Nada que assuste

Mesmo que o Deportivo Cuenca tenha dominado e vencido o jogo de hoje, a impressão que tive é de que o Caracas é uma equipe superior. O que não significa necessariamente que os venezuelanos sejam mais difíceis de serem eliminados que os equatorianos.

Primeiro porque o acanhado estádio Alejandro Serrano Aguilar mostrou hoje um gramado muito ruim. Não sei a quantidade de chuva que caiu sobre Cuenca antes da partida, mas o campo não tinha poças: tinha AÇUDES. Gramado ruim dificulta quem joga bola. Caso do Grêmio e de seu principal homem criativo, Souza. Outro fator é a altitude de 2,5 mil metros, mas este fator o tricolor parece ter superado com tranquiilidade diante de Boyacá Chicó e Aurora. Como nestes dois jogos, não é uma altura que prejudique fisicamente tanto. Há também a questão correria, que times mais leves, como o Cuenca, historicamente fazem e impõem dificuldades assim ao tricolor. O Caracas não é tanto disso, tem jogadores mais fortes, não tão franzinos.

Mas vamos aos times, que é, afinal, o que mais interessa. O Caracas fez um gol cedo, logo a 2 minutos, quando Cichero subiu livre de cabeça. O time venezuelano parece mais consistente e forte fisicamente. Tem alguns jogadores experientes, de seleção da Venezuela, e um padrão de jogo aparentemente mais consolidado. Tanto que segurou a pressão desordenada dos donos da casa com um homem a menos por quase meia hora no primeiro tempo.

No segundo, a qualidade individual do articulador Matamoros fez a diferença. Vendo a falta de capacidade técnica de seus companheiros, chamou a responsabilidade. Cavou o pênalti que resultou no empate, batido pelo brasileiro Rodrigo Teixeira. A seguir, deu passe genial para o argentino Villalba virar. Só não fizeram maior diferença os equatorianos porque Vega praticou grandes defesas e Rey salvou várias por cima.

No Cuenca, é bom cuidar da dupla Rodrigo Teixeira e Villalba. Marcar o habilidoso Matamoros, maior fornecedor dos dois, é uma boa saída para neutralizar o poder ofensivo dos equatorianos. No Caracas foi difícil encontrar destaques ofensivos, já que a atuação na linha de frente ficou muito prejudicada após a precoce e infantil expulsão de Castellín. Das três substituições possíveis, duas foram para cobrir lesões e a outra para reposicionar o time depois da expulsão. Há um bom goleiro e Rey, que é um bom zagueiro. Isto ficou claro. O setor defensivo do Cuenca, mesmo pouco exigido, mostrou que é fraco. As notas razoáveis enganam, porque dizem mais respeito à atitude dos defensores no momento de atacar que uma suposta qualidade defensiva apresentada. Não teve muito trabalho, mas nas poucas vezes em que foi exigida mostrou problemas, inclusive de posicionamento.

Partida bem agradável de assistir, sem grande técnica, mas com muita diposição, luta, carrinhos, poças d'água, lembrando os tempos em que o Gauchão era disputado durante o inverno. O Caracas chega com um pouco mais de credencial, mas são mais dois times que estão no nível daqueles que o Grêmio enfrentou até aqui na Libertadores. Podem ser um pouco melhores ou piores, é difícil medir por um só jogo. Mas não há grande diferença. E, portanto, nada que seja de tirar o sono.

Taça Libertadores da América 2009 - Oitavas de final - Jogo de ida
7/maio/2009
DEPORTIVO CUENCA 2 x CARACAS 1
Local: Alejandro Serrano Aguilar, Cuenca (EQU)
Árbitro: Victor Hugo Rivera (PER)
Público: não divulgado
Gols: Cichero 2 do 1º; Rodrigo Teixeira (pênalti) 12 e Villalba 24 do 2º
Cartão amarelo: Alvarez, Rodrigo Teixeira e Villalba
Expulsão: Castellín 20 do 1º
DEPORTIVO CUENCA: Alvarez (5,5), España (4) (Preciado, 37 do 1º - 5,5), Chila (5,5), Orrego (6) e Guerrón (5) (García, 39 do 2º - sem nota); Paredes (5), Ramos (5), Granda (5) e Matamoros (7); Villalba (6) e Rodrigo Teixeira (6). Técnico: Guillermo Duró (5,5)
CARACAS: Vega (7), Torres (5), Rey (6), Barone (5,5) e Cichero (5,5); Figueroa (5,5), Lucena (4,5), Vera (6) (Bustamante, 36 do 1º - 5,5) e Gomez (5,5) (Rentería, 34 do 1º - 5) (Valoyes, 18 do 2º - 5); Prieto (4) e Castellín (3). Técnico: Noel Sanvicente (5)

Comentários

Dois pênaltis pro Estudiantes que o Simon sonegou. Um absurdo!

A propósito --> http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Futebol/Brasileirao/Serie_B/0,,MUL1110607-9828,00.html

FEITOOOOOOOOOO!!!!!!!!!
E esse Bustamante é o mesmo que jogava no Vélez de 2007?