Rotina melancólica
A história já está ficando chata, repetitiva, exaustivamente colocada. Mas o fato é que o Grêmio não consegue resultados longe do Olímpico e, persistindo assim, não irá a lugar algum no Campeonato Brasileiro. O resultado de hoje foi normal: perder para o São Paulo, no Morumbi. O que piora tudo é que já é o sétimo jogo seguido no Brasileirão sem vitória fora de casa. O time não vence há três meses, desde os 3 a 1 sobre o San Martín, pela Libertadores.
Claro que explicar a derrota pelo fato de ser longe da Azenha é muito simples. Vamos ao que ocorreu e o que pode ser corrigido. Em primeiro lugar, nenhum time que cometa apenas duas faltas em 90 minutos pode sair vencedor. Não se trata de uma apologia à violência, tampouco que o número de faltas esteja relacionado com vitórias. Mas o que faltou hoje ao Grêmio, muitas vezes, foi parar o São Paulo. Não é bom fazer faltas perto da área, mas o time de Autuori parecia evitá-las lá atrás, quando eram necessárias. Dois lances perigosos no segundo tempo surgiram daí: uma arrancada de Miranda por todo o campo que Borges quase fez, e outra de Júnior César pela ponta, onde o desvio de Dagoberto ou Borges não ocorreu por detalhe.
Outro problema foi a conhecida lentidão na saída da defesa para o ataque. Túlio e Adílson se enrolaram além da conta, Fábio Santos teve desempenho risível. É verdade que tudo fica ainda mais complicado quando dá certo e a arbitragem anula erradamente. O impedimento de Maxi López aos 5 minutos, em condição legal, o deixaria na cara do gol e poderia mudar a história do jogo.
O São Paulo tentou exercer marcação pressão na saída de bola do Grêmio, mas os primeiros 15 minutos foram todos gaúchos. Dois impedimentos mal marcados e situações criadas davam a entender que um bom resultado era possível. Mas o tricolor paulista impôs sua estratégia inicial. Numa sequência de rebotes apanhados no campo gremista, Hernanes lançou Dagoberto, que abriu o placar. Erro de posicionamento da zaga, méritos do meia são-paulino.
Mas o primeiro tempo relativamente equilibrado dava esperanças num segundo melhor. O gol de Dagoberto, a 1 minuto, foi um banho de água fria. O Grêmio demorou a se encontrar no jogo, poderia ter levado mais gols. Douglas Costa entrou e melhorou a movimentação na frente, assim como Jonas, que sofreu o pênalti. O empate até poderia ter vindo, e não seria absurdo pelos minutos finais. A vitória acabou premiando o time que teve melhor acabamento nas jogadas de ataque. Para o time gaúcho, colocar a bola na área era um parto de elefante. Quando vinha, os três zagueiros subiam para vencer Maxi López. Faltou poder de fogo, faltou chegada ao ataque.
O resultado é péssimo pelo conjunto dos jogos fora. A atuação foi fraca, não chegou a ser desastrosa, mas pesa pelo currículo. Difícil apontar quem se salva no jogo de hoje, que chega a fazer o time parecer pior do que ele realmente é. O São Paulo não fez a maravilhosa partida que o pessoal do Sportv quis deixar a entender. Mas foi melhor e mais regular que o Grêmio, teve mais eficiência, Dagoberto em grande jornada e o jogo quase sempre sob controle. Tinha uma partida relativamente fácil nas mãos no segundo tempo e quase entregou. Em determinado momento poderia até ter goleado, o que seria tão exagerado quanto um empate dos visitantes. Vai se recuperando, e aos poucos aumenta sua pontuação de forma efetiva.
Campeonato Brasileiro 2009 - 15ª rodada
30/julho/2009
SÃO PAULO 2 x GRÊMIO 1
Local: Morumbi, São Paulo (SP)
Árbitro: Héber Roberto Lopes (PR)
Público: 13.323
Renda: R$ 295.745,00
Gols: Dagoberto 21 do 1º; Dagoberto 1 e Tcheco (pênalti) 34 do 2º
Cartão amarelo: Miranda, Jorge Wagner e Borges
SÃO PAULO: Dênis (5,5), André Dias (6), Renato Silva (6) e Miranda (6); Jean (6), Richarlyson (6), Hernanes (7) (Eduardo Costa, 42 do 2º - sem nota), Jorge Wagner (6,5) e Júnior César (6,5); Dagoberto (7,5) (Marlos, 42 do 2º - sem nota) e Borges (4,5). Técnico: Ricardo Gomes (6)
GRÊMIO: Victor (6), Mário Fernandes (5) (Rafael Marques, 35 do 2º - sem nota), Léo (4,5), Réver (6) e Fábio Santos (4); Túlio (4), Adílson (4,5) (Douglas Costa, 18 do 2º - 5,5), Tcheco (5) e Souza (5); Herrera (4) (Jonas, intervalo - 5,5) e Maxi López (4,5). Técnico: Paulo Autuori (5)
Foto: Dagoberto comemora um de seus gols na vitória do tricolor paulista (Terra)
Claro que explicar a derrota pelo fato de ser longe da Azenha é muito simples. Vamos ao que ocorreu e o que pode ser corrigido. Em primeiro lugar, nenhum time que cometa apenas duas faltas em 90 minutos pode sair vencedor. Não se trata de uma apologia à violência, tampouco que o número de faltas esteja relacionado com vitórias. Mas o que faltou hoje ao Grêmio, muitas vezes, foi parar o São Paulo. Não é bom fazer faltas perto da área, mas o time de Autuori parecia evitá-las lá atrás, quando eram necessárias. Dois lances perigosos no segundo tempo surgiram daí: uma arrancada de Miranda por todo o campo que Borges quase fez, e outra de Júnior César pela ponta, onde o desvio de Dagoberto ou Borges não ocorreu por detalhe.
