1 a 1 para a indiada paulista

Por Fred Posselt Martins

Antes do jogo contra o Guarani, em Pelotas, Beto Almeida falava na Rádio Gaúcha: "o fator casa é importante nessa altura do campeonato, ainda mais com nosso estádio e a nossa torcida. Temos que fazer valer essa vantagem". Mas não foi o que se viu hoje do Xavante, em um Bento Freitas cheio e bem animado pela sua torcida. O time teve dificuldades para impor seu ritmo de jogo, alguns jogadores não foram bem e o visitante veio tipicamente como um visitante indigesto, retrancando-se e buscando tocar a bola sempre que possível, chegando na área adversária com algum perigo. No final, o 1 a 1 chega a ser bastante justo, embora insatisfatório para ambas as equipes, que terminam essa décima rodada da Terceirona fora do G-4 classificatório para a Série B.

Sem o lateral direito Adams (lesionado) e Marcelo Moscatelli (suspenso), Beto Almeida botou, respectivamente em seus lugares, Diego Bottín (lembram dele?) e Vainer (lembram dele? - o retorno). E ambos, juntamente com o uruguaio Claudio Millar, foram as peças que menos renderam durante a partida. Aliás, Moscatelli - o artilheiro do Xavante nessa terceirona - fez muita falta. Sem ele, o Brasil contava com Cléber Gaúcho e Vainer para armar seus ataques. O primeiro demonstrou raça e boas chegadas na entrada da área. O segundo foi péssimo, precipitando-se e errando passes bobos, que gerava contra-ataques perigosos do Guarani. Não lembra nem de longe aquele bom jogador que foi decisivo para a campanha do Inter-SM no Gauchão.

O primeiro tempo começou bem equilibrado, com ambas as equipes ambicionando visivelmente a meta adversária. Pudera: xavantes e bugrinos estavam com 13 pontos na tabela. Quem vencesse, alcançaria a terceira posição do octogonal, ficando atrás apenas de Atlético-GO (25) e Campinense-PB (19). O Brasil, por ser o mandante, atacava mais pela direita, com um Claudio Millar levemente inspirado, mas que prendia demais a bola, geralmente sendo desarmado pela zaga adversária ou por Nunes - que, como bem atestou o Zeh, está jogando muito bem no Guarani. A defesa bugrina foi praticamente impecável no primeiro tempo. Xandão e Jonathas formam boa dupla de zaga. O zagueiro central, aliás, é muito bom na bola aérea.

Com a defesa adversária sólida e intransponível e um Vainer que tropeçava na bola, o Xavante começou a arriscar jogadas pelos lados, levantando a bola para Sharlei. No segundo escanteio rubro-negro, o centroavante cabeceia, mas a bola passa perto do travessão e vai pra fora. Logo depois, Cléber Gaúcho arrisca uma bomba de fora da área, mas que passou longe da meta defendida por Gisiel.

Nas dificuldades de ataque do Brasil de Pelotas - que, recordamos aqui, tem o pior ataque desse octogonal, com Claudio Millar tendo marcado APENAS 3 gols em todo o torneio - o Guarani veio pra cima a partir dos 18 minutos. E numa bola levantada por Glauber - o Verón campinense - a zaga afastou mal e a bola sobrou para o artilheiro Fernando Gaúcho, que cara a cara com Vanderlei, chutou em cima do goleiro Xavante, cavando um mísero escanteio. Não parava por aí: através de Glauber, Dairo, Marcinho (posteriormente, por Maicon Sapucaia), e pasmem, NUNES, o Guarani construía boas jogadas. Aos 46 minutos, o mesmo Marcinho perdia outra chance na cara do goleiro Vanderlei. O Guarani terminava o primeiro tempo melhor, tendo criado mais na casa do adversário. Nada bom para as pretensões do Brasil.

No segundo tempo, Beto Almeida sacou Diego Bottín e colocou Alex Albert em seu lugar. Surgia assim o lado direito do Xavante, que iniciou a etapa complementar indo pra cima dos bugrinos. A pressão foi tão boa para os donos da casa que, por um minuto, o cosmos agiu a favor dos jogadores que estavam rendendo abaixo da média: num corner cobrado pela direita, Vainer levantou; a bola passou por vários jogadores bugrinos, rasteira; até alcançar o segundo pau, onde oportunamente estava Claudio Millar; este só teve o trabalho de empurrar a bola pra rede. Vinha abaixo o Bento Freitas: Brasil 1 a 0.

O gol foi ótimo para os donos da casa, que agora atacavam com tudo o Guarani, em busca do segundo tento. Duas boas chances foram perdidas, uma delas novamente por cobrança de escanteio. Até que, num contra-ataque, um jogador bugrino avançou pela esquerda e passou para Maicon Sapucaia, que desferiu um tirambaço de fora da área, em cima de Vanderlei. O goleiro deu rebote dentro da área, onde haviam dois jogadores do Guarani. Um deles era Fernando Gaúcho, o artilheiro da equipe, com 14 gols. Com outro chute impiedoso no ângulo fazia seu 15º. A torcida teve apenas 13 minutos de felicidade no Bento Freitas.

