A maturidade do Galo
A vitória no Morumbi realça o Atlético-MG na disputa pelo título. O time de Celso Roth atuou com uma segurança de time consolidado e bem treinado, com objetividade e experiência na administração da vantagem obtida, demonstrando calma e sabedoria. Mereceu o resultado e assume, com méritos, a vice-liderança do Campeonato Brasileiro.
Verdade que o gol cedo ajudou demais a proposta de jogo do Galo. Foi numa jogada de Diego Tardelli, melhor em campo, que ali só começava sua tarefa de infernizar o grande Miranda, num duelo pessoal de alto nível. Ele mesmo aproveitou a falta sofrida bem colocada por Ricardinho, num erro de posicionamento clamoroso da zaga do São Paulo. E a partir daí, 1 minuto de jogo, o Atlético-MG pôde se utilizar de suas melhores armas fora de casa: contou com a qualidade e calma do toque de bola no meio, especialmente por Corrêa e Ricardinho, para diminuir o ritmo quando conviesse. Em caso de erro são-paulino - e foram muitos - era possível puxar contra-golpes sempre perigosos, tanto com Tardelli quanto com Éder Luís, uma rara dupla rápida e concluidora.
O São Paulo reagiu, deu a impressão que empataria no primeiro tempo. Foi para cima e acuou os mineiros, tendo inclusive arremates na trave de Carini. Dagoberto jogava por ele e pelos apagados Hernanes e Hugo: corria por todos os lados, driblava em velocidade, servia Washington, aparecia para tabelar com os alas. Foi um jogador abnegado, o mais interessado dos paulistas. Mas foi justamente nas meias que se deu a diferença do jogo: enquanto os do Atlético-MG cadenciavam e aceleravam no momento certo, os são-paulinos se omitiam. A única saída do time de Ricardo Gomes era a ligação direta, o que sacrificava sobremaneira a atuação de Washington, que é muito dependente de boa parceria para funcionar.
Isto foi parcialmente corrigido com a entrada de Borges no intervalo, mas o jogo seguiu com o Galo melhor. Suportava a tentativa de pressão do São Paulo e saía, sempre com perigo, em contra-golpes rápidos. Ricardinho e Diego Tardelli seguiram sendo os melhores, e viram o crescimento de nomes como Thiago Feltri, que fazia boas triangulações pela esquerda.
Celso Roth merece os parabéns. Seu time é tão bem treinado, tão bem encaixado, que mesmo com zagueiros tecnicamente sofríveis conseguiu mostrar um sistema defensivo muito sólido. Nenhum movimento atleticano era em vão, tudo parecia funcionar numa perfeita engrenagem, com sentido. O time sabia exatamente o que queria, lia bem o jogo, muito em função da experiência e qualidade de sua meia cancha. O São Paulo, ao contrário, trabalhava pouco e mal a bola, se precipitava, falhava no sentido de um conjunto. Nem a entrada de Marlos e do menino Oscar, este muito pedido pela torcida, melhorou a movimentação do meio. Perdeu o setor, e aí perdeu a partida. Não teve forças nem tranquilidade para ao menos empatar, mesmo tendo 89 minutos para isto.
Para quem perdeu um clássico há cinco dias, caso do Atlético-MG, o resultado é ainda mais estupendo. O time ultrapassa o São Paulo e está a 4 pontos do Palmeiras, que joga amanhã. Os bons reforços trazidos pelo time mineiro começaram a dar resultado (Ricardinho fez apenas sua primeira partida como titular). Já o tricolor teve mais sorte que juízo. Contou com o tropeço do Goiás em Florianópolis para, ao menos, saber que finaliza mais esta rodada na zona de classificação à Libertadores. Mas, se a produção continuar baixa, a tendência de sair dela acabará se verificando na prática, mais cedo ou mais tarde.
Em tempo:
- Heber Roberto Lopes mostrou total descritério nos cartões. Encheu de amarelo os jogadores do Galo mesmo que os são-paulinos tenham cometido entradas muito mais violentas, nas quais muitas nem falta foram marcadas.
Campeonato Brasileiro 2009 - 30ª rodada
17/outubro/2009
SÃO PAULO 0 x ATLÉTICO-MG 1
Local: Morumbi, São Paulo (SP)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (PR)
Público: 25.947
Renda: R$ 665.095,00
Gol: Diego Tardelli 1 do 1º
Cartão amarelo: Richarlyson, Jonílson, Éder Luís, Jorge Luiz, Carlos Alberto, Ricardinho e Corrêa
SÃO PAULO: Rogério Ceni (6), Renato Silva (5), Rodrigo (5) (Oscar, 14 do 2º - 4,5) e Miranda (5,5); Jean (5), Richarlyson (5,5), Hernanes (4,5), Hugo (4,5) (Marlos, 23 do 2º - 4,5) e Júnior César (4,5); Dagoberto (6) e Washington (4,5) (Borges, intervalo - 4,5). Técnico: Ricardo Gomes (4,5)
ATLÉTICO-MG: Carini (6), Carlos Alberto (5,5), Jorge Luís (5), Werley (5,5) e Thiago Feltri (6,5); Jonílson (6), Corrêa (6,5), Márcio Araújo (5) e Ricardinho (7) (Evandro, 36 do 2º - sem nota); Éder Luís (6) (Rentería, 21 do 2º - 6) e Diego Tardelli (7,5) (Wellington Saci, 46 do 2º - sem nota). Técnico: Celso Roth (7)
Verdade que o gol cedo ajudou demais a proposta de jogo do Galo. Foi numa jogada de Diego Tardelli, melhor em campo, que ali só começava sua tarefa de infernizar o grande Miranda, num duelo pessoal de alto nível. Ele mesmo aproveitou a falta sofrida bem colocada por Ricardinho, num erro de posicionamento clamoroso da zaga do São Paulo. E a partir daí, 1 minuto de jogo, o Atlético-MG pôde se utilizar de suas melhores armas fora de casa: contou com a qualidade e calma do toque de bola no meio, especialmente por Corrêa e Ricardinho, para diminuir o ritmo quando conviesse. Em caso de erro são-paulino - e foram muitos - era possível puxar contra-golpes sempre perigosos, tanto com Tardelli quanto com Éder Luís, uma rara dupla rápida e concluidora.
