Gosto duvidoso
O resultado foi de empate, mas o Gre-Nal teve para tricolores e colorados dois gostos bem distintos - e até inusitado, dadas as teóricas condições iniciais que cada um iniciou o clássico. Para o Grêmio, o empate ficou de ótimo tamanho, por ter permanecido a partida inteira atrás do placar e pelo pouco futebol apresentado. No Internacional, a boa atuação e a vantagem adquirida no começo foram o prenúncio de um grande resultado que acabou não vindo.
O Internacional jogou melhor, bem melhor, porque impôs a sua proposta de jogo à do Grêmio. Isso não significa que tenha sido massacrante. Tite fez a leitura correta: o Inter não teve o domínio, teve o controle do jogo. E o golo marcado cedo, aos 15, por Índio, facilitou muito para que as coisas ocorressem por este caminho. Antes do golo, o jogo já tinha leve predomínio colorado. Méritos de Tite, que escalou Nilmar, Alex e Taison quase como um trio atacante, anulando a sobra da defesa gremista, que nunca conseguiu encaixar a marcação de forma realmente sólida e consistente.
O Grêmio teve sérios problemas também no meio. A fraca atuação dos alas e a ausência de Rafael Carioca como segundo homem deixaram Roger absolutamente isolado na tarefa de criação. Bem marcado pelos três volantes colorados, o camisa 10 tricolor mal pegou na bola. A ligação direta em chutões procurando Marcel era a única jogada dos donos da casa no primeiro tempo. Sorondo, porém, ganhava quase todas do centroavante gremista.
E o Inter teve contra-ataque. No primeiro tempo, Taison causava problemas pelo lado de Léo e Paulo Sérgio. A canhota, curiosamente, foi o lado rápido colorado. No segundo tempo, mesmo com uma postura bem mais agressiva do Grêmio, o Internacional seguiu levando perigo. Inclusive muito mais que o tricolor. Quem teve chances no jogo foi o time visitante, mesmo com a melhora de atitude da equipe da Azenha.
As entradas de Rafael Carioca e Rodrigo Mendes melhoraram a velocidade na saída da defesa para o ataque do Grêmio. Roger ganhou companhia e cresceu de produção. Por vezes, houve pressão, mas com pouca conclusão. Nilmar, por duas vezes, levou pânico. Quando Réver esperava uma cavada de escanteio, levou uma janelinha sensacional do atacante colorado, e Alex quase ampliou. Noutra jogada, contra-golpe, fez como Gilardino a Del Piero nas semifinais da Copa de 2006, mas Ramon acertou a trave de Victor.
E aí, para usar um eufemismo, uma falta de inteligência gritante de Renan, que acertou uma solada na genitália de Rodrigo Mendes quando tinha a bola nas mãos. Se foi intencional ou não, só Deus sabe. Pênalti claro, expulsão merecida, linda cobrança de Roger, o que não mascara um golo achado do Grêmio, que jogou menos e teve muito mais sorte que juízo. Mesmo com um a menos e esgotado fisicamente, foi o próprio Internacional quem teve a chance de vencer no finzinho.
Quanto à arbitragem, muitos lances polêmicos. O golo de Índio foi irregular, pois Nilmar participou decisivamente do lance e estava impedido, mas a jogada foi rapidíssima e, por isso, muito difícil para o bandeira. O golo do Grêmio foi inusitado, mas correto. Perea marcou muito impedido no segundo tempo, acerto da arbitragem. Sobre um pênalti de Rodrigo Mendes em Nilmar, o gremista realmente segura o colorado pela camisa, mas não o suficiente para derrubá-lo. Nilmar atirou-se escandalosamente, e isso fez o juiz não dar um pênalti. Lance discutível e passível de interpretação.
Na tabela, o Grêmio segue na vice-liderança, com 17, e tem dois jogos fora contra adversários em crise na seqüência. O Internacional, com 8, fica em 14º. Resta saber se Tite manterá este esquema que deu muito certo ou se foi uma tática de ocasião para o Gre-Nal. Sorondo e Taison parecem imposições claras. Duas figuras de um Gre-Nal que pendeu para o lado vermelho, mas circunstancialmente acabou empatado.