O empate fez o Guarani se retrancar mais ainda. Betio Almeida ainda colocou Felipe Paulista e Diego Biro na equipe, que pouco fizeram. Nos dez minutos finais, o Xavante veio pra cima, mas com pouca criação e com Vainer tendo dificuldades para conduzir a bola até o ataque. Vieram três faltas cavadas por Millar na frente da área, todas mal cobradas. Na última, Alex Albert e Claudiney Rincón trocaram empurrões. O árbitro, depois de cinco minutos de discussão com os jogadores, chamou ambos no cantinho e mostrou o bilhetinho vermelho que os conduzia para seus respectivos vestiários. Mas não fez diferença nenhuma, pois o jogo já estava em cima da risca do relógio do juiz, que apenas esperou a falta ser cobrada pra fora por Marcos Alexandre e encerrou a partida.

O Brasil jogou pouco, muito pouco. Já havia sido assim contra o Águia na rodada passada. Caso queira subir, é necessário jogar mais, buscar pontos fora de casa (nem um mísero ponto foi conquistado longe do Bento Freitas) e melhorar as jogadas de ataque. Moscatelli fez falta hoje, Millar pouco produziu, apesar do gol. O próximo adversário é o temível Dragão Goiano fora de casa, time que fez 32 gols e sofreu apenas 8 nesse octogonal. É verdade que a única derrota que os goianos sofreram foi imposta pelo Xavante. Mas isso não quer dizer muita coisa. Beto Almeida vai ter que motivar muito seus jogadores para as próximas partidas. Talvez o Confiança - como bem lembrou o amigo Amengual - seja o exemplo para isso.

Brasil (1)
Vanderlei; Diego Bottin (Alex Albert), Alex Martins, Rodrigo e Gleidson (Felipe Paulista); Marcos Alexandre, Vainer, Cléber Gaúcho e Júnior Paulista (Diego Biro); Sharlei e Cláudio Millar.
Técnico: Beto Almeida

Guarani (1)
Gisiel; Maranhão, Xandão, Jonathas e Bruno Camargo; Nunes, Glauber (Claudiney Rincón), Mário César e Marcinho (Maicon Sapucaia); Dairo (Walter) e Fernando Gaúcho.
Técnico: Luciano Dias

Local: Estádio Bento Freitas, em Pelotas - RS
Árbitro: Wagner Reway-MT
Cartões Amarelos: Rodrigo, Marcos Alexandre, Alex Martins (Brasil); Marcinho e Bruno Camargo (Guarani)
Cartões Vermelhos: Alex Albert (Brasil); Claudiney Rincón (Guarani)
Gols: Cláudio Millar aos 3'/2T (Brasil); Fernando Gaúcho aos 16'/2T (Guarani)

Fred Posselt Martins em breve será jornalista, mas já participante ativo do Carta na Mesa e, claro, um grande amigo.

Comentários

Unknown disse…
ooooooolha
sem querer ser chato
mas

EU

SABIA.

SGFAJGIOAsudghoaieudhioauwdw

e não sobe. é mais facil o colorado chegar na liber09
Obrigado ao amigo pela oportunidade de publicação do texto neste espaço mui valoroso. Fico muito grato por ajudar.

Vi o comentário do Eduardo Cecconi no blog dele sobre o jogo, dizendo que o Vainer foi o principal articulador do time. Uma ova! Parecia o Orteman contra a Portuguesa.
Quem for ver os melhores momentos no primeiro tempo, vai ver que as melhores chances foram do Guarani.

Só duas correções que vi agora: o Atlético-GO também perdeu para o Campinense fora de casa, por 2 a 1. E o ataque pro gol do Guarani começou do centro para a esquerda, e não o contrário. Vi o replay agora mesmo.

No mais, é isso. Só mais uma curiosidade: Sabem quem é o goleiro reserva do Guarani? Eu falo: MÁRCIO ANGONESE.

Abraço pra vocês!
Anônimo disse…
Posso me quebrar dizendo isso tão cedo, mas o Brasil não tem cacife para jogar a B. Para subir, tem que ter ou clube ou time com tamanho para tanto. Sem contar que nesse Gauchão escapou da degola nas últimas. Mas o Campinense também não tem tamanho como clube (talvez tenha time, nunca vi jogar). A esperança é a última que morre, mas times caseiros geralmente só se dão bem em competições de mata-mata.
Vicente Fonseca disse…
Eu que agradeço a contribuição do amigo.

Lourenço: certo que a Série B possa parecer um exagero para o Brasil, mas acho que Águia, Campinense e Duque de Caxias são, no máximo, de mesmo porte como clube. Mas enfim, com Barueri na Série A em 2009 eu não duvidarei de mais nada.
Anônimo disse…
Assisti o primeiro tempo ontem. O Brasil é muito ruim.
Unknown disse…
Barueri rumo ao posto de saco de pancadas da série A (américa-rn 2009). Já a série D será adrenalina pura: Cristal-AM, Moto Club-MA, Madureira e o Araguaia, campeão da copa Governador do MT 2008, já estão classificados.
Unknown disse…
A série C não ficará muito atrás, não: clássico alagoano (CRBxASA), Caxias, América mineiro, Sampaio Corrêa, Paysandu e Brasil de Pelotas, entre outros.
Vicente Fonseca disse…
Ainda ponho fé no Xavante. E azar o do Zeh!

jfdhfhd