O fim da má fase, a volta à liderança

Os primeiros 45 minutos foram para botar a cabeça no lugar. O Palmeiras não jogou bem: o Goiás soube fazer um enfrentamento equilibrado jogando no erro do time paulista. No segundo, o gol cedo, 4 minutos, ajudou. E aí sim o time de Muricy voltou a ser o grande líder de quase todo o campeonato, se impôs e chegou à goleada em noite de Diego Souza e Obina.

Hélio dos Anjos anunciou 3-5-2, mas entrou num 4-4-2 onde Léo Lima e Iarley tinham liberdade de movimentação. Eles criaram sérios problemas para um meio fragilizado do Palmeiras, com Edmílson frouxo (saiu lesionado para a entrada de Sandro Silva ainda no primeiro tempo, o que foi um ganho para o time) e Souza perdido. Fernandão segue sendo um elefante branco que pouco contribui. Desde que entrou no time, o Goiás degringolou. Após a normal ansiedade inicial, o Palmeiras reequilibrou o jogo a partir de Diego Souza. Ele tocou sozinho toda a criação da equipe, com seus dribles em velocidade, sua categoria na distribuição e sua contundência inconfundível nos arremates. Sério candidato a craque do campeonato, aliás.

O gol de Obina começou numa ótima roubada de Souza. Eram quatro minutos. Foi a senha para o Palmeiras dominar completamente o Goiás, que passou a inexistir em campo. Diego Souza seguia inspirado. Hélio dos Anjos trocou Amaral por Ramalho para anulá-lo, mas fragilizou ainda mais a marcação na meia-cancha. Ortigoza redimiu-se de um incrível gol perdido sofrendo o pênalti que matou o jogo na prática, aos 29, batido por Obina. Aí, foram os 15 minutos de loucura do centroavante palmeirense. Aos 38, deu toque de calcanhar que deixou Deyvid Sacconi na cara de Harlei para ampliar. Aos 42, fez o quarto, seu terceiro no jogo. Em noite até então de Diego Souza, foi Obina quem riu por último. Sorte dos alviverdes.

Uma excelente noite do Palmeiras. Os principais problemas do primeiro tempo foram mais causados pelo Goiás que por aquela ansiedade que era visível em jogos como a derrota para o Santo André, por exemplo. Vencida esta barreira psicológica, veio a imposição em campo com goleada. O Palmeiras retoma a ponta e abre vantagem para concorrentes como Atlético-MG, Internacional e Flamengo. Já o Goiás deu praticamente adeus a tudo o que queira disputar neste campeonato. Além da pontuação insuficiente, vem em processo de decadência desde o final do primeiro turno.

Em tempo:
- A briga contra o rebaixamento é tão ferrenha quanto à da liderança. O Fluminense, mesmo que muito atrás, segue vivo.

- Dois belos lances no jogo do Palestra Itália. No primeiro tempo, Iarley acertou fantástico voleio, pegando em cheio na grande área, mas Marcos praticou grande defesa. No segundo, Diego Souza lançou companheiro próximo à área desde o meio de campo. Com o peito.

Campeonato Brasileiro 2009 - 32ª rodada
29/outubro/2009
PALMEIRAS 4 x GOIÁS 0
Local: Palestra Itália, São Paulo (SP)
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Público: 18.070
Renda: R$ 722.461,24
Gols: Obina 4 e (pênalti) 29, Deyvid Sacconi 38 e Obina 42 do 2º
Cartão amarelo: Sandro Silva, Amaral, Valmir Lucas e Fernando
Expulsão: Rafael Tolói 35 do 2º
PALMEIRAS: Marcos (6,5), Maurício (5), Danilo (5,5) e Marcão (6); Figueroa (5,5), Edmílson (4,5) (Sandro Silva, 32 do 1º - 6,5), Souza (6), Diego Souza (7,5) e Armero (6); Ortigoza (5,5) (Deyvid Sacconi, 31 do 2º - 6) e Obina (8,5) (Robert, 44 do 2º - sem nota). Técnico: Muricy Ramalho (7)
GOIÁS: Harlei (6), Valmir Lucas (4,5), Ernando (4,5), Rafael Tolói (4) e Júlio César (5); Fernando (4,5), Amaral (4,5) (Ramalho, 17 do 2º - 5), Romerito (4,5) (Douglas, 25 do 2º - 4,5) e Léo Lima (6); Iarley (5,5) e Fernandão (4). Técnico: Hélio dos Anjos (4,5)

Foto: Jogadores do Palmeiras comemoram a goleada sobre o Goiás e a volta ao topo da tabela (Marcelo Pereira/Terra).

