O começo difícil do campeão

Talvez tenha sido a ausência de Ribery, ou mesmo apenas os percalços normais de uma partida estréia. Mas, de qualquer modo, esperava mais do Bayern München em sua estréia no Campeonato Alemão. Ainda que o Hamburgo seja um bom time e vá brigar novamente por vaga na Liga dos Campeões, o empate de 2 a 2 foi o que de melhor aconteceu para os bávaros.

Treinado agora por Jürgen Klinsmann, o Bayern começou sendo pressionado. Klinsmann, costumeiramente participativo, ajudou no primeiro golo de sua equipe. Deu a bola rápido para Lahm bater lateral, ele colocou Zé Roberto livre na linha de fundo, e veio o cruzamento para Schweinsteiger abrir o placar, aos 11 minutos. Dois minutos depois, este mesmo jogador sofreu pênalti, convertido por Podolski aos 15. Uma cara de goleada tomou conta do Allianz Arena. Mas era só impressão.

O Hamburgo, passados estes 10 minutos de terror, voltou firme ao jogo. Descontou num belo testaço de Guerrero aos 25, e poderia tem empatado ainda no primeiro tempo. A seguir, Martin Jol colocou Demel no lugar de Boateng, anulando as investidas de Schweinsteiger, que caiu de produção consideravelmente. Podolski e Klose passaram a inexistir. Olic, muito veloz, travou duelo duríssimo com Lúcio. Pitroipa chegava bem pela direita.

No segundo tempo, um pênalti de Lell sobre Olic deu ao Hamburgo o justo empate, aos 11 minutos. E os visitantes foram melhores até o fim. Tiveram as melhores chances para vencer, e por pouco não conseguiram. Mesmo assim, dificilmente deixaram o Allianz Arena frustrados por empatarem, afinal, jogavam contra os atuais campeões e maiores favoritos ao título da temporada.

Não se pode cobrar muito de Klinsmann, pois é seu primeiro jogo oficial à frente do clube. Não teve tempo para dar sua cara ao time do Bayern München. Mas, ao menos enquanto o craque do time não volta, terá de trabalhar bastante para não deixar a peteca cair. O Hamburgo, por outro lado, mostrou-se mais pronto e apresentou uma melhor mecânica de jogo. Trochowski é o grande articulador, e a dupla Olic/Guerrero vai incomodar muitas defesas nesta edição da Bundesliga.

Campeonato Alemão 2008/09 - 1ª rodada
15/agosto/2008
BAYERN MÜNCHEN 2 x HAMBURGO 2
Local: Allianz Arena, Munique (ALE)
Árbitro: Lutz Wagner
Público: 69.000
Golos: Schweinsteiger 11, Podolski (pênalti) 15 e Guerrero 24 do 1º; Trochowski (pênalti) 10 do 2º
Cartão amarelo: Van Bommel, Jarolim, De Jong e Guerrero
BAYERN MÜNCHEN: Rensing (5,5), Lell (4,5), Lúcio (6,5), Van Buyten (5,5) e Lahm (5); Van Bommel (5), Kroos (6), Zé Roberto (6) (Ottl, 35 do 2º - sem nota) e Schweinsteiger (7) (Borowski, 19 do 2º - 5,5); Podolski (6) e Klose (4,5) (Müller, 34 do 2º - sem nota). Treinador: Jürgen Klinsmann (5,5)
HAMBURGO: Rost (6), Benjamin (5,5), Reinhardt (5,5) (Kompany, 6 do 2º - 5,5), Mathijsen (4,5) e Boateng (4,5) (Demel, 29 do 1º - 5,5); De Jong (5,5), Pitroipa (6) (Atouba, 31 do 2º - 5), Jarolim (5,5) e Trochowski (7); Olic (6) e Guerrero (6,5). Treinador: Martin Jol (6,5)

Foto: AFP

Comentários

Anônimo disse…
Glorioso Hamburgo, dez vezes maior que o Barça segundo a torcida gremista presente no Beira-Rio que cantava: "chora macaco imundo que nunca ganhou de ninguém".
Vicente Fonseca disse…
Foi bom tu ter falado nisso. Impressionante como gremistas e colorados conseguem ver Gre-Nal até num Hamburgo x Barcelona fictício.
Anônimo disse…
Resultado de uma doença muito comum aqui no Rio Grande: fanatismo burro. Gremistas infectados com essa doença acham D'alessandro e Daniel Carvalho dois pernas-de-pau, enquando colorados doentes acham que o esquema tático do time do Grêmio é uma bosta, que ninguém têm jogado nada, e que o time é um cavalo paraguaio...
Essa doença me irrita bastante, tanto de um lado como de outro...
Anônimo disse…
Não estou vendo Grenal nisso, só acho completamente lunático o cara cantar: "Somos campeões do mundo, da libertadores também, chora macaco imundo, tu nunca ganhou de ninguém". Antes de 2006 tudo bem, dizer que o Brasileiro não vale nada faz parte do folclore, que nem a gente desqualifica a Toyota do Grêmio, etc., mas depois de 2006não faz o menor sentido, nem como fanatismo.
Vicente Fonseca disse…
Não estou falando no teu caso especificamente, Prestes. Não é uma crítica direcionada diretamente a ti, pois nunca te vi fazendo comentários desse tipo por aqui. Só que é algo que me incomoda quando acontece com freqüência, porque é uma discussão repetida e que não leva à absolutamente nada. Em estádio, até acho que vale esse tipo de provocação, mesmo que não faça qualquer sentido. É do jogo. Mas gastar saliva em uma roda de conversa pra dizer que o Mundial de um é melhor que o outro ou que ganhar a Libertadores antigamente era mais valioso e difícil do que hoje em dia é uma discussão muito, mas muito chata.