O São Paulo reagiu, deu a impressão que empataria no primeiro tempo. Foi para cima e acuou os mineiros, tendo inclusive arremates na trave de Carini. Dagoberto jogava por ele e pelos apagados Hernanes e Hugo: corria por todos os lados, driblava em velocidade, servia Washington, aparecia para tabelar com os alas. Foi um jogador abnegado, o mais interessado dos paulistas. Mas foi justamente nas meias que se deu a diferença do jogo: enquanto os do Atlético-MG cadenciavam e aceleravam no momento certo, os são-paulinos se omitiam. A única saída do time de Ricardo Gomes era a ligação direta, o que sacrificava sobremaneira a atuação de Washington, que é muito dependente de boa parceria para funcionar.
Isto foi parcialmente corrigido com a entrada de Borges no intervalo, mas o jogo seguiu com o Galo melhor. Suportava a tentativa de pressão do São Paulo e saía, sempre com perigo, em contra-golpes rápidos. Ricardinho e Diego Tardelli seguiram sendo os melhores, e viram o crescimento de nomes como Thiago Feltri, que fazia boas triangulações pela esquerda.
Celso Roth merece os parabéns. Seu time é tão bem treinado, tão bem encaixado, que mesmo com zagueiros tecnicamente sofríveis conseguiu mostrar um sistema defensivo muito sólido. Nenhum movimento atleticano era em vão, tudo parecia funcionar numa perfeita engrenagem, com sentido. O time sabia exatamente o que queria, lia bem o jogo, muito em função da experiência e qualidade de sua meia cancha. O São Paulo, ao contrário, trabalhava pouco e mal a bola, se precipitava, falhava no sentido de um conjunto. Nem a entrada de Marlos e do menino Oscar, este muito pedido pela torcida, melhorou a movimentação do meio. Perdeu o setor, e aí perdeu a partida. Não teve forças nem tranquilidade para ao menos empatar, mesmo tendo 89 minutos para isto.
Para quem perdeu um clássico há cinco dias, caso do Atlético-MG, o resultado é ainda mais estupendo. O time ultrapassa o São Paulo e está a 4 pontos do Palmeiras, que joga amanhã. Os bons reforços trazidos pelo time mineiro começaram a dar resultado (Ricardinho fez apenas sua primeira partida como titular). Já o tricolor teve mais sorte que juízo. Contou com o tropeço do Goiás em Florianópolis para, ao menos, saber que finaliza mais esta rodada na zona de classificação à Libertadores. Mas, se a produção continuar baixa, a tendência de sair dela acabará se verificando na prática, mais cedo ou mais tarde.
Em tempo:
- Heber Roberto Lopes mostrou total descritério nos cartões. Encheu de amarelo os jogadores do Galo mesmo que os são-paulinos tenham cometido entradas muito mais violentas, nas quais muitas nem falta foram marcadas.
Campeonato Brasileiro 2009 - 30ª rodada
17/outubro/2009
SÃO PAULO 0 x ATLÉTICO-MG 1
Local: Morumbi, São Paulo (SP)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (PR)
Público: 25.947
Renda: R$ 665.095,00
Gol: Diego Tardelli 1 do 1º
Cartão amarelo: Richarlyson, Jonílson, Éder Luís, Jorge Luiz, Carlos Alberto, Ricardinho e Corrêa
SÃO PAULO: Rogério Ceni (6), Renato Silva (5), Rodrigo (5) (Oscar, 14 do 2º - 4,5) e Miranda (5,5); Jean (5), Richarlyson (5,5), Hernanes (4,5), Hugo (4,5) (Marlos, 23 do 2º - 4,5) e Júnior César (4,5); Dagoberto (6) e Washington (4,5) (Borges, intervalo - 4,5). Técnico: Ricardo Gomes (4,5)
ATLÉTICO-MG: Carini (6), Carlos Alberto (5,5), Jorge Luís (5), Werley (5,5) e Thiago Feltri (6,5); Jonílson (6), Corrêa (6,5), Márcio Araújo (5) e Ricardinho (7) (Evandro, 36 do 2º - sem nota); Éder Luís (6) (Rentería, 21 do 2º - 6) e Diego Tardelli (7,5) (Wellington Saci, 46 do 2º - sem nota). Técnico: Celso Roth (7)
Foto: Éder Luís recebe a marcação de Rodrigo na grande vitória do Atlético-MG no Morumbi (Gaspar Nóbrega/Vipcomm/Divulgação).
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