Comentários

Unknown disse…
galo não sabe nadar. vai morrer na praia.
Joel disse…
Vicente, tu te surpreendestes com a declaração do FC de que é a favor da mala branca? Alguns sites colocaram a declaração como polêmica, mas eu achei que ele foi por demais sincero...depois do episódio contra o "Papão da Curuzu" não me surpreende nem um pouco...
Vicente Fonseca disse…
Joel, não vejo problema em incentivar um time a ganhar o jogo pagando bicho-extra. Esse é o tabu mais velho do futebol: todo mundo faz, mas ninguém admite e nem sabe de nada. E não vejo como antiético.

Pagar pra alguém amolecer, aí sim, é caso de polícia. Esse caso que tu citou de Paysandu x Inter, se tiver realmente havido algo, sou a favor de banir todos os envolvidos do esporte para sempre. O mesmo vale para Argentina x Peru, em 1978, e outros tantos.
Vicente Fonseca disse…
Além dos casos envolvendo apostas, alteração forçada de resultados, como a máfia do apito de 1996/97, da loteria esportiva de 1982 e do Caso Edílson, de 2005.
Prestes disse…
Eu não vejo problema em oferecer mala branca, mas acho complicado aceitar.

Então o cara não ia correr senão ganhar dinheiro extra?? Mas tudo bem, um incentivo a mais, ok.

Agora, o que não pode, p. ex., é jogador querer negociar. Dizer "ah, não, eu quero 30". Aí já se está admitindo q vai fazer corpo mole se não ganhar X.
natusch disse…
A distinção do Vicente, para mim, é perfeita. Mala branca não tem nada de mais, é um incentivo extra, paga quem pode e aceita quem faz por onde. Agora mala preta, para amolecer, armar resultado... É vergonhoso e tem que render banimento eterno do esporte. Simples assim.

Quanto ao G4, diminuiu a distância em 3 pontos e aumentaram as chances do Grêmio de 4% para 7%. Uau =P
Lourenço disse…
Também não entendi por que o Paulo Schmitt vai investigar, justamente por essa distinção bem feita que o Vicente fez. É por essas atitudes da Procuradoria da Justiça Desportiva que essas histórias viram lendas mal contadas, quando deveriam ser algo absolutamente normal.

No mais, primeira vez que eu vejo um jogo do Goiás e sai o resultado que eu torço. ô time peçonhento.
Joel disse…
Exatamente isso que eu quiz dizer... houve todo o bafafá de mala preta em 2002 (inclusive com quebra-quebra da torcida do Paysandu), e agora a turma tá querendo polemizar a declaração do cartola sobre mala branca, para tentar atingir audiência por sinal... pela tabela do GRÊMIO, acho que a mala branca poderia ser o investidor que falta para aquisição do passe do Maxi Lopez.

Mandarei essa idéia para a ouvidoria, rsrsrs
Vicente Fonseca disse…
GRANDE ideia, Joel. Até eu vou colaborar com essa MALA LOIRA.

hshsadsad
Joel disse…
Pense bem...no Domingo, pedimos uma colaboração espontânea para: Botafogo, Fluminense, Náutico e Sport (apesar de estarem todos falidos).
Na rodada seguinte, os colaboradores seriam Palmeiras, Flamengo, Cruzeiro, Atlético e até nossos rivais, Inter...e assim por diante
A única rodada sem dividendos seria contra o Barueri...a idéia é realmente boa, inclusive estou pensando em lucrar com os direitos autorais, rsrs
Vicente Fonseca disse…
Bah, o Flu com a Unimed é uma excelente ideia.

hdsshd