O Maracanã cala-se por Cevallos
Não foi o grande São Paulo, nem o bicho-papão Boca Juniors. A gloriosa campanha do Fluminense na Libertadores parou nas mãos do contestado goleiro Cevallos. O arqueiro de 37 anos confirmou a fama que recebera após a classificação da LDU diante do San Lorenzo nas quartas-de-final: pegou três cobranças na decisão e deu aos equatorianos seu primeiro título continental da história.
Foi uma decisão empolgante e aberta, como não se costuma ver em finais de Libertadores. Assim como em Quito, a LDU largou na frente de cara, 5 minutos, com uma grande jogada de Guerrón que cruzou para Bolaños marcar. O silêncio só não tomou conta do Maracanã por tanto tempo porque logo aos 11 Thiago Neves. Mais uma reação imediata do Flu no torneio.
Mas o golo não foi seguido de uma pressão incontrolável dos cariocas. A partida permaneceu equilibrada. O Flu não tinha penetração, apesar de maior posse de bola e iniciativa. A Liga tinha um contra-ataque perigosíssimo, normalmente puxado na direita por Guerrón. O golo de Thiago Neves, o segundo, aos 27, surgiu de uma desatenção imperdoável da zaga, que deixou Júnior César escapar após batida de lateral e, mesmo com três zagueiros, permitiu a conclusão livre do camisa 10 dentro da área. Mas tanto o jogo estava complicado que Renato Portaluppi já havia colocado Dodô para aquecer cerca de 1 minuto antes.
Assustada, a LDU resguardou-se, e o Flu veio para cima. Hector Baldassi deixou de dar um pênalti em Washington e ainda marcou um impedimento inexistente de Cícero, prejudicando o tricolor duas vezes. Com Manso bem marcado, Guerrón e Bolaños eram pouco abastecidos, o que deixava Bieler completamente isolado na frente. O primeiro tempo acabava em boa hora para a equipe de Edgardo Bauza.
Mas o panorama não melhorou para os visitantes na volta do intervalo. Já com Dodô no lugar de Ygor, o Flu veio para cima com tudo. O terceiro era mera questão de tempo, e veio em falta batida por Thiago Neves, aos 11, com Cevallos mal colocado. Terceiro dele na finalíssima, algo inédito na história quase cinqüentenária da Libertadores, nem Pelé conseguiu. O Fluminense viveu seu melhor momento no jogo. Dali até os 20 minutos, exerceu uma pressão fortíssima, e poderia ter matado a LDU.
A pressão e o ímpeto trocaram de lugar com a aflição e o medo de sofrer um contra-ataque fatal. Bolaños era perigo constante, mas Renato resolveu arriscar tudo. Liberou Júnior César, e por ali o Flu criava as melhores chances, mas também sofria com as arrancadas de Guerrón. A LDU chegou a ameaçar e estar melhor na partida dos 25 aos 35, inclusive metendo bola na trave. Mas veio a prorrogação.
Nela, Thiago Neves teve a bola do jogo, mas Cevallos fez grande defesa. O cansaço tomou conta, especialmente dos equatorianos. Com Maurício e Roger entrando no lugar de Gabriel e Arouca, o Flu apostou tudo na esquerda. Júnior César virou ponta e a cobertura pela esquerda era consistente. Mas a Liga também chegou: Bieler teve golo mal anulado. No último minuto, Luiz Alberto derrubou Guerrón na entrada da área e foi expulso.
Nos pênaltis, Cevallos se redimiu da semi-falha no terceiro golo: pegou três cobranças, inclusive a de Thiago Neves. A fatal foi de Washington, definindo o 3 a 1 que dá a América, pela primeira vez, à LDU. Uma equipe que não precisou mudar seu estilo tradicional de jogo para ser copeira e levar para casa o maior troféu continental. Para os tricolores cariocas, uma longa noite que termina com uma enorme frustração. Seguirá sendo o único entre os grandes cariocas a não ter um troféu internacional. Mas que se faça justiça e aplauda-se este grande time que fez uma linda trajetória, na qual somente ficou faltando o ponto final. Mais uma vez, o outrora maior estádio do mundo silencia diante de um Maracanazo com sotaque castelhano.
Copa Libertadores da América 2008 - Final - 2º jogo
2/julho/2008
FLUMINENSE 3 x LDU 1
Decisão por pênaltis: Fluminense 1 x LDU 3
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Hector Baldassi
Público: 86.027
Renda: R$ 3.910.044,00
Golos: Bolaños 5 e Thiago Neves 11 e 27 do 1º; Thiago Neves 11 do 2º
Cartão amarelo: Luiz Alberto, Thiago Silva, Cícero, Bieler, Vera, Cevallos e Guerrón
Expulsão: Luiz Alberto 14 do 2º da prorrogação
FLUMINENSE: Fernando Henrique (6,5), Gabriel (5,5) (Maurício - 5,5), Thiago Silva (6), Luiz Alberto (6) e Júnior César (7); Ygor (5) (Dodô - 5,5), Arouca (5,5) (Roger - 5), Conca (4,5), Cícero (6) e Thiago Neves (9); Washington (4). Treinador: Renato Portaluppi (6,5)
Cobranças: Conca (defendido), Thiago Neves (defendido), Cícero (golo) e Washington (defendido).
