O golpe final
Curitiba
Ontem o Grêmio sofreu o golpe que retira do próprio discurso oficial do Olímpico a pretensão de disputar o título e quase alija também as já minguadas chances de classificação à Libertadores-2010 pretendidas pelo clube da Azenha. Num conjunto de erros entre Paulo Autuori e os jogadores em campo, o tricolor por pouco não perdeu sua invencibilidade de quase um ano em casa para um adversário apenas médio, que não vive bom momento e faz campanha muito fraca jogando como visitante.
Também este sábado desferiu o golpe mortal nos defensores da estapafúrdia ideia de apressar a colocação de um jogador absolutamente imaturo no lugar do experiente capitão e centralizador de jogadas do time na camisa 10. Douglas Costa, além de dar uma excessiva leveza ao setor ofensivo, mostrou seus velhos problemas: participação mínima, afobação, mau posicionamento. Jogou sem consciência de seu papel em campo, não deu a efetividade que o time precisava. Como resultado, o Vitória, muito bem organizado, desarmava com facilidade e puxava contra-ataques.
Assim, viu-se a gritante diferença do que é o Grêmio sem Tcheco: um time que perde a referência. Ele nem sempre joga bem, mas quase sempre faz os outros jogarem. Souza cresce ao lado dele, ontem pouco apareceu. Jonas e Perea morreram de fome no ataque. Fábio Rochemback, firme na marcação, foi obrigado a tentar lançamentos longos, muito difíceis de darem certo. O Grêmio não atacou e foi sempre atacado. Com Leandro Domingues puxando as jogadas em velocidade para o ataque baiano, o gol se desenhava. Não saiu antes e não saíram mais pela ruindade de Neto Berola, que de tanto insistir marcou, em erro clamoroso do sistema defensivo - outra vez houve problemas de posicionamento atrás, algo que Autuori precisa corrigir já, prioritariamente. Time se constroi de trás para a frente, ajeitando a zaga primeiro.
A impressão que dava no segundo tempo é que o técnico do Grêmio ia esperar levar o segundo gol para mexer no time. Aos 11 minutos, depois de duas bolas na trave do Vitória, entararam Tcheco e Herrera. O Grêmio não passou nem perto de jogar bem. Mas ganhou muito mais consistência na frente, força física, pouco foi ameaçado (até pela expulsão de Magal), teve bola parada perigosa e ganhou ânimo, claro. Talvez Tcheco volte melhor depois desse banco, e será o único lado de uma mexida que simplesmente não tem como funcionar. A equipe passou a jogar como deve um mandante, mesmo que mal, mas no abafa. Raramente criava chances, mas tinha agora a opção da bola parada, alternativa fundamental em jogos complicados, e que inexistia no primeiro tempo. No finzinho, em jogada de Tcheco, Jonas empatou com um golaço.
O Grêmio precisava de mudanças para melhorar a ponto de brigar por algo melhor na tabela, mas jamais fazer algo esdrúxulo como Autuori propôs ontem: um time que já não tem na consistência defensiva uma virtude forte piorar a produção na frente e fragilizar ainda mais o meio-campo fisicamente. Douglas Costa precisa amadurecer muito para estar entre os profissionais. Claramente não tem maturidade, é verde demais ainda. Tem muito o que aprender. E que a minoria barulhenta que quer ver Tcheco longe de Porto Alegre tenha finalmente entendido que, mesmo não estando em sua melhor fase técnica, ele está muito longe de personificar os problemas gremistas. Pelo contrário, dá soluções e evita que outros muito maiores apareçam.
Em tempo:
- A insistência em Joílson é inexplicável.
