Rasgar a touca é assumir a ponta

Desde que o Campeonato Brasileiro adotou o modelo da afórmula, o Grêmio só assumiu a liderança por uma única rodada: na 1ª de 2006, quando fez 2 a 0 no Corinthians na estréia e ninguém mais fez placar semelhante. Hoje, o tricolor tem a grande chance de virar líder pela segunda vez, e a primeira "no meio" de um campeonato. O desafio, porém, é grande e complicado. Vencer o Figueirense é rasgar uma touca que incomoda os gremistas. Já foram diversos times diferentes, por diferentes anos, mas sempre há dificuldades. Na Copa Sul-Minas de 2000, um empate e uma vitória catarinense; em 2001 sim, duas vitórias gremistas pelo mesmo torneio; em 2002, um surpreendente 4 a 3 para os catarinenses na Sul-Minas em Porto Alegre e um 2 a 0 gaúcho pela Brasileiro em Floripa; em 2003, uma vitória para cada lado; de 2004 para cá, 6 jogos, com 5 vitórias do Figueira e 1 empate. Mas quem tem pretensões altas não pode se render aos aspectos mitológicos do futebol. Tudo ficaria mais fácil, porém, se o Figueirense fizesse uma campanha pior do que faz. Mas o time é aquele típico dos últimos anos, em 9º, com 19 pontos, podendo subir a 7º hoje. Tem vários jogadores desprezados da Dupla Gre-Nal, como Tadeu, Ramon, Magal, Cleiton Xavier (este o grande jogador do time), além de Rodrigo Fabri. Tem 4 vitórias e 2 empates em 6 jogos no Orlando Scarpelli, faz campanha em casa. Jogo difícil, mas o Grêmio já venceu o Goiás fora e já empatou com o Santos na Vila, duas costumeiras dificuldades de campeonato, o Serra Dourada e a Vila Belmiro. Mas há poucos cenários mais belos que Florianópolis e suas inúmeras praias da Ilha de Santa Catarina para chegar aos 28 pontos, isolar-se na ponta com 66,7% de aproveitamento (campanha proposta para um líder) e ver a tabela do Campeonato Brasileiro de cima. Sensação que a torcida tricolor não tem desde os anos 90. Clássico paulista e duelo rubro-negro Para as pretensões gaúchas, uma vitória do Santos (19º, 11) sobre o Palmeiras (7º, 21) hoje no Palestra Itália seria de bom alvitre. Jogo de muitos ingredientes e nuances. Afora ser um clássico, Cuca e Luxemburgo vivem fase atritada. O Peixe é péssimo longe da Vila, mas o Verdão com 10 desfalques, contra 5 do Santos. São 15 jogadores fora de combate, o que equilibra a disputa. Na Ilha do Retiro, o Sport (16º, 15) segue lutando para sair de perto da zona de rebaixamento, a qual ainda não ocupou mas está sempre beliscando. Vencer o Atlético-PR (14º, 16), rival direto nesta parte da tabela, é fundamental. Jogo duríssimo, mas aposto em muitos golos. Não sei bem ao certo, mas sinto isso. Números Palmeiras x Santos: 284 jogos; 120 vitórias do Palmeiras; 89 vitórias do Santos; 75 empates; 501 golos do Palmeiras; 421 golos do Santos. Último jogo: Santos 0 x 0 Palmeiras (Paulista, 20/01/2008). Santos invicto há 8 jogos (última derrota em 29/05/2005).