O que vale é os treis ponto

Quando a equipe não vence há um mês, e o novo treinador não deu nenhum treinamento, este clichê do boleiro se aplica à perfeição. O Internacional apresentou as mesmas dificuldades de posicionamento das últimas partidas e chegou a tomar um calor do Náutico no fim do jogo. De bom mesmo, só a atuação de D'Alessandro.

O jogo começou com as duas equipes dando muitos espaços, o Náutico por ruindade e o Inter, por afoiteza e os problemas já relatados. O primeiro tempo foi de chances de gol, portanto. O Colorado chegou mais vezes, mas também foi menos objetivo com a displicência de Alecsandro.

Mário Sérgio deixou claro que os jogadores propuseram várias jogadas por conta própria. Uma delas foi a chegada de Eller pela esquerda, cobrindo Kléber que passa a atuar por todas as partes do campo. Essa jogada praticamente matou o Goiás no Beira-Rio, e ontem empurrou a equipe para a frente. D'Alessandro chamou o jogo para si e Guinãzu se mexia. Como o próprio treinador disse após a partida, do lado direito é que não se repetia a mesma dinâmica.

O intervalo virou com 2 a 1 para o Internacional. A equipe voltou para campo desorganizada. O Náutico tampouco conseguia ameaçar, enquanto os gaúchos perdiam uma chance aqui, outra ali. Mas o Timbu foi, aos poucos, gostando do jogo até que passou a entrar todo no campo colorado, acuando totalmente o time da casa. Lauro apareceu algumas vezes para garantir a vitória.

Quem também apareceu novamente foi D'Alessandro. Ele lançou Guiñazu no meio-de-campo, que avançou livre pelo lado direito de ataque, tocou para Glaydson que devolveu para D'Alessandro, já na grande área do Náutico. O meio tocou de primeira para Alecsandro marcar.

Como já dito anteriormente, D'Alessandro foi o único fato bom da partida, além dos três pontos. Mas é preciso ir devagar com o andor: o Náutico apresentou uma equipe do nível dos times do Gauchão e quase saiu com o empate. É preciso ver também como o Gringo se sai contra uma marcação de maior qualidade. Quanto à motivação, não basta só vibrar em campo, temos que ver se os treinamentos serão bem aproveitados para que o Internacional consiga jogar mais compactado.


Foto: Com Mário Sérgio, pelo menos as entrevistas serão mais divertidas (Globo Esporte).

Comentários

Vicente Fonseca disse…
Ao falar "vida nova" com a chegada de Mário Sérgio e jogar o que jogou ontem, D'Alessandro demonstrou porque não deu certo na Europa: ao contrário da fama dos jogadores argentinos que vão pra lá, não tem profissionalismo com o clube que lhe paga salários, fazendo de uma birra com o treinador anterior sua prioridade.

Do que vi, jogo bem difícil, mesmo contra um mistão do Náutico. "Gostar" do jogo é uma expressão bem adequada ao segundo tempo dos pernambucanos, que foi o que vi. Só não entendi algumas vaias ao fim do jogo, mesmo com a vitória garantida.
Lourenço disse…
Que caraterzinho desse D'Alessandro, hein.

Até não acho que ele vai engatar uma grande seqüência. Mas se dizia que ele não poderia jogar, que não aguentava o tempo todo, e foi um dos mais dispostos o tempo todo ontem.
natusch disse…
Realmente, o D'Alessandro escancarou que profissionalismo não é exatamente o seu forte. Siceramente, por melhores que sejam, de jogadores assim eu quero é distância.

Pelo que pude acompanhar, jogo com as previsíveis dificuldades de um time que muda tudo de uma hora para a outra. Inter venceu com base na maior qualidade dos jogadores, mais ou menos a mesma "tática" que vinha usando nos últimos jogos do Tite - com a diferença de que, desta vez, a bagunça e falta de tempo para trabalhar justificavam essa situação. Prevejo um jogo bem difícil contra o Atlético PR - e possivelmente mais uma vitória suada, na base do detalhe. Ou um empate chocho, tipo o que tivemos na outra partida gaúcha do dia...
conversava com natusch antes da partida que a vitória do inter serviria para mascarar a crise e assim continuo pensando. mas, apesar de tudo, achei que o nosso "encantador de cavalos" escalou o inter da melhor forma que poderia tanto em termos de nomes como de esquema. o que mostra claramente as carências que tem o time depois que a diretoria vendeu jogadores importantes. não temos lateral ou ala direito, tampouco volantes reservas, a defesa é bastante contestável sem suplentes confiáveis. e assim, aos trancos e barrancos, o inter rumo para a sexta colocação no brasileiro.
aliás, só acho que o sorondo podia voltar ao time, mas aí parece que o veto vem de cima, ou seja, mais uma CAGADA da direção. que ano de pífio, carvalho e cia.
Vicente Fonseca disse…
Giu, estes problemas de plantel não são novos, diga-se. Aparecem agora que o momento é de queda, mas há tempos (desde o início do ano) sabia-se que a aposta em Bolívar/Danilo como lateral-direito, preterindo a contratação de alguém do ofício para o setor pagaria seu preço adiante. Na questão dos volantes, eu sempre achei que o Inter tinha três jogadores muito bons (Sandro, Guiñazu e Magrão), mas nunca teve reservas à altura. Sem Magrão, jogadores como Glaydson e Maycon aparecem a toda hora para compor banco.
pois é. o problema é que o elenco ainda piorou em relação ao início do campeonato. aí fica difícil. e o encantador de cavalos agora diz que vai atacar. ai meu jesus...
Paulo Finatto disse…
Considero um pouco cedo ainda algum juízo a respeito do caráter de D'Alessandro. Se ele voltar a jogar nada no sábado, não será grande novidade.

O jogo de ontem foi tenso. Aos 44 min da etapa final o Inter quase cedeu o empate para o Náutico. Mas a falta de qualidade do time pernambucano facilitou o início do trabalho do Mário Sérgio com o time.
luís felipe disse…
é, também existe a possibilidade do D'Alessandro ter jogado bem pq o time é ruim.

Mas que estava mais disposto em campo, não há dúvida.

É possível lidar com jogador assim.
Vicente Fonseca disse…
É possível lidar, e treinador mais tarimbado e conhecedor de causa que o Mário Sérgio nesse caso talvez não haja. Não sei se vale a pena lidar, só.
Lourenço disse…
Eu até acho que é provável que o D'Alessandro volte a ser apático. Esse foi ele a carreira inteira, não é questão de caráter. Mas não é cedo para falar de sua postura, não. Uma carreira inteira, e um ano acompanhando de perto, permitem a conclusão. Quarta foi só uma demonstração, quase cínica, de que ele estava colaborando para o não-rendimento do Inter.
Paulo Finatto disse…
Confesso que o meu comentário anterior foi uma tentativa de encontrar motivos para não acreditar que existe um jogador mau caráter no Beira-Rio.

Reverei a minha posição, certamente, após o jogo de sábado.
Lourenço disse…
Hehehe
Existe em qualquer lugar, sem dúvidas.