Outro problema foi a conhecida lentidão na saída da defesa para o ataque. Túlio e Adílson se enrolaram além da conta, Fábio Santos teve desempenho risível. É verdade que tudo fica ainda mais complicado quando dá certo e a arbitragem anula erradamente. O impedimento de Maxi López aos 5 minutos, em condição legal, o deixaria na cara do gol e poderia mudar a história do jogo.
O São Paulo tentou exercer marcação pressão na saída de bola do Grêmio, mas os primeiros 15 minutos foram todos gaúchos. Dois impedimentos mal marcados e situações criadas davam a entender que um bom resultado era possível. Mas o tricolor paulista impôs sua estratégia inicial. Numa sequência de rebotes apanhados no campo gremista, Hernanes lançou Dagoberto, que abriu o placar. Erro de posicionamento da zaga, méritos do meia são-paulino.
Mas o primeiro tempo relativamente equilibrado dava esperanças num segundo melhor. O gol de Dagoberto, a 1 minuto, foi um banho de água fria. O Grêmio demorou a se encontrar no jogo, poderia ter levado mais gols. Douglas Costa entrou e melhorou a movimentação na frente, assim como Jonas, que sofreu o pênalti. O empate até poderia ter vindo, e não seria absurdo pelos minutos finais. A vitória acabou premiando o time que teve melhor acabamento nas jogadas de ataque. Para o time gaúcho, colocar a bola na área era um parto de elefante. Quando vinha, os três zagueiros subiam para vencer Maxi López. Faltou poder de fogo, faltou chegada ao ataque.
O resultado é péssimo pelo conjunto dos jogos fora. A atuação foi fraca, não chegou a ser desastrosa, mas pesa pelo currículo. Difícil apontar quem se salva no jogo de hoje, que chega a fazer o time parecer pior do que ele realmente é. O São Paulo não fez a maravilhosa partida que o pessoal do Sportv quis deixar a entender. Mas foi melhor e mais regular que o Grêmio, teve mais eficiência, Dagoberto em grande jornada e o jogo quase sempre sob controle. Tinha uma partida relativamente fácil nas mãos no segundo tempo e quase entregou. Em determinado momento poderia até ter goleado, o que seria tão exagerado quanto um empate dos visitantes. Vai se recuperando, e aos poucos aumenta sua pontuação de forma efetiva.
Campeonato Brasileiro 2009 - 15ª rodada
30/julho/2009
SÃO PAULO 2 x GRÊMIO 1
Local: Morumbi, São Paulo (SP)
Árbitro: Héber Roberto Lopes (PR)
Público: 13.323
Renda: R$ 295.745,00
Gols: Dagoberto 21 do 1º; Dagoberto 1 e Tcheco (pênalti) 34 do 2º
Cartão amarelo: Miranda, Jorge Wagner e Borges
SÃO PAULO: Dênis (5,5), André Dias (6), Renato Silva (6) e Miranda (6); Jean (6), Richarlyson (6), Hernanes (7) (Eduardo Costa, 42 do 2º - sem nota), Jorge Wagner (6,5) e Júnior César (6,5); Dagoberto (7,5) (Marlos, 42 do 2º - sem nota) e Borges (4,5). Técnico: Ricardo Gomes (6)
GRÊMIO: Victor (6), Mário Fernandes (5) (Rafael Marques, 35 do 2º - sem nota), Léo (4,5), Réver (6) e Fábio Santos (4); Túlio (4), Adílson (4,5) (Douglas Costa, 18 do 2º - 5,5), Tcheco (5) e Souza (5); Herrera (4) (Jonas, intervalo - 5,5) e Maxi López (4,5). Técnico: Paulo Autuori (5)
Foto: Dagoberto comemora um de seus gols na vitória do tricolor paulista (Terra)
Comentários
Coincidentemente é a praticamente a mesma equipe da qual eu reclamei no jogo do Corinthians x Vitória.
e os mesmos que foram flagrados naquelas gravaçoes "clandestinas". Tá faltando profissionalismo.
