Melhor impossível

O gol de Nilmar foi sua segunda obra-prima no ano. A genialidade foi tanta que é até difícil estabelecer o número de jogadores driblados: se cinco, seis ou sete. A bola grudou em seu pé de um modo que era impossível aos corintianos desarmá-lo sem fazer falta. Como ninguém quis pará-lo irregularmente, já que há D'Alessandro para cobrar faltas perto da área, tentaram desarmá-lo na boa. Foi impossível. Gol que explicita a qualidade ofensiva do time de Tite. Lembrem-se que começou num lançamento preciso de D'Alessandro, muito bem dominado por Nilmar.
Mas à exceção do autor do gol, os três foram discretos ontem. Talvez porque a proposta de jogo fosse a de não se desgastar tanto. Afinal, há nada mais nada menos que o Flamengo no Maracanã cheio na quarta por enfrentar. Portanto, àqueles que se preocuparam com a atuação de ontem, digo que não há qualquer motivo para perder o sono: o Inter venceu fora de casa um adversário direto, sem precisar se "matar" fisicamente para isso. Quer mais eficiência?
Belo Horizonte: o jogo começou eletrizante, com o Cruzeiro perdendo gol a 55 segundos e o Flamengo criando chances, dando resposta. O pênalti combinado com expulsão dava ao rubro-negro toda a pinta de construção de vitória. Mas Fábio defendeu duas vezes sobre Juan, e quem perde esta oportunidade no Mineirão não pode sair impune. O gol de Ramires, aos 45 do segundo tempo, foi mais um daqueles golaços típicos do volante cruzeirense, que todo mundo sabe como vai ser, mas ninguém para. Bela largada do time de Minas, com 25 mil num Mineirão que se poupou para o duelo contra a Universidad de Chile.
Rio de Janeiro: outro que parece ter sido um bom jogo. O Fluminense fez um golaço logo de cara e passou a trocar oportunidades perdidas com o São Paulo, todas de bela construção e interceptações defensivas. Vitória promissora do time de Parreira, diante de 15 mil pessoas.
Curitiba: 14 mil atleticanos saíram frustrados da Arena da Baixada. O Furacão criou chances, mas as perdeu em demasia. O Vitória foi mais eficiente e saiu à frente. O segundo tempo teve 20 minutos de pressão total, mas o gol não vinha. Os baianos passaram a controlar e ameaçar cada vez mais nos contra-golpes. Num deles, ao apagar das luzes, o 2 a 0 definitivo.
Goiânia: o Serra Dourada recebeu 2,5 mil pessoas apenas para o duelo do Goiás com o Náutico. Depois de sair atrás, Iarley e Felipe construíram o 3 a 1, mas o time entregou no fim a vitória, permitindo o empate pernambucano.
Santo André: o time da casa entregou uma vitória construída no primeiro tempo aos 40 do segundo. O Botafogo mostrou problemas ofensivos: construía jogadas, mas não acertava as redes. Contra este fraco adversário isto quase não foi perdoado. O problema é quando for contra time grande.
Público
A 1ª rodada do Brasileiro teve média de 16.285 torcedores por jogo. O maior foi do Olímpico, com quase 45 mil; o menor foi o do Bruno José Daniel, com pouco menos de 2 mil. Lembrando que a média de 2008 foi de 17.700 torcedores por partida, e a de 2007 foi de 18,3 mil, as duas maiores dos últimos 20 anos. Ainda aumentará, certamente. Com times fortalecidos e muita disputa, a expectativa é de bater na casa dos 20 mil, algo que não ocorre desde 1987. Na Série B, a média ficou em 4.765. O maior público foi em São Januário, Vasco 1 x 0 Brasiliense, com 15 mil torcedores.
Foto: Reinaldo Marques/Terra
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