Campeonato Brasileiro 2008 - 8ª rodada
29/junho/2008
GRÊMIO 1 x INTERNACIONAL 1
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Alício Pena Júnior (MG)
Renda: R$ 960.567,50
Público: 42.888
Golos: Índio 15 do 1º; Roger (pênalti) 37 do 2º
Cartão amarelo: Marcel, Eduardo Costa, Léo, Sorondo, Índio, Magrão e Ricardo Lopes
Expulsão: Renan 31 do 2º
GRÊMIO: Victor (7), Léo (5) (Rodrigo Mendes, 18 do 2º - 6), Pereira (7) e Réver (5); Paulo Sérgio (4), Eduardo Costa (4,5), Willian Magrão (5) (Rafael Carioca, 18 do 2º - 5,5), Roger (5,5) e Hélder (4,5); Perea (5) e Marcel (4,5) (Soares, 43 do 2º - sem nota). Treinador: Celso Roth (5,5)
INTERNACIONAL: Renan (3,5), Ricardo Lopes (5) (Clemer, 35 do 2º - sem nota), Índio (6,5), Sorondo (7) e Marcão (6); Edinho (6), Guiñazu (6,5), Magrão (6,5) e Alex (6,5); Taison (6,5) (Ramon, 14 do 2º - 6) e Nilmar (7). Treinador: Tite (6,5)
O Internacional jogou melhor, bem melhor, porque impôs a sua proposta de jogo à do Grêmio. Isso não significa que tenha sido massacrante. Tite fez a leitura correta: o Inter não teve o domínio, teve o controle do jogo. E o golo marcado cedo, aos 15, por Índio, facilitou muito para que as coisas ocorressem por este caminho. Antes do golo, o jogo já tinha leve predomínio colorado. Méritos de Tite, que escalou Nilmar, Alex e Taison quase como um trio atacante, anulando a sobra da defesa gremista, que nunca conseguiu encaixar a marcação de forma realmente sólida e consistente.
O Grêmio teve sérios problemas também no meio. A fraca atuação dos alas e a ausência de Rafael Carioca como segundo homem deixaram Roger absolutamente isolado na tarefa de criação. Bem marcado pelos três volantes colorados, o camisa 10 tricolor mal pegou na bola. A ligação direta em chutões procurando Marcel era a única jogada dos donos da casa no primeiro tempo. Sorondo, porém, ganhava quase todas do centroavante gremista.
E o Inter teve contra-ataque. No primeiro tempo, Taison causava problemas pelo lado de Léo e Paulo Sérgio. A canhota, curiosamente, foi o lado rápido colorado. No segundo tempo, mesmo com uma postura bem mais agressiva do Grêmio, o Internacional seguiu levando perigo. Inclusive muito mais que o tricolor. Quem teve chances no jogo foi o time visitante, mesmo com a melhora de atitude da equipe da Azenha.
As entradas de Rafael Carioca e Rodrigo Mendes melhoraram a velocidade na saída da defesa para o ataque do Grêmio. Roger ganhou companhia e cresceu de produção. Por vezes, houve pressão, mas com pouca conclusão. Nilmar, por duas vezes, levou pânico. Quando Réver esperava uma cavada de escanteio, levou uma janelinha sensacional do atacante colorado, e Alex quase ampliou. Noutra jogada, contra-golpe, fez como Gilardino a Del Piero nas semifinais da Copa de 2006, mas Ramon acertou a trave de Victor.
E aí, para usar um eufemismo, uma falta de inteligência gritante de Renan, que acertou uma solada na genitália de Rodrigo Mendes quando tinha a bola nas mãos. Se foi intencional ou não, só Deus sabe. Pênalti claro, expulsão merecida, linda cobrança de Roger, o que não mascara um golo achado do Grêmio, que jogou menos e teve muito mais sorte que juízo. Mesmo com um a menos e esgotado fisicamente, foi o próprio Internacional quem teve a chance de vencer no finzinho.
Quanto à arbitragem, muitos lances polêmicos. O golo de Índio foi irregular, pois Nilmar participou decisivamente do lance e estava impedido, mas a jogada foi rapidíssima e, por isso, muito difícil para o bandeira. O golo do Grêmio foi inusitado, mas correto. Perea marcou muito impedido no segundo tempo, acerto da arbitragem. Sobre um pênalti de Rodrigo Mendes em Nilmar, o gremista realmente segura o colorado pela camisa, mas não o suficiente para derrubá-lo. Nilmar atirou-se escandalosamente, e isso fez o juiz não dar um pênalti. Lance discutível e passível de interpretação.