Campeonato Brasileiro 2009 - 23ª rodada
5/setembro/2009
GRÊMIO 1 x VITÓRIA 1
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha
Público: 20.901
Renda: R$ 360.641,00
Gols: Neto Berola 40 do 1º; Jonas 41 do 2º
Cartão amarelo: Joílson, Lúcio, Wallace, Robson e Uelliton
Expulsão: Magal 22 do 2º
GRÊMIO: Marcelo Grohe (5), Túlio (5) (Joílson, 27 do 2º - 4,5), Mário Fernandes (7), Réver (5) e Lúcio (4,5); Fábio Rochemback (5,5), Adílson (4), Souza (4,5) e Douglas Costa (4,5) (Tcheco, 11 do 2º - 6); Jonas (6) e Perea (4,5) (Herrera, 11 do 2º - 5,5). Técnico: Paulo Autuori (4)
VITÓRIA: Viáfara (6), Apodi (5,5), Fábio Ferreira (6,5), Wallace (6) e Robson (6); Vanderson (6), Magal (4), Uelliton (5,5) e Leandro Domingues (6,5) (Marco Aurélio, 29 do 2º - 5,5); Neto Berola (6) (Jackson, 19 do 2º - 4,5) e Roger (4,5) (Carlos Alberto, 40 do 2º - sem nota). Técnico: Vagner Mancini (6,5)
Ontem o Grêmio sofreu o golpe que retira do próprio discurso oficial do Olímpico a pretensão de disputar o título e quase alija também as já minguadas chances de classificação à Libertadores-2010 pretendidas pelo clube da Azenha. Num conjunto de erros entre Paulo Autuori e os jogadores em campo, o tricolor por pouco não perdeu sua invencibilidade de quase um ano em casa para um adversário apenas médio, que não vive bom momento e faz campanha muito fraca jogando como visitante.
Também este sábado desferiu o golpe mortal nos defensores da estapafúrdia ideia de apressar a colocação de um jogador absolutamente imaturo no lugar do experiente capitão e centralizador de jogadas do time na camisa 10. Douglas Costa, além de dar uma excessiva leveza ao setor ofensivo, mostrou seus velhos problemas: participação mínima, afobação, mau posicionamento. Jogou sem consciência de seu papel em campo, não deu a efetividade que o time precisava. Como resultado, o Vitória, muito bem organizado, desarmava com facilidade e puxava contra-ataques.
Assim, viu-se a gritante diferença do que é o Grêmio sem Tcheco: um time que perde a referência. Ele nem sempre joga bem, mas quase sempre faz os outros jogarem. Souza cresce ao lado dele, ontem pouco apareceu. Jonas e Perea morreram de fome no ataque. Fábio Rochemback, firme na marcação, foi obrigado a tentar lançamentos longos, muito difíceis de darem certo. O Grêmio não atacou e foi sempre atacado. Com Leandro Domingues puxando as jogadas em velocidade para o ataque baiano, o gol se desenhava. Não saiu antes e não saíram mais pela ruindade de Neto Berola, que de tanto insistir marcou, em erro clamoroso do sistema defensivo - outra vez houve problemas de posicionamento atrás, algo que Autuori precisa corrigir já, prioritariamente. Time se constroi de trás para a frente, ajeitando a zaga primeiro.
A impressão que dava no segundo tempo é que o técnico do Grêmio ia esperar levar o segundo gol para mexer no time. Aos 11 minutos, depois de duas bolas na trave do Vitória, entararam Tcheco e Herrera. O Grêmio não passou nem perto de jogar bem. Mas ganhou muito mais consistência na frente, força física, pouco foi ameaçado (até pela expulsão de Magal), teve bola parada perigosa e ganhou ânimo, claro. Talvez Tcheco volte melhor depois desse banco, e será o único lado de uma mexida que simplesmente não tem como funcionar. A equipe passou a jogar como deve um mandante, mesmo que mal, mas no abafa. Raramente criava chances, mas tinha agora a opção da bola parada, alternativa fundamental em jogos complicados, e que inexistia no primeiro tempo. No finzinho, em jogada de Tcheco, Jonas empatou com um golaço.
O Grêmio precisava de mudanças para melhorar a ponto de brigar por algo melhor na tabela, mas jamais fazer algo esdrúxulo como Autuori propôs ontem: um time que já não tem na consistência defensiva uma virtude forte piorar a produção na frente e fragilizar ainda mais o meio-campo fisicamente. Douglas Costa precisa amadurecer muito para estar entre os profissionais. Claramente não tem maturidade, é verde demais ainda. Tem muito o que aprender. E que a minoria barulhenta que quer ver Tcheco longe de Porto Alegre tenha finalmente entendido que, mesmo não estando em sua melhor fase técnica, ele está muito longe de personificar os problemas gremistas. Pelo contrário, dá soluções e evita que outros muito maiores apareçam.
Em tempo:
- A insistência em Joílson é inexplicável.
