Santa vaga

O Palmeiras vai cada vez mais ganhando força. Depois de passar de fase quando ninguém mais esperava, ao vencer o Colo Colo nos minutos finais em Santiago, o time de Vanderlei Luxemburgo conseguiu a classificação às quartas de final da Libertadores do modo mais dramático possível: nos pênaltis, em plena panela de pressão chamada Ilha do Retiro.

Vi apenas flashes deste que foi certamente um jogaço, daqueles de ficar anos na memória de todos. Curiosamente, o Sport marcou seu gol num momento em que o Palmeiras tinha o jogo sob controle. O número de oportunidades criadas pelo time pernambucano foi bem maior no primeiro que no segundo tempo. Não fosse por Marcos, poderia ter sido maior a diferença.

Marcos, não; São Marcos. O mito que fechou o gol nas decisões de pênaltis da Libertadores de 1999 voltou a aparecer hoje. Depois do gol de Wilson, uma defesa maravilhosa que fez a bola encontrar o poste em vez da rede. Na disputa por penalidades, com todo o clima favorável ao time da casa (estava em seu terreno, havia revertido a desvantagem a minutos do fim do jogo), o goleiro pentacampeão pegou nada menos que três das quatro cobranças efetuadas pelo Sport.

Agora, o Nacional é o adversário nas quartas. Mais dois grandes jogos. A animação é tanta que já ouvi comentários de jornalistas brasileiros apontando os paulistas como amplos favoritos e que o time tem um pé nas semifinais. Sinceramente, é burrice pensar assim. Não apenas porque o Nacional tem demonstrado em campo que tem um belo time, mas porque, se ninguém percebeu ainda, o Palmeiras tem passado adiante justamente contradizendo a todos que o chamam de zebra e que o dão como morto antes da hora. Subir nesse salto será fatal.

Atualização (00:35)
Os 4 a 0 impostos pelo Caracas sobre o Deportivo Cuenca explicitam bem minha suspeita do jogo inicial: de que, mesmo perdendo, o time venezuelano é superior ao equatoriano. Foi uma partida corrida, disputada em alta velocidade, sem grande técnica, mas bem interessante de assistir, até pelo estádio lotado.

O Grêmio terá pela frente um adversário que foi líder de seu grupo. Apesar de bem inferior ao tricolor, é uma equipe que conta com a experiência de alguns titulares da seleção venezuelana. Tem um estádio acanhado, que lembra muito o do Cucuta no que diz respeito ao gramado e ao clima que o time gaúcho deve encontrar.

Será mais difícil que o San Martín. Mas, ainda assim, é difícil não dar favoritismo aos comandados de Autuori, ou Rospide, dependendo da data dos jogos.

Foto: Otávio de Souza/Futura Press