Na tabela, o Grêmio segue na vice-liderança, com 17, e tem dois jogos fora contra adversários em crise na seqüência. O Internacional, com 8, fica em 14º. Resta saber se Tite manterá este esquema que deu muito certo ou se foi uma tática de ocasião para o Gre-Nal. Sorondo e Taison parecem imposições claras. Duas figuras de um Gre-Nal que pendeu para o lado vermelho, mas circunstancialmente acabou empatado.
Campeonato Brasileiro 2008 - 8ª rodada
29/junho/2008
GRÊMIO 1 x INTERNACIONAL 1
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Alício Pena Júnior (MG)
Renda: R$ 960.567,50
Público: 42.888
Golos: Índio 15 do 1º; Roger (pênalti) 37 do 2º
Cartão amarelo: Marcel, Eduardo Costa, Léo, Sorondo, Índio, Magrão e Ricardo Lopes
Expulsão: Renan 31 do 2º
GRÊMIO: Victor (7), Léo (5) (Rodrigo Mendes, 18 do 2º - 6), Pereira (7) e Réver (5); Paulo Sérgio (4), Eduardo Costa (4,5), Willian Magrão (5) (Rafael Carioca, 18 do 2º - 5,5), Roger (5,5) e Hélder (4,5); Perea (5) e Marcel (4,5) (Soares, 43 do 2º - sem nota). Treinador: Celso Roth (5,5)
INTERNACIONAL: Renan (3,5), Ricardo Lopes (5) (Clemer, 35 do 2º - sem nota), Índio (6,5), Sorondo (7) e Marcão (6); Edinho (6), Guiñazu (6,5), Magrão (6,5) e Alex (6,5); Taison (6,5) (Ramon, 14 do 2º - 6) e Nilmar (7). Treinador: Tite (6,5)
Fot: Globo Esporte
Comentários
eu não tenho a menor idéia, mas como foi a favor do meu time, creio que foi correta a decisão.. asjkgfklajsepaiefu...
não cou ovo, mas estou CHOCADO!
O correio do povo "ingora" a presença (em impedimento) do nilmar no gol colorado:
"Alex cobrou falta da esquerda,
Marcão cabeceou, Victor salvou e, no rebote, Índio, de cabeça,
mandou para a rede, para delírio da minoria colorada."
Mas enfim, não existe ser mais amargo do que um vermelho. Alguém lembra do pênalti sofrido pelo Wellington Monteiro ano passado, em pleno Beira-Rio, contra o Atlético-PR, a dois metros fora da área?
Pois é...
Alicio:
1ª pess. sing. pres. ind. de aliciar
Aliciar:
v. tr.,
atrair a si com promessas enganosas; seduzir; subornar; induzir a atos de rebeldia.
No Lance Final de ontem, eu consegui ver o lance de uma câmera por trás do gol, na diagonal. Essa câmera dá uma visão semelhante a do auxiliar, ângulo oposto à visão de frente. Aí, não tive dúvidas. Renan girou o corpo - não inteiramente, mas fez uma leve inclinação - e meteu o pé no saco do Rodrigo Mendes quando estava caindo no chão. Ali, entendi por que o auxiliar viu de cara o lance e o juiz não viu nada.
Renan foi estúpido, até por que nunca foi um goleiro agressivo. Se ele tivesse feito aquilo numa saída de gol em escanteio, até era compreensível, por que o goleiro é sempre muito prejudicado ao disputar a bola com outros jogadores. Mas sozinho, contra apenas um avante? Nenhum sentido.
Resultado injusto, o Inter foi melhor e armou um eficiente pega-ratão com Taison na ponta-esquerda e Nilmar barbarizando com Réver. Talvez seja um resultado que dê a tônica de como será o campeonato daqui para diante. Roger, pela primeira vez, recebeu marcação individual - por isso, teve uma atuação ridícula. Sem Roger, o ataque do Grêmio não existiu. Mais times vão fazer marcação individual em Roger, e eu duvido que Rodrigo Mendes e Tcheco tenham fôlego para tocar adiante uma produção ofensiva.
Taison mostrou que a experiência em grenais das categorias de base vale muito, sim senhor. Não teve medo de nada, nem da pancadaria que sofreu do time mais faltoso do campeonato. Foi ótimo ponta esquerda. É uma pena que vai ficar de fora por um bom tempo. Gostei que Alex não se escondeu do jogo e adorei a atuação de Sorondo, que fez da grande área do Olímpico a sua casa.