LDU: Cevallos (9), Campos (6), Calle (5,5) e Norberto Araújo (6); Guerrón (7,5), Urrutia (6), Vera (5,5), Manso (5) (William Araújo - sem nota), Bolaños (6,5) (Salas - 5,5) e Ambrosi (6); Bieler (5,5). Treinador: Edgardo Bauza (5,5)
Cobranças: Urrutia (golo), Campos (defendido), Salas (golo) e Guerrón (golo).
Foto: EFE
Foi uma decisão empolgante e aberta, como não se costuma ver em finais de Libertadores. Assim como em Quito, a LDU largou na frente de cara, 5 minutos, com uma grande jogada de Guerrón que cruzou para Bolaños marcar. O silêncio só não tomou conta do Maracanã por tanto tempo porque logo aos 11 Thiago Neves. Mais uma reação imediata do Flu no torneio.
Mas o golo não foi seguido de uma pressão incontrolável dos cariocas. A partida permaneceu equilibrada. O Flu não tinha penetração, apesar de maior posse de bola e iniciativa. A Liga tinha um contra-ataque perigosíssimo, normalmente puxado na direita por Guerrón. O golo de Thiago Neves, o segundo, aos 27, surgiu de uma desatenção imperdoável da zaga, que deixou Júnior César escapar após batida de lateral e, mesmo com três zagueiros, permitiu a conclusão livre do camisa 10 dentro da área. Mas tanto o jogo estava complicado que Renato Portaluppi já havia colocado Dodô para aquecer cerca de 1 minuto antes.
Assustada, a LDU resguardou-se, e o Flu veio para cima. Hector Baldassi deixou de dar um pênalti em Washington e ainda marcou um impedimento inexistente de Cícero, prejudicando o tricolor duas vezes. Com Manso bem marcado, Guerrón e Bolaños eram pouco abastecidos, o que deixava Bieler completamente isolado na frente. O primeiro tempo acabava em boa hora para a equipe de Edgardo Bauza.
Mas o panorama não melhorou para os visitantes na volta do intervalo. Já com Dodô no lugar de Ygor, o Flu veio para cima com tudo. O terceiro era mera questão de tempo, e veio em falta batida por Thiago Neves, aos 11, com Cevallos mal colocado. Terceiro dele na finalíssima, algo inédito na história quase cinqüentenária da Libertadores, nem Pelé conseguiu. O Fluminense viveu seu melhor momento no jogo. Dali até os 20 minutos, exerceu uma pressão fortíssima, e poderia ter matado a LDU.
A pressão e o ímpeto trocaram de lugar com a aflição e o medo de sofrer um contra-ataque fatal. Bolaños era perigo constante, mas Renato resolveu arriscar tudo. Liberou Júnior César, e por ali o Flu criava as melhores chances, mas também sofria com as arrancadas de Guerrón. A LDU chegou a ameaçar e estar melhor na partida dos 25 aos 35, inclusive metendo bola na trave. Mas veio a prorrogação.
Nela, Thiago Neves teve a bola do jogo, mas Cevallos fez grande defesa. O cansaço tomou conta, especialmente dos equatorianos. Com Maurício e Roger entrando no lugar de Gabriel e Arouca, o Flu apostou tudo na esquerda. Júnior César virou ponta e a cobertura pela esquerda era consistente. Mas a Liga também chegou: Bieler teve golo mal anulado. No último minuto, Luiz Alberto derrubou Guerrón na entrada da área e foi expulso.
Nos pênaltis, Cevallos se redimiu da semi-falha no terceiro golo: pegou três cobranças, inclusive a de Thiago Neves. A fatal foi de Washington, definindo o 3 a 1 que dá a América, pela primeira vez, à LDU. Uma equipe que não precisou mudar seu estilo tradicional de jogo para ser copeira e levar para casa o maior troféu continental. Para os tricolores cariocas, uma longa noite que termina com uma enorme frustração. Seguirá sendo o único entre os grandes cariocas a não ter um troféu internacional. Mas que se faça justiça e aplauda-se este grande time que fez uma linda trajetória, na qual somente ficou faltando o ponto final. Mais uma vez, o outrora maior estádio do mundo silencia diante de um Maracanazo com sotaque castelhano.
