Palco armado para a despedida
Talvez o único lugar do País que tenha mais interesse no jogo Brasil x Venezuela seja o Mato Grosso do Sul, local da partida. As atenções de todos estão naturalmente voltadas para Montevidéu, mesmo que a seleção jogue sua última partidas pelas Eliminatórias até 2015 hoje à noite. No hotel onde está hospedada a seleção se viu pai descendo as escadas correndo mesmo com filho pequeno no colo, criança sendo esmagada contra uma grade e, logo depois de recuperada, voltando para a confusão de novo. Tudo para chegar perto dos ídolos, pegar um autógrafo, bater uma foto, tocar neles.
Como se vê, ainda existe o amor pela seleção brasileira, ou ao menos a fascinação pelos jogadores que a representam. Se não nas mais importantes cidades do País (aquelas mais acostumadas a receber grandes jogos), nos centros mais afastados. E tudo isso me faz pensar se a seleção não deveria fazer um rodízio maior entre as cidades-sedes de suas partidas em Eliminatórias, não só para fugir do velho roteiro Rio-São Paulo-Minas-Rio Grande do Sul, mas porque nestas cidades (por exemplo: São Luís, Manaus, Maceió ou Campo Grande, palco do jogo de hoje) sempre haverá apoio à seleção, além da garantia de que o estádio não terá imensos vazios, como se viu recentemente no Beira-Rio e no Engenhão. Isto sem falar na realização de mais amistosos dentro do território nacional, onde se criaria uma identificação ainda maior entre jogadores e torcedores com a seleção brasileira, além de premiar povos que raramente veem grandes jogos em suas cidades. Lembrando: Campo Grande não sediará a Copa de 2014.
O único inconveniente disso tudo é a velha história de que "a seleção tem de dar espetáculo" em jogos assim. No caso de hoje, o resultado importa pouco mesmo. Mas o primeiro passo para que a festa não ocorra é o time de Dunga entrar procurando apenas praticar aquele futebol pouco objetivo e falsamente vistoso que muitos retrógrados amam loucamente. Primeiro, porque a Venezuela não serve para galinha morta há algum tempo. Não é mais o pior time do continente, tanto que chega a esta última rodada com chances matemáticas, ainda que minúsculas, de ir à Copa. Bobeando, o Brasil pode se complicar. Segundo, porque jogando de forma séria e organizada coletivamente, a seleção tem muito mais condições de chegar a uma bela vitória e à atuação que todos em Campo Grande esperam.
Sobre o time, Dunga não é de escalar a equipe pensando em fazer a alegria da torcida ou dos críticos. Aposto em Kaká desde o início, o que já será uma atração, mas a escolha se dará por sua importância, afinal, a comissão técnica não trata o jogo como amistoso e quer o título simbólico das Eliminatórias, o que virá com vitória. Lucas, se entrar, será a alegria dos nativos, por ser conterrâneo. Mas seu ingresso só ocorrerá se for junto com uma razão, que é a de testá-lo definitivamente para que componha o grupo de 2010.
Quem estiver em Campo Grande verá. Quem não estiver, mesmo que não tenha acesso pela TV, estará mais concentrado na Batalha do Prata, seguramente.
Em tempo:
- Estilo bom é estilo vencedor. Quando o Grêmio ganhou a Copa do Brasil de 2001 dando show e fazendo uma linha de passes humilhante dentro da área do Corinthians, ninguém falou que aquela não era a "cara do Grêmio". Portanto, que se critique Autuori por argumentos como falta de resultados ou a falha em não organizar o time de trás para a frente, como se deve fazer em futebol. Partir para argumentos reducionistas, como seu local de nascimento, é algo muito, muito pobre. Ainda mais quando estamos diante de um técnico que, se não vem obtendo os resultados esperados, sabidamente tem qualidades para alcançá-los mais adiante, como sugere sua vitoriosa biografia.
Como se vê, ainda existe o amor pela seleção brasileira, ou ao menos a fascinação pelos jogadores que a representam. Se não nas mais importantes cidades do País (aquelas mais acostumadas a receber grandes jogos), nos centros mais afastados. E tudo isso me faz pensar se a seleção não deveria fazer um rodízio maior entre as cidades-sedes de suas partidas em Eliminatórias, não só para fugir do velho roteiro Rio-São Paulo-Minas-Rio Grande do Sul, mas porque nestas cidades (por exemplo: São Luís, Manaus, Maceió ou Campo Grande, palco do jogo de hoje) sempre haverá apoio à seleção, além da garantia de que o estádio não terá imensos vazios, como se viu recentemente no Beira-Rio e no Engenhão. Isto sem falar na realização de mais amistosos dentro do território nacional, onde se criaria uma identificação ainda maior entre jogadores e torcedores com a seleção brasileira, além de premiar povos que raramente veem grandes jogos em suas cidades. Lembrando: Campo Grande não sediará a Copa de 2014.
O único inconveniente disso tudo é a velha história de que "a seleção tem de dar espetáculo" em jogos assim. No caso de hoje, o resultado importa pouco mesmo. Mas o primeiro passo para que a festa não ocorra é o time de Dunga entrar procurando apenas praticar aquele futebol pouco objetivo e falsamente vistoso que muitos retrógrados amam loucamente. Primeiro, porque a Venezuela não serve para galinha morta há algum tempo. Não é mais o pior time do continente, tanto que chega a esta última rodada com chances matemáticas, ainda que minúsculas, de ir à Copa. Bobeando, o Brasil pode se complicar. Segundo, porque jogando de forma séria e organizada coletivamente, a seleção tem muito mais condições de chegar a uma bela vitória e à atuação que todos em Campo Grande esperam.
Sobre o time, Dunga não é de escalar a equipe pensando em fazer a alegria da torcida ou dos críticos. Aposto em Kaká desde o início, o que já será uma atração, mas a escolha se dará por sua importância, afinal, a comissão técnica não trata o jogo como amistoso e quer o título simbólico das Eliminatórias, o que virá com vitória. Lucas, se entrar, será a alegria dos nativos, por ser conterrâneo. Mas seu ingresso só ocorrerá se for junto com uma razão, que é a de testá-lo definitivamente para que componha o grupo de 2010.
Quem estiver em Campo Grande verá. Quem não estiver, mesmo que não tenha acesso pela TV, estará mais concentrado na Batalha do Prata, seguramente.
Em tempo:
- Estilo bom é estilo vencedor. Quando o Grêmio ganhou a Copa do Brasil de 2001 dando show e fazendo uma linha de passes humilhante dentro da área do Corinthians, ninguém falou que aquela não era a "cara do Grêmio". Portanto, que se critique Autuori por argumentos como falta de resultados ou a falha em não organizar o time de trás para a frente, como se deve fazer em futebol. Partir para argumentos reducionistas, como seu local de nascimento, é algo muito, muito pobre. Ainda mais quando estamos diante de um técnico que, se não vem obtendo os resultados esperados, sabidamente tem qualidades para alcançá-los mais adiante, como sugere sua vitoriosa biografia.
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