O que mais me impressiona é que é o melhor time em casa de todos e o pior fora de todos. Muita irregularidade.
O Grêmio NÃO ACHAVA os jogadores do São Paulo, na marcação. Eles passavam lisos, como se estivessem UNTADOS. Algo estranho, pois o campo estava pesado e difícil para os dois lados.
Acho que a deficiência principal do Grêmio se explica por dificuldade em tocar a bola. Teve três cobranças de lateral que terminaram na linha de fundo sem que um jogador gremista encostasse na bola. Nunca tinha visto isso antes.
O Souza chegou a reclamar dessa questão de lateral
Sobre o impedimento do Borges no segundo gol do Dagoberto, é discutível, mas me pareceu que o mais certo seria marcar. Após este lance, o Maxi correu para a bola impedido, assim como o Borges, e o outro bandeira assinalou, mesmo que o André Dias tivesse afastado. Falta critério.
Agora, inadmissível mesmo era a passividade com a qual o Grêmio via o São Paulo tocar a bola. E levar aqueles "um-dois" nas laterais sem com que um jogador saia pro bote e outro fique na cobertura é pra matar!
Teve ainda um impedimento marcado quando o Herrera estava na cara do gol. A tv mostrou o Herrera, que não estava, mas acho que o auxiliar marcou antes, do Maxi, no lançamento para a área. Daí não sei dizer. E o segundo gol do SPFC é lance difícil mas, para mim, legal.
No mais, 2009 foi um ano perdido para o Grêmio. Mas parabéns ao "planejamento" que abriu mão de tudo em nome da sereia Libertadores.
Não é só o Grêmio, não, a Libertadores é uma sereia para quase todos os times brasileiros.
Quanto aos objetivos... Acho, sinceramente, que tínhamos que RELAXAR um pouco e ESQUECER a Liber 2010. Se vier, que lindo, maravilha, poesia pura - se não vier, AZAR. O time não é ruim, tem uma espinha dorsal boa, digamos - mas não temos peças de reposição em vários setores, e em outros falta até titulares. Para o meu gosto, o ideal era jogar o resto do campeonato com o que temos aí (sem essas de "negócio de ocasião", pelamordedeus), testar bastante a gurizada mais nova para ver com quem pode contar e pensar um time para jogar Copa do Brasil e Sula em 2010. Não acho que seja útil chegar na Libertadores com as calças na mão e jogar sempre essa competição na gana, na superação pura e simples. O Grêmio tem uma chance de pensar um projeto, com um dos melhores treinadores possíveis para esse tipo de tarefa - então vamos pensar isso de verdade, sem querer fazer um remendo num time que já tá todo roto de qualquer maneira (com ou sem trocadilhos, vocês decidem, hehehe).
[VdeP na postagem anterior: CAHDE. Pois é, CAHDE o futebol de certos jogadores, CAHDE???]
Natusch, o Réver era o único zagueiro que conseguia cortar alguns lançamentos perigosos buscando os atacantes. Era o único que passava segurança atrás, além do Victor. Não achei mal, não.
Já o Tcheco só ganhou 5 pelo gol de pênalti. Só jogou algo nos minutos finais. De resto, me parece sem físico. Acho que talvez um recondicionamento, um tempo treinando só a parte física lhe serviria.
Huahuahauhaa
O Tcheco sofre sim com a falta de físico, e não jogou bem - mas jogar bem ninguém jogou, convenhamos. Eu daria uma nota maior para ele pela iniciativa durante o jogo, que ele visivelmente teve mais que o Souza, por ex - esse sim uma FERIDA ontem, e que ganhou a mesma nota do Tcheco, com relação ao qual jogou MUITO menos. Mas enfim, discordar é da vida, não? ;)
Selvagemente é excelente.
Aos 7:10 deste vídeo aqui, o lance --> http://www.youtube.com/watch?v=U6JN1AvxcSE
Na época, disseram que o jogador que fez o gol não estava impedido, mas a regra dizia que, se a bola foi cruzada pra área e haviam jogadores preparados e em condições de receberem a bola, eles estavam, de uma certa forma, participando da jogada. Foi o que aconteceu ontem.
Mesmo assim, não acho que isso influencie o resultado. O Grêmio mereceu perder. o Fábio Santos de novo provou ser uma lêndea na marcação. E o Léo, das 3 últimas partidas que jogou fora, perdeu todas (já o Rafael Marques, das 3 últimas que ganhou em casa, ganhou todas. Não tá na hora de mudar isso?).
E mais um ano é jogado fora. Quando voltaremos a ter chances reais de sonhar com título sem duvidar da capacidade de nossa equipe?