Copa Libertadores da América 2008 - Final - 2º jogo
2/julho/2008
FLUMINENSE 3 x LDU 1
Decisão por pênaltis: Fluminense 1 x LDU 3
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Hector Baldassi
Público: 86.027
Renda: R$ 3.910.044,00
Golos: Bolaños 5 e Thiago Neves 11 e 27 do 1º; Thiago Neves 11 do 2º
Cartão amarelo: Luiz Alberto, Thiago Silva, Cícero, Bieler, Vera, Cevallos e Guerrón
Expulsão: Luiz Alberto 14 do 2º da prorrogação
FLUMINENSE: Fernando Henrique (6,5), Gabriel (5,5) (Maurício - 5,5), Thiago Silva (6), Luiz Alberto (6) e Júnior César (7); Ygor (5) (Dodô - 5,5), Arouca (5,5) (Roger - 5), Conca (4,5), Cícero (6) e Thiago Neves (9); Washington (4). Treinador: Renato Portaluppi (6,5)
Cobranças: Conca (defendido), Thiago Neves (defendido), Cícero (golo) e Washington (defendido).
LDU: Cevallos (9), Campos (6), Calle (5,5) e Norberto Araújo (6); Guerrón (7,5), Urrutia (6), Vera (5,5), Manso (5) (William Araújo - sem nota), Bolaños (6,5) (Salas - 5,5) e Ambrosi (6); Bieler (5,5). Treinador: Edgardo Bauza (5,5)
Cobranças: Urrutia (golo), Campos (defendido), Salas (golo) e Guerrón (golo).
Foto: EFE
Comentários
E o Inter vai trazer mesmo o Dodô? Depois do que eu vi na comemoração do segundo gol, quando todo o banco do Flu levantou e o cidadão preferiu ficar sentado, digo: o colorado se arrependerá dessa contratação, se ela acontecer mesmo...
O lance do penalti é polêmico, mas acho que mesmo tendo sido puxado, Washington tinha força física suficiente para ter ganho a jogada e marcado o gol... mas como a maioria dos jogadores brasileiros fazem, tentou cavar um penalti e se deu mal.
Aliás, acho que o Washington foi a grande decepção desse time do Fluminense. Justamente na final, quando mais se espera do matador, ele sumiu do jogo.
Acho que o Washington sofreu pênalti, pois não tinha motivo para cair estando de frente com o goleiro. Mas concordo: foi o pior em campo mesmo.
acho que o cevallos é um mestre jedi...
Ele se deu ontem, após a Liga meter uma bola na trave e, após conclusão de rebote prensado, ela plainar mansa na altura da cabeça do goleiro do fluminense, que ao invés de apenas segurá-la fez questão de dar um DUPLO TWIST CARPADO, correndo o risco de fazer um gol contra ridículo.
Sequei muito esse Fernando Henrique, apesar de isso ser uam coisa feia de se fazer. Mas não dá, convenhamos. Aquele cara NASCEU pra ser vaiado...
Levin foi perfeito no segundo comentário.
Quanto ao FH, tive a mesma impressão que o Faraon.
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Estou a disposição para eventuais dúvidas.
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Stephanie Sarmiento
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Phone: 11 3178 2514
salários do LDU ficam entre 4mil e 20mil dolares.
Só lamento por aquela torcida. Entregar uma Copa em casa deve ser muito dolorido.
Eu não daria 9 para Cevallos, por que para mim ele falhou nos dois gols. Daria um 8.
Não considero que o Cevallos tenha exatamente falhado no primeiro golo do Flu. Entretanto, a nota leva em conta mais a decisão de pênaltis, onde ele mostrou ser o Duckadam dos trópicos. Justamente pela decisão de pênaltis que não dei 10 pro Thiago Neves.
Na falta, ele falhou e feio. A bola foi NO MEIO DO GOL, e sem muita força.
Acho que o Cevallos falhou no terceiro gol por estar mal posicionado e por ter tido pouco reflexo. Mas fez algumas defesas decisivas, o homem, sem contar o desempenho nos pênaltis - que, como bem lembrou Professor Fonseca, deixará Duckadam embargado de emoção quando ele assistir o VT lá no sul da Romênia.
No início, não torci para nenhum dos times - mas com o andar das finais, comecei a simpatizar mais com a LDU, admito. Gosto muito do Renato, mas acho até que ele teve mais sorte do que juízo no decorrer da Libertadores. Enfim, qualquer um dos times teria rendido um título justo e uma história bonita - o Flu por ser um time que foi jogado no abismo da Série C por incompetência administrativa, e se reergueu ao ponto de disputar um título continental; a LDU por ser um time desacreditado que dá o primeiro título continental a um país sem tradição maior no futebol. No fim das contas, acabou sendo justo.
Só lembro que o Fluminense subiu da Série C direto para a Série A, devido ao fator Gama. Não galgou todos os degraus como deveria, mas é uma recuperação realmente muito bonita.
e tava torcendo pela ldu por causa do uóxito, dodô, goleiro neoliberal-twistcarpado-perninha de barata morrendo, 'maracanaço' no oba-oba carioca, pra ver o futebol equatoriano ganhar alguma coisa e pra saber que é possível um campeão fora do eixo rio-buenos aires, uma vez que o meu time não estava disputando la copa...
No mais, só acho uma pena que o time vai começar a se desfazer, a partir do Guerrón, que vai pro medíocre futebol espanhol, onde os jogadores latinos somem. Queria vê-los jogando contra o Manchester... E obviamente, torcer para esse time.
Ademais... La Liga combina com La Copa ;D