Bem Kléber

Kléber precisou de apenas 15 minutos para ser o principal jogador da vitoriosa estreia do Cruzeiro na Copa Libertadores. Dos 14 minutos do segundo tempo, quando substituiu o atacante Thiago Ribeiro, até os 29, resumiu com perfeição o que é como jogador de futebol: marcou dois gols em um jogo que estava difícil para seu time, decidindo a partida. Na comemoração do segundo deles, levantou a camisa e levou amarelo. A seguir, fez falta em Verón e foi expulso.

Antes de mais nada, é preciso que se diga que o jogo não foi para 3 a 0, um placar que dá a entender que o time mineiro teve facilidades e amassou o adversário. Entretanto, é preciso lembrar que o Cruzeiro, além de merecer a vitória, a conseguiu sem a presença de Ramires, lesionado. E sem Kléber desde o início, pois não tem ainda condições para jogar 90 minutos. Com estes dois em campo, o time que já começou muito bem tende a crescer ainda mais e consolidar-se como um dos três principais candidatos ao título.

Ramires fez muita falta. Adílson Batista poderia começar o jogo com o bom meia Gérson Magrão em seu lugar, mas preferiu Henrique, volante limitado. Pensou nos cuidados defensivos, mas talvez fosse melhor ter ousado um pouco mais. Por isso, a equipe ressente-se quando seu titular não está jogando: Ramires é um dos raros jogadores que marca e ataca com grande qualidade, daqueles que não sabemos se é um volante que ataca ou um meia que combate. Com Fabrício, Henrique e Marquinhos Paraná, Wagner ficou sozinho na criação de jogadas. Pouco inspirado, obrigava Thiago Ribeiro a buscar o jogo, o que acabava por isolar Wellington Paulista na frente.

E assim foi o primeiro tempo, de um Cruzeiro que era obrigado a atacar, mas não conseguia. Faltava criação, sobrava organização tática ao Estudiantes. O time argentino é praticamente o mesmo que decidiu a Sul-Americana com o Internacional. Segue sendo uma das mais bem montadas equipes do continente, mas sofre com a baixa qualidade ofensiva. Verón até tinha lampejos, mas não esteve tão feliz nos lançamentos para o fraco Boselli e o esforçado Salguero.

No segundo tempo, sem mexer na estrutura do time, Adílson deu ordens para o tudo ou nada. Liberou Henrique e Marquinhos Paraná para juntarem-se a Wagner, deixando a contenção para o ótimo Fabrício. O Cruzeiro levava mais perigo, mas por duas vezes o Estudiantes quase abriu o placar nos contra-golpes. A primeira troca foi a entrada de Kléber, que não alterou taticamente a equipe. Mas logo depois veio o pênalti em Wellington Paulista, batido por Fernandinho. E, depois disso, Kléber. Aquilo que vocês leram no primeiro parágrafo. Os argentinos, no afã de tentar o empate, relaxaram na marcação e propiciaram a goleada, um tanto enganosa.

Ótima estreia do Cruzeiro, que vence com autoridade um adversário de respeito. O time mineiro talvez seja o grande favorito ao título pelo que vem jogando, ao lado dos eternos candidatos São Paulo e Boca Juniors. Logo atrás, correndo por fora neste momento, Grêmio, San Lorenzo, LDU e Palmeiras. Claro que não convém desprezar Nacional, Independiente Medellín e Sport, que têm boas equipes, e o River Plate, pela tradição. Hoje, o time de Adílson mostrou a mesma qualidade de sempre do meio para a frente, mas sofre demais sem Ramires, seu principal jogador. A zaga, apesar de Fábio estar pegando tudo, ainda não é confiável. Tem coisas a corrigir, ajustes a fazer, mas tem tudo para ir longe. O Estudiantes não é desprezível, mas pena na frente. É um bom time, mas não parece ainda habilitado para disputar com reais chances a taça.

Copa Libertadores da América 2009 - Primeira Fase - Grupo 5 - 1ª rodada
19/fevereiro/2009
CRUZEIRO 3 x ESTUDIANTES 0
Local: Mineirão, Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Carlos Amarilla (PAR)
Público: 33.969
Renda: R$ 827.617,50
Gols: Fernandinho (pênalti) 17 e Kléber 23 e 27 do 2º
Cartão amarelo: Henrique, Thiago Heleno, Leonardo Silva, Wagner, Ré, Boselli, Cellay e Braña
Expulsão: Kléber 29 do 2º
CRUZEIRO: Fábio (7), Jonathan (5,5), Thiago Heleno (5), Leonardo Silva (5) e Fernandinho (6); Fabrício (6,5) (Elicarlos, 36 do 2º - sem nota), Henrique (4,5) (Jancarlos, 18 do 2º - 5,5), Marquinhos Paraná (6) e Wagner (5,5); Thiago Ribeiro (5) (Kléber, 14 do 2º - 7,5) e Wellington Paulista (6,5). Técnico: Adílson Batista (7)
ESTUDIANTES: Andújar (5,5), Angeleri (5,5), Cellay (5), Desábato (5,5) e Ré (4,5) (Prette, 31 do 2º - 5); Pérez (5,5) (Fernández, 33 do 2º - sem nota), Braña (5,5), Verón (5,5) e Benítez (4,5); Salguero (4,5) e Boselli (5) (Calderón, 26 do 2º - 5). Técnico: Leonardo Astrada (5)

Foto: Reuters

Comentários

Anônimo disse…
Concordo integralmente com a tua análise da partida.

Momento merchan:

http://dacidade.wordpress.com
Vicente Fonseca disse…
Opa. Belíssima iniciativa, Prestes. Sou fã deste tipo de trabalho, de jornalismo na rua. Sucesso para os Felipes! Vocês já têm um leitor.
Anônimo disse…
Opa! Que beleza! Tua opinião muito me honra! Não está restrito a Felipes o blog! Aceitamos colaborações!
Vicente Fonseca disse…
Bah, mas com muito gosto aceitarei colaborar esporadicamente.

Abraço.
Anônimo disse…
Feitoria, tá contratado, sasduhasuhuhasasuhd
Vicente Fonseca disse…
Bah, melhor patrão.

Discutiremos as linhas editoriais dia 2, no primeiro Carta na Mesa de 2009, onde saio de teu contratado para teu contratador.

Uma mão lava a outra.

jkfdsjkdfslk
Anônimo disse…
asuhdsuhadsuhsasyda

Beleza.
Unknown disse…
corruptos.
VCS NÃO PODEM CONTINUAR.
Anônimo disse…
é preciso que se diga que o jogo não foi para 3 a 0

Concordo.

Time do Cruzeiro me parece ter as mesmas fraquezas do ano passado: Time muito leve (o que por vezes também é virtude) e um tanto "verde".

Anderson vai entrar nessa zaga, deve melhorar.

Ontem Veron me pareceu um "Orteman com grife"

Legal que a torcida do Cruzeiro segue copiando todas musicas da Geral.
Vicente Fonseca disse…
Leve o time ainda é, ainda que, mesmo assim ganhará corpo com Kléber e Anderson. Mas acho que não será mais tão verde, pois estes jogadores já têm a Libertadores do ano passado nas costas, e as contratações foram no sentido de dar também mais experiência. Acho que o maior perigo são as invenções que o Adílson faz de vez em quando. Mas me parece mais forte este ano que em 2008.

Sim, vi que copiaram várias da Geral. Aliás, achei bem menos rançosa a postura dos cruzeirenses ontem que na maioria dos jogos do ano passado.