Campeonato Brasileiro 2009 - 23ª rodada
5/setembro/2009
GRÊMIO 1 x VITÓRIA 1
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha
Público: 20.901
Renda: R$ 360.641,00
Gols: Neto Berola 40 do 1º; Jonas 41 do 2º
Cartão amarelo: Joílson, Lúcio, Wallace, Robson e Uelliton
Expulsão: Magal 22 do 2º
GRÊMIO: Marcelo Grohe (5), Túlio (5) (Joílson, 27 do 2º - 4,5), Mário Fernandes (7), Réver (5) e Lúcio (4,5); Fábio Rochemback (5,5), Adílson (4), Souza (4,5) e Douglas Costa (4,5) (Tcheco, 11 do 2º - 6); Jonas (6) e Perea (4,5) (Herrera, 11 do 2º - 5,5). Técnico: Paulo Autuori (4)
VITÓRIA: Viáfara (6), Apodi (5,5), Fábio Ferreira (6,5), Wallace (6) e Robson (6); Vanderson (6), Magal (4), Uelliton (5,5) e Leandro Domingues (6,5) (Marco Aurélio, 29 do 2º - 5,5); Neto Berola (6) (Jackson, 19 do 2º - 4,5) e Roger (4,5) (Carlos Alberto, 40 do 2º - sem nota). Técnico: Vagner Mancini (6,5)
Comentários
Se o Vitória não pecasse demais nas conclusões teria goleado o Grêmio. Atuação clamorosa tricolor. Até o Réver jogou muito mal ontem.
Achei importante esta frase do texto: "Talvez Tcheco volte melhor depois desse banco"
Banco às vezes faz bem, vide Dalessandro.
E na boa, não sou de torcer por derrota do time, mas ontem o Vitória mereceu levar os três pontos para casa.
Grêmio só vai deixar de depender do Tcheco quando achar alguém parecido com as características dele. Talvez na base. Mas enquanto esse jogador não aparece, o capitão tem que ser titular. Ao menos o Autuori escancarou para os acéfalos que um meio faceiro com Souza e Douglas Costa, definitivamente, não funciona.
P.S.: Adeus, Libertadores.
Que jogo horroroso, e a torcida também não ajudou muito. A social ali era só corneta.
Autuori começa a errar de forma preocupante. 6 pontos viraram 2 por erro dele.
Mais preocupante pq ele vem tendo tempo pra treinar. O Grêmio tem jogado só nos domingos, treinam a semana toda e não se vê absolutamente nada de acréscimo.
Errou ontem ao tirar o Tcheco, o time tava morto em campo, sem pegada e sem criação alguma. Não concordo qdo diz que o Douglas não tem vaga no time. No time que jogo ontem ele se mostrou mais disposto que o Perea. Mas coloquem o guri de atacante, não para a criação do time.
Errou de novo ao colocar o Joílson. Dispensem o cara, não acrescenta nada. Ou então o coloquem pra jogar a Copa da FGF com o time B. É uma vergonha, displicente, sem vontade, sem posição.
E Mário Fernandes jogou demais. Se mantiver esse nível, pega seleção sim, pós copa 2010. Não se discute, ele não volta pra lateral-direita. Aliás, sobre a laetral, deixem vaga essa função. É um crime com o túlio deixá-lo ali. Não sabe o que fazer. E a ida dele pra lateral deixou um buraco no meio do campo. A bola ali sempre caia no pé dos jogadores do Vitória. Talvez se explique tb pela péssima atuação do Adilson.
E dou o braço a torcer: planjemos a Copa do Brasil 2010.
E Douglas Costa, por enquanto, não me serve como titular, Samir. Não acho que seja o caso de desgraçá-lo, mas me parece ainda imaturo. Não pode tirar Tcheco do time.
Vejo que não comentaste sobre a estreia de Rochemback. Li comentarios positivos da imprensa, mas não concordo com elas. Ele apenas iniciou o jogo bem, por muito poucos minutos. Depois, desabou. Não deveria continuar na titularidade, pelo menos por ora.
Culpa novamente de Autuori. Creio que esse cara está cavando sua cova.
Também achei forçados os elogios ao Rochemback. Não dá para cobrar muito do cara ainda, mas teve atuação somente regular.
Tcheco, Souza, Jonas e Maxi é o melhor que o Grêmio pode por em campo no momento.
Qdo Maxi voltar, ele voltaria pra reserva..