Tem mais três grenais esse ano.
Zeh: (dsjkdskdskjsj) em breve, um post sobre a conquista espanhola. Queimei feio minha língua.
André: obrigado pelos elogios.
Fred: aquele juiz era o Luís Antônio Silva Santos. Péssimo árbitro, inclusive bem pior que o Alício.
Luís: Roth vai ter, realmente, que achar uma alternativa para quando Roger sofrer marcação individual. Porém, convém lembrar que ele não auxílio dos alas nem o de Rafael Carioca (méritos do Inter também), ficou completamente isolado.
só falta agora o BOTAFOGO sem campeão brasileiro.
se bem que eu não duvido de mais nada NO MUNDO.
vou doar minhas córneas, pq eu morro e não vejo tudo...
Quanto ao Gre-nal. Inter foi superior em pelo menos 3/4 do jogo - e mesmo no quarto final, quando o Grêmio tomou conta das ações, o colorado ainda soube manter-se equilibrado e por pouco não me faz um gol no finalzinho. Ou seja, se era para ter tido um vencedor nesse jogo, tinha que ter sido o lado vermelho do Rio Grande. Do lado tricolor, as entradas de Rafael e Rodrigo Mendes foram decisivas, porque daí finalmente alguém aproximou com o Roger e as jogadas começaram a acontecer - antes, era só no balão, um troço de dar desespero em qualquer gremista. Inter muito bem armado pelo Tite, com boas atuações individuais (Sorondo, desgraçado, me deu saudades do Orozco) e sabendo aproveitar algumas más jornadas gremistas - Eduardo Costa e Paulo Sérgio, em especial, estiveram abaixo da crítica. No fim, a CAGADA espetacular do Renan dando o empate de mão beijada para o Grêmio, e a sensação nítida de que nos escapamos de uma boa ontem à noitinha.
Os lances polêmicos: pênalti e expulsão corretas no caso Renan (chute no saco, até onde sei, ainda não vale no futebol, e goleiro que quer se proteger vai com o joelho e não com a chuteira); impedimento levemente duvidoso no gol anulado do Perea (a bola é prensada no toque anterior, fica pela interpretação, então nem me queixo); impedimento existente, mas muito difícil de marcar, no gol do Inter; e para mim foi pênalti no Nilmar, mas o rapaz enfeitou tanto que acabou induzindo, ele mesmo, o juiz ao erro.
Brilhante teoria.
Até ontem eu acreditava que o Roger era o mais cai-cai do futebol dos Pampas. Quando vi o Nilmar caindo até por bolada no estômago, mudei meus conceitos.
Sobre o Piffero não ter visto um pênalti ou um lance semelhante ao de ontem, é porque ele caiu fora da primeira fase da Libertadores do ano passado, e não viu Boca x Vélez. Mas tudo bem, a gente entende.
Incrível como todo mundo puxa a sardinha para o seu lado, hehehe...
Vocês enobrecem este espaço.
"Incrível como todo mundo puxa a sardinha para o seu lado".
Eu conhecia essa com brasa e assado, presidente.
dsfahfdjhdfjhfj
Aqui a rivalidade dura 365 dias por ano!
Nem o Lav Lev consegue secar tanto.
A propósito... Não vão atualizar o bolão, não?
No mais, é sempre um dos posts mais comentados aqui. Cordialidade e respeito, sem frescura de fair-play, é a única regra por aqui.
Atualizarei já. Passei a tarde e a noite fora, até a hora em que eu saí não tinham colocado a parcial ainda.
Minha liderança muito ameaçada. Como diria Galvão Bueno, "Klück avisa: tô aqui e quero passar!". Entrarei no box e colocarei um pneu BISCOITO.
Tá, foi horrível essa. Mas o que interessa é que, como diria Juliano Tatsch, "agora é Natusch que está na minha alça de mira!"
Rodada de clássico tem que sempre botar 1x1, não tem jeito.
E não adianta, nobre Fonseca... Como sempre em se tratando de Grenal, as pessoas boas devem amar seus inimigos. E quando a fome aperta, a vergonha afrouxa! =P
sgeuiasfvnalsdjkfhaçsrtljhçaslmg
mas o bandeirinha achou que eu tava na frente dos zagueiros...
Quem chora mais: inter ou botafogo?
Pífio: a virgem dos GREnais.