Embalado pela gurizada, Vasco impõe quinta derrota ao Atlético-MG no Horto

Paulinho comemora: ele e Paulo Vítor têm, juntos, menos idade que Luís Fabiano

Conhecido alçapão do Atlético-MG nos últimos anos, o Estádio Independência tem sido um martírio na vida do Galo neste Brasileirão. Neste domingo, o time alvinegro perdeu a quinta partida no Horto só neste campeonato. Em nove jogos, foram duas vitórias e dois empates, aproveitamento inferior a 30%. Em sua reconhecida casa, a equipe mineira perdeu mais da metade dos jogos que disputou.

No jogo de hoje, a história foi diferente de partidas anteriores, onde a equipe dominava e acabava sendo vitimada por um adversário mais eficiente. O Vasco, ao contrário do Bahia da última quarta-feira, por exemplo, se impôs em campo. Jogou de igual para igual, sem temer o poderio técnico do Galo. Muito bem organizado pelo bom trabalho de Milton Mendes, jogou com a personalidade de quem sabia que o momento rival era conturbado e sem confiança. Mereceu a vitória.

A dupla de ataque merece destaque especial. Num time acostumado a jogar cheio de veteranos de 2015 para cá, os meninos Paulinho e Paulo Vítor foram duas ótimas surpresas. O primeiro, companheiro do badaladíssimo Vinícius Júnior na seleção sub-17, fez 17 anos na segunda-feira passada. É o único jogador nascido nos anos 2000 a marcar gol pelo Vasco (fez logo dois hoje), e o segundo mais jovem da história do clube a ir às redes. Já Paulo Vítor é baixinho e veloz como um tal de Romário no começo de carreira (não preciso dizer que não é comparação técnica prematura, certo?). Aos 18 anos, tem talento que é artilheiro do sub-20 mesmo dois anos mais que novo que os companheiros. Deu um trabalho danado à zaga atleticana.

A vaia, claro, comeu solta no Horto. O empate rápido do Atlético-MG, num chute lindo de Yago após bobagem de Bruno Paulista, deu certa trégua durante o primeiro tempo. No primeiro jogo sem Roger Machado, ainda se vê um time em busca de sua identidade: ainda não é nem o Galo Doido, nem um time paciente e tocador de bola como queria seu antigo treinador. Robinho mais uma vez ficou devendo jogando na que mais gosta (atrás do centroavante), Fred saiu cedo e fez falta, Marlone fracassou e Cazares e Luan não deram a intensidade que se esperava no segundo tempo. Rogério Micale, escolha rechaçada pelos torcedores na maioria das enquetes, terá bastante trabalho e pouco tempo.

A vitória vascaína foi também a da resistência. Enquanto Anderson Martins não reestreia, a equipe jogou com a zaga que foi reserva na Série B de 2016 durante a maior parte da noite - Breno não jogou e Paulão se lesionou, dando lugar ao limitado Jomar para formar dupla com Rafael Marques. A boa organização do time, no entanto, foi suficiente para segurar o resultado. Após abrir 2 a 1, o Vasco foi sempre mais consciente: valorizou a bola enquanto a teve, correu não tantos riscos assim e mereceu o resultado. Foi a segunda vitória do time de Milton Mendes nos últimos três jogos fora de casa. O temor de cair de novo, verdadeiro pavor permanente dos últimos anos em São Januário, está cada vez mais distante.
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Campeonato Brasileiro 2017 - 16ª rodada
23/julho/2017
ATLÉTICO-MG 1 x VASCO 2
Local: Independência, Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Público: 12.497
Renda: R$ 312.236,00
Gols: Paulinho 13 e Yago 17 do 1º; Paulinho 22 do 2º
Cartão amarelo: Yago, Alex Silva, Otero, Matheus Mancini, Marlone, Escudero, Jomar e Bruno Paulista
ATLÉTICO-MG: Giovanni (4,5), Alex Silva (5,5), Jesiel (5,5), Matheus Mancini (4,5) e Fábio Santos (5,5); Rafael Carioca (5,5), Yago (6) e Robinho (4,5) (Cazares, intervalo - 5,5); Otero (5) (Luan, 19 do 2º - 5), Fred (sem nota) (Rafael Moura, 10 do 1º - 5,5) e Marlone (4,5). Técnico: Diogo Giacomini
VASCO: Martín Silva (6), Gilberto (6,5), Rafael Marques (6,5), Paulão (5,5) (Jomar, 21 do 1º - 5,5) e Ramon (6); Bruno Paulista (5) (Wellington, 18 do 2º - 5,5), Jean (6,5) e Mateus Vital (6,5); Paulinho (7,5), Paulo Vítor (7) e Escudero (5) (Guilherme Costa, 10 do 2º - 5). Técnico: Milton Mendes

Foto: Carlos Gregório Jr./Vasco.

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