Botafogo e San Lorenzo confirmaram a tendência: os líderes de grupo estão mandando nos mata-matas da Libertadores

Nunca as oitavas de final da Libertadores refletiram tão bem a superioridade dos líderes da fase de grupos. Desde que a competição passou a classificar duas equipes por chave, de 2000 para cá, nunca tantos visitantes venceram a primeira partida dos mata-matas. Ao todo, cinco dos oito times que jogaram fora de casa nesta semana venceram - foram só duas vitórias dos mandantes, além de um empate. Classificação encaminhada para a maioria das equipes que já haviam demonstrado superioridade na última etapa do torneio.

Nestas 18 edições de Libertadores que classificaram 16 dos 32 participantes para os mata-matas, em três delas quatro visitantes haviam vencido na ida das oitavas: de 2001 a 2003. Em 2014, tivemos o outro extremo: nenhum time que começou o mata-mata fora de casa venceu. Não à toa, aquele foi o ano das surpresas, com San Lorenzo, Nacional de Assunção, Bolívar e Defensor nas semifinais. Se temos o cenário contrário em 2017, é fácil concluir que as fases decisivas do nosso torneio continental prometem reunir apenas camisas pesadas.

Ontem, todos os visitantes saíram em vantagem. O San Lorenzo fez valer sua maior qualidade, mesmo em Guayaquil, e bateu o Emelec por 1 a 0, gol de falta do meia Belluschi. Já o Botafogo resistiu à pressão do Nacional em Montevidéu e fez o mesmo placar, com gol do meia João Paulo. O Lanús, porém, é quem saiu com o resultado mais expressivo, por mais paradoxal que seja: mesmo tendo empatado em 1 a 1, a igualdade foi obtida na altitude de La Paz, contra o Strongest, que tem se mostrado poderoso no altiplano.

Tendo Grêmio, River Plate e Santos já largado em vantagem diante de Godoy Cruz, Guaraní e Atlético Paranaense, a grande questão que ronda as partidas de volta estão, mesmo, nos confrontos de Palmeiras e Atlético Mineiro. Favoritos em tese, ambos largaram perdendo por 1 a 0 para Barcelona e Jorge Wilstermann. Derrotas sem gol marcado fora de casa, contra rivais organizados, e tendo os dois brasileiros na irregularidade uma de suas marcas em 2017.

A superioridade dos líderes pode também ser explicada por uma medida tomada pela Conmebol em 2017: o inchaço ainda maior do torneio, que passou a reunir ainda mais brasileiros e argentinos entre seus participantes. Os confrontos de Palmeiras e Galo são, portanto, as duas chances reais de vermos algum time fora do eixo Brasil-Argentina entre os oito finalistas.

Foto: Conmebol/Divulgação.

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