas pouco do volume de jogo era transformado em chance de gol. Foram duas na primeira etapa, ambas com D'Alessandro – uma delas incrivelmente perdida. O São Paulo aos poucos equilibrou as ações, mas nada criava. Num escanteio quando já passava até mesmo dos descontos previstos, os tricolores acharam o gol.
O Internacional sentiu o crime. O time da casa começou melhor a segunda etapa e teve nova chance com Dagoberto. Mas novamente o time gaúcho teve maturidade e coragem, muito pela postura de seu comandante, que demonstrou vontade de ganhar ao colocar logo dois atacantes para campo, ficando com três homens de frente.
Lá pelos quinze minutos de jogo, o Internacional se apossou do Morumbi. Tocava a bola de um lado para o outro, invadia a área pelos lados, por cima, mas criava poucas chances. Numa delas, Alan Kardec perdeu a bola do jogo. Mas não merece ser posto na fogueira. É guri e estreava. Quem merece ser cobrado é Alecsandro. Apesar de quase artilheiro do campeonato, não é suficiente. Teve uma bola na frente da própria testa e furou. Bom reserva.
Assim o jogo transcorreu até seu término. Se o Internacional fez boa partida, também evidenciou a falta do homem que finaliza, que é agudo. Aquele sujeito que penaliza exemplarmente atuações como a do São Paulo de ontem. Aquele que foi Taison no primeiro semestre, que é o jogador do Villarreal Nilmar. Ou Rafael Sóbis, de ótimas lembranças morumbísticas.
O time paulista, por sua vez, é um fenômeno. Coleciona atuações medíocres desde 2007, mas já está novamente na ponta da tabela. Nem mais a defesa, marcadamente sólida, tem funcionado. Contra o Cruzeiro, no Mineirão, por exemplo, teve pelo menos dez chances claras contra sua meta e saiu com a vitória. Ontem, se o Inter não é tão agudo, teve pelo menos três chances claríssimas. Essas duas partidas exemplificam o ocorrido em várias outras oportunidades no certame, como contra o Sport, em Recife.
Nos porões do Morumbi, há um funcionário despercebido, que guarda a sete chaves alguma fórmula mágica sobre como jogar assim e ganhar. Não pode ser apenas coincidência os três títulos seguidos e mais um em que chega na briga. E brincadeiras à parte, não é. As mesmas duas partidas, contra Cruzeiro e Internacional, mostram uma equipe que acredita muito nos lances. Foram assim os dois gols contra os azuis. Ontem, um escanteio mal batido, no apagar das luzes, foi transformado em gol. E achar um gol jogando mal tem complementado a campanha são-paulina com pontos difíceis de serem conquistados.
Campeonato Brasileiro – 32ª rodada
28/outubro/2009
SÃO PAULO 1 x INTERNACIONAL 0
Local: Estádio Morumbi, São Paulo (SP)
Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF)
Público: 34.203
Renda: R$ 846.825,00
Gol: Washington 47 do 1º
Cartão amarelo: Bosco, Hernanes e Giuliano
Gol: Washington 47 do 1º
Cartão amarelo: Bosco, Hernanes e Giuliano
SÃO PAULO: Bosco (6,5), Renato Silva (6), André Dias (5,5) e Miranda (5,5); González (5) (Zé Luis, 20 do 2º - 5,5), Jean (5,5), Hernanes (6), Jorge Wagner (6) e Richarlyson (5,5) (Junior Cesar, 40 do 1º - 6,5); Dagoberto (5,5) (Hugo, 41 do 2º - sem nota) e Washington (5,5). Técnico: Ricardo Gomes (5)
INTERNACIONAL: Lauro (5,5), Bolívar (5,5), Indio (5,5) e Fabiano Eller (5) (Alan Kardec, 10 do 2º - 5,5); Daniel (6) (Andrezinho, 36 do 2º - 5), Sandro (6), Giuliano (5,5), D'Alessandro (6,5) e Kleber (6,5); Taison (5) (Marquinhos, 10 do 2º - 6) e Alecsandro (5). Técnico: Mário Sérgio (6)
INTERNACIONAL: Lauro (5,5), Bolívar (5,5), Indio (5,5) e Fabiano Eller (5) (Alan Kardec, 10 do 2º - 5,5); Daniel (6) (Andrezinho, 36 do 2º - 5), Sandro (6), Giuliano (5,5), D'Alessandro (6,5) e Kleber (6,5); Taison (5) (Marquinhos, 10 do 2º - 6) e Alecsandro (5). Técnico: Mário Sérgio (6)
Foto: Washington agradece aos santos, que cada vez mais demonstram torcer pelo companheiro Paulo (Tom Dib/Lance)
Comentários
Não acho o Júnior César ruim. O do Flu era ótimo, com liberdade para atacar. O do São Paulo, sim, é burocrata, mas nunca vi comprometer.
Eu vi 2 jogos com o Daniel, ontem e o Gre-Nal. Nos dois foi abaixo da crítica, errou tudo! Na defesa, quando não tinha um buraco no setor dele, ele dava umas entregadas de infartar! E no ataque, mais atrapalhava do que qualquer coisa.
Nos porões do Morumbi, há um funcionário despercebido, que guarda a sete chaves alguma fórmula mágica sobre como jogar assim e ganhar.
Talvez seja o mesmo funcionário ques distribui ingressos da Madonna
Uma provável retirada da briga pelo título, com certeza, não